quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Filarmónica da Ermegeira - nova versão

No dia dezanove de Dezembro deste ano, desloquei-me à minha linda aldeia para ouvir o concerto de Natal interpretado pela Filarmónica Ermegeirense dirigida pelo Maestro Álvaro Reis, apaixonado da Banda e autor de muitas peças! Gostei, executaram com muita qualidade os temas a que se propunham, gostei por ver tantas raparigas a tocar, contei quinze mas é natural que fossem mais. foi uma tarde bem passada, no seu excelente auditório. No fim foi servido um lanche aos convidados que não aproveitei devido a outros compromissos.
Gosto muito da Filarmónica da minha terra, mas a razão desta mensagem é outra! Em vinte cinco de Junho deste ano inseri uma mensagem a falar do nascimento da Banda, agora fui confrontado com outra versão, por isso senti-me na obrigação de a dar a conhecer. Mas atenção, eu não inventei a primeira, foi-me contada por familiares inclusive o meu padrinho Silvério Pedro da Roza Bray. Vamos então transcrever o texto a que tive acesso.
A fundação da Sociedade Filarmónica Ermegeirense remonta aos finais do século XIX, mais propriamente ao ano de 1882.
Esta banda já existia e estava sediada na nossa freguesia, no lugar de Maxial, há vários anos (não se sabendo ao certo quantos).
Segundo a versão de dois dos seus fundadores, António Feliciano e Terêncio Pedro, os elementos que compunham a referida banda, eram todos da Ermegeira à excepção de um que era do Maxial. Pelo que, numa bela noite, depois do respectivo ensaio, os músicos combinaram em levar para a Ermegeira todo o espólio da banda e, ao raiar da aurora do dia 5 de Março de 1882, a população ermegeirense foi acordada ao som dos primeiros acordes da Sociedade Filarmónica Ermegeirense.
Como se pode comparar as duas versões são muito interessantes, confirma-se que houve uma mudança de local e a banda acabou por vir para a aldeia da Ermegeira, também o ano coicide.
Quando conseguirmos mais dados eles serão inseridos em nova mensagem. Em qualquer dos casos, muitos parabens à nossa Filarmónica!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Os meus cães!

Um filósofo meu amigo disse, os seres humanos dividem-se em duas classes, os que gostam de cães e os que não gostam de cães. Quis a natureza que eu pertencesse à primeira categoria. Gosto de cães, toda a minha família gosta também e os meus amigos quase sem excepção não fogem a esta regra! Quando era menino pobre e triste o meu maior amigo foi o Tejo, um animal grande e pachorrento, castanho para o amarelo com o convém a bom rafeiro, também conhecido nas cidades por vira latas, passei muitas manhãs e iguais tardes a brincar com ele, sempre paciente para as minhas pequenas malvadezas. Um dia foi ele que me encontrou numa noite de inverno em que estava desaparecido. Antes de fazer a tropa levei para casa da mãe Alice um aristocrata que se havia de tornar num pequeno tirano, quando regressei de África mal cheguei a quinhentos metros de casa o cão começou aos saltos porque o seu olfacto me detectou. Em Luanda tínhamos um simpático rafeiro chamado Shane, que nos foi roubado, a Flor procurou, procurou e descobriu o animal preso e sem condições num quintal de labregos, veio para casa doente e morreu jovem, ficou a saudade. Em mil novecentos e oitenta e três entrou na nossa vida o mais belo cão a que pusemos o nome de Yarb, este era nobre em todos os sentidos, nervoso, leal, punha os miúdos em respeito mas nunca fez qualquer mal aos mesmos. Gostava imenso de andar de carro, quando passeava com ele era fácil meter conversa com toda a gente! Catorze anos depois, o nosso amigo já velho e doente obrigou-nos a ajudá-lo a partir, foi muito difícil, está a descansar no Pinhal do Rei em local que só eu sei! Em mil novecentos e noventa e oito chegou a Morgana, uma boxer castanha, feitio calma, grande companheira, nem se dava por ela, devido a problemas de saúde gastou-se uma fortuna com a Morgana, mas nunca nos arrependemos de o fazer. Minha companheira de passeios no pinhal, passava os dias sentada aonde eu estivesse sempre olhando com uns lindos olhos castanhos. Hoje, vinte e sete de Dezembro de dois mil e dez, às 15h e 15m o coração da Morgana deixou de bater, partira para o céu dos cães, dorme no nosso quintal junto ao damasqueiro, sobre a campa plantei quatro pés de roseira branca em homenagem à pureza do seu carácter. Adeus minha amiga!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Xadrez - O artigo 36

Amigos xadrezistas como muitos sabem, houve uma fase da minha vida em que me preocupei com as coisas do Xadrez Nacional, algumas coisas mudaram através de propostas minhas, por exemplo o embrião dos Nacionais de equipas! O sistema ficou a funcionar, foram-se fazendo uns acertos, em certa altura a coisa parecia estar boa… Entretanto começaram os iluminados a propor alterações mal pensadas, algumas tremendos disparates, por exemplo o excesso de equipas no Campeonato Nacional sendo o país tão pequeno e com tão pobre Xadrez, com isso esvaziaram os campeonatos Distritais de Equipas. Depois aprovaram a hipótese de um dado Clube ter muitas equipas nos Nacionais, matando o fomento de novos Clubes. Depois o socialismo foi posto na gaveta e os Clubes deixaram de ser apoiados, matando com isso mais Clubes, por fim passaram a cobrar por tudo e por nada, como se o Xadrez fosse só para ricos! Mais uma forma de matar o Xadrez Nacional! A partir de certo momento desisti… nas Assembleias Gerais da Federação, estavam sempre a aparecer representantes com ideias sem pés nem cabeça, por isso perdi a paciência! O pior é que muitas dessas luminosidades foram aprovadas, caso do famoso artigo 36, uma aberração sem pés nem cabeça! Razão da actual polémica que agora se estabeleceu sem fim à vista! Senti-me na obrigação de vir ao terreiro dar a minha opinião!
Aberração ou não o artigo 36 foi aprovado! Antes de as provas começarem os responsáveis dos Clubes deviam ter encostado a Federação à parede através de uma Assembleia Geral de forma a meterem juízo naquelas cabeças e anularem o disparate! Mas não o fizeram! Então só há uma atitude a tomar acatar (cumprir) o regulamento, doa a quem doer! Parece-me óbvio que os seccionistas e directores dos Clubes de Xadrez não fizeram os trabalhos de casa, não foram cuidadosos na leitura dos regulamentos!
Será que há outra solução? Talvez, mas não compliquem mais!
Para terminar, quero informar que o meu SOM-Sport Operário Marinhense desce da 2ª divisão para a 3ª divisão por não ter cumprido o artigo 36. Fomos incompetentes por isso temos a paga!
José Bray

domingo, 28 de novembro de 2010

A amizade - Homenagem ao senhor João!

Para mim, a amizade é uma coisa sagrada, ou sou amigo ou não sou. Todos nós precisamos de amigos! Nunca traí alguém que fosse meu amigo! Um verdadeiro amigo é coisa rara neste mundo. Felizmente tenho um bom número deles. Hoje vou falar de uma amizade que já tem quase trinta anos, estou a falar de João Duarte Santos, um homem bom natural do Bombarral. O senhor João é uma personagem muito interessante, inteligente, solidário, amigo do seu amigo, um grande desportista. Desenvolveu no seu Concelho um projecto no chinquilho que dura há várias dezenas de anos, nessa organização entram todas as freguesias do Concelho, uma tarefa toda a seu cargo! Também criou a Secção de Xadrez da Casa do Povo do Bombarral, equipa que tem mantido um nível elevado e onde dezenas de jogadores desenvolveram as suas qualidades, tudo à custa do João Santos. Nas provas do Inatel já representei o seu amado clube, jogando ao lado do saudoso Mamede Diogo, sou convidado habitual na festa de fim da época do chinquilho no Santuário do Carvalhal. Por isso sei que este senhor é muito meu amigo, tenho várias provas dessa amizade que eu sempre retribuo com imenso prazer! Neste momento a sua secção de Xadrez está a levar uma homenagem ao seu líder, expressa num torneio especial para convidados. É muito justa esta homenagem, eu mesmo há vinte anos lhe fiz uma, ao atribuir-lhe a troféu de mérito da Associação de Xadrez de Leiria. Não quero fazer um juízo de valor, mas ao ver a lista dos convidados fiquei perplexo, o nome Bray não aparecia, não fiquei zangado mas fiquei triste!

sábado, 27 de novembro de 2010

O meu tio Alberto - Duas lições de vida!

Todos temos pessoas no nosso imaginário que nos tocam profundamente e que muito admiramos, fazem parte do nosso passado e recordamos com muito carinho. o meu tio Alberto foi uma dessas pessoas! Quando penso nele os meus olhos ficam sempre húmidos! mas este escrito não é para falar do sentimento que nutria por ele que nunca se apagou, mas sim para falar de duas lições de vida que recebi dele quando tinha treze anos e me tem servido de exemplo pela vida fora. O meu tio filho de pai judeu era um homem muito inteligente e bem parecido, morreu novo e toda a sua vida foi passada no tempo do Estado Novo. Aprendeu sozinho a ler, assim como o ofício para sobreviver. Era um caçador como não havia outro em toda a região oeste!
Um dia de Setembro acompanhei-o na sua ida à caça (nesse tempo caçava-se todos os dias), connosco ia um cão perdigueiro de seu nome Mondego. Como era hábito, á medida que caminhávamos pelas vinhas, pomares e pinhais, íamos falando de tudo; do Benfica, do Torriense, de filmes, de gajas, dizíamos mal do regime, o habitual. De vez em quando um coelho saltava e até lebres. Em dada altura o tio meteu a arma à cara e pum! Um enorme coelho deu uma cambalhota e ficou-se, Mondego foi de imediato pegar na caça e entregar ao meu tio seu companheiro de muitas caminhadas. Primeira lição, o tio disse. --Ainda bem que é macho, não gosto de matar fêmeas, elas são sagradas! Depois explicou-me porquê...
Voltamos à nossa caminhada, contado histórias, anedotas e outras coisas mais, o meu tio era muito charmoso, um misto de Gary Cooper e Gregory Peck. Os coelhos continuavam a saltar à nossa frente, à esquerda e à direita e o caçador nada. Em dada altura perguntei-lhe, tio não atira mais, não mata mais caça? Segunda lição, o tio parou fixou-me atentamente e numa cara sem riso disse-me. --Zé Manel, para hoje não chega? Corei mas entendi tudo!
Estas duas lições, principalmente a segunda, têm-me acompanhada toda a vida servindo de exemplo para outros, curiosamente não foi nenhuma doutor que me a deu. Obrigado tio Alberto!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Os Bray - continuação

Vamos mais uma vez falar dos Brays a pedido de alguns familiares. Já houve quem dissesse que nós pouco mais sabiamos e que estávamos a fazer bluff. Então aí vai para provar o contrário.
Como dissemos em mensagem anterior, o primeiro Bray que chegou à Ermegeira nossa aldeia em 1866 foi José Pedro da Roza Bray 1843 casado com Maria das Dores (vejam mensagem anterior). Este avoengo foi exercer o cargo de Feitor na Quinta da Ermegeira. O jovem casal foram pais de seis filhos que na sua descendência povoaram a aldeia de Brays que depois se espalharam por outras regiões. Os filhos foram Silvério 1866 (nasceu nas Carreiras-Carvoeira), Maria Henriqueta 1868, Luiza Maria 1870, Marianna 1872, Amélia 1874 e José 1878. Terá havido filho em 1876? Maria das Dores faleceu em 1880 com trinta e dois anos. O marido terá voltado a casar?
O nosso ascendente directo foi o filho mais velho Silvério Pedro da Roza Bray, que foi responsável por uma família prolífera, como abaixo se verá. Este reguila casado com Henriqueta Maria foi pai de António, Mário, José, Maria Henriqueta e Felicidade, destes filhos nasceram trinta e um netos, dezasseis rapazes e quinze raparigas. A nossa avó foi Maria Henriqueta.
Dos outros filhos do JPRB de que falaremos noutras mensagens, não houve grande descendência. Agora já sabemos que muitos perguntarão depois de afirmarem – Desses já nós sabemos, queremos mais para trás. Então cá vai!
O pai de JPRB, foi António Pedro da Roza Bray 1807 casado com Maria Santanna, o pai deste foi António Agapyto da Roza Bray 1776 casado com Violante Maria de Barcellos, o pai deste foi António Francisco da Roza Bray 1742 casado com Joaquina Santanna. Com este ultimo apareceu pela primeira vez o nome Bray. Ainda recuamos três gerações mas nos registos não aparece o apelido! Foram estes ascendentes os seguintes, Manuel Francisco 1702 casado com Maria Josefa, António Francisco casado com Luzia da Conceição e Pedro Dias casado com Maria Francisca. Como é fácil de constatar esta investigação leva-nos ao reinado de D. João V.
Alem de nós, andam outras pessoas a investigar a origem dos Brays de Carmões e dos Brays de Coimbra. Nesta cidade apareceu uma família Bray no inicio do século XVIII, segundo parece descendente dos Tudor. Mas ainda não conseguimos encontrar ligação entre as duas famílias.
Por agora ficamos por aqui. Mas descansem porque sabemos mais sobre a saga Bray, mas fica para futuras mensagens! Queremos que outros Bray e não Bray colaborem!

domingo, 21 de novembro de 2010

Opens de Xadrez - Inscrições e Desportivismo

Fazem-se Torneios de Xadrez de carácter não oficial quase todos os fins de semana, acontecendo mesmo dois ou três nas mesmas datas. Estou a falar dos chamados Opens de semi-rápidas, provas com um ritmo que pode ir de 15 a 30 minutos para cada jogador. Estes Torneios salvo a excepção são disputados num só dia. Como muita gente sabe fui dos primeiros a fomentar esse tipo de prova, exemplo o Torneio 25 de Abril da Marinha Grande que durou duas dezenas de anos. Esta prova através dos tempos teve contornos muito curiosos, mas isso fica para outra mensagem. Cada organizador apresenta carateristicas próprias nos seus eventos, depois há pormenores a que todos se assemelham. Só quero chamar a atenção para questões que me parecem oportunas. Então vamos lá!
Nestas provas entram uma grande miscelânea de xadrezistas, de mestre internacional a amadores que pouco mais sabem que mover as peças. De profissionais a simples apreciadores lúdicos, de idosos com mais de oitenta a crianças de seis anos. Todos pagam uma inscrição excepto os jogadores titulados. Estes mestres, são os que ganham os prémios monetários! A minha pergunta é. Isto tem alguma lógica? Nunca em torneio organizado por mim ou sob o meu apoio isso aconteceu! Eu conheço os argumentos desses mentores... assim como tenho os meus argumentos para contrariar a tese. Eles dizem, é para valorizar a prova! Eu digo, tão importante é o fica em primeiro como o fica em último! Respeitemos as duas opiniões! Mas, há sempre um mas... A mim parece-me é que há um excesso de subserviência dos organizadores dos ditos Opens! Só se zangará quem enfiar a carapuça.
O desportivismo sempre necessário em qualquer competição ainda é mais importante neste tipo de prova. Muitas vezes isso não acontece, tornando-se uma selva do salve-se quem puder. Parece-me anti pedagógico certas pressões exercidas sobre crianças de pouca idade sem qualquer experiência nem capacidade de se defenderem. Conheço miúdos e miúdas que abandonaram o xadrez devido a esses conflitos. Nós os organizadores destas provas temos de estar muito atentos a esta questão!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Xadrez - O sacríficio do Elias

Passaram-se quase vinte anos, mas parece que foi hoje. Elias entrou na sala a medo, demonstrando muita timidez. Gordinho com movimentos obtusos, enorme para a idade, tinha doze anos. Vinha sem dúvida ao cheiro do xadrez, de imediato o seu interesse ficou à vista de todos. Evoluiu em muito pouco tempo, mais rapidamente que os outros garotos.
Os responsáveis do clube começaram a reparar no rapaz, deram-lhe o apoio necessário para ele poder competir oficialmente.
Certo dia veio ter comigo e desabafou. -- Os meus pais não gostam que eu ande no xadrez. Dizem que é um jogo de azar e é por isso pecado. -- Prometi ajudar e ele lá foi para casa mais animado. Os ignorantes paternos pensavam que este jogo podia ser a perdição do filho.
Fomentei um encontro casual com um dos progenitores. O pai nunca o vi mas a mãe lá consegui apanhar. Expliquei à senhora que o xadrez é um jogo de inteligência e como tal podia beneficiar muito o rapaz no estudo e na vida. A mãe aceitou mas não me pareceu muito convencida.
O tempo foi passando e o Elias foi desenvolvendo o seu nível de jogo. Todos nós sentíamos que ele era feliz. O rapaz tinha bom feitio e ia fazendo amigos.
Um dia o nosso clube foi convidado a ir disputar um torneio lá para as bandas de Fátima. Era uma prova simples mas muito bem organizada. O nível não era elevado, por isso pediram-nos uma equipa de segundo plano e nós aceitámos.
Escolhemos vários jogadores, entre eles, o nosso Elias. Ele ficou super contente e lá convenceu os pais para o deixarem ir.
A prova foi muito agradável, o ambiente excelente. A nossa equipa venceu e todos receberam valiosos trofeus. No fim a organização ofereceu um lanche à rapaziada.
Os jogadores da equipa regressaram contentes e o nosso jovem transbordava de felicidade.
Todos estávamos convencidos que estava ali um futuro campeão.
Mas, o insólito aconteceu! O rapaz não apareceu mais! Entretanto fomos informados por outros jovens do xadrez que o Elias fugia sempre que eles se aproximavam.
Depois de algum tempo consegui encontrar o rapaz, já ele tinha catorze ou quinze anos. Muito envergonhado explicou-me que os pais lhe tinham batido quando ele chegou do tal torneio e mais, tinha sido proibido de jogar xadrez. Por essa razão não tinha ido mais ao clube. Disse-me isto com as lágrimas nos olhos. A religião dos pais não admitia festas ou convívios fora da alçada da sua igreja.
Senti-me impotente, queria ajudar o Elias e não encontrei solução. Santa ignorância! Por respeito, não nomeio a dita religião. Mas de Cristo nada tem. Não passa de uma seita hipócrita!
Os anos passaram, muitas coisas aconteceram. De tempos a tempos, ao longe via o moço, mais gordo, mais obtuso, sempre tímido e triste.
Há semanas, andava circulando ao acaso alinhavando as ideias, de súbito aconteceu algo que me deixou horrorizado! Ao passar junto de uma zona degradada apercebi-me de um bando de rapazes, eram drogados e traficantes. Algo me pareceu familiar, observei melhor, lá estava ele o Elias. Parecia um farrapo humano, magro, roto e sujo. Aproximei-me, todos pediram moedinha menos ele. Voltei a sentir-me impotente e não tenho vergonha em confessar que chorei. Depois fiz algo…
O Elias foi sacrificado em nome de um Deus que nada fez por ele! Os pais foram os carrascos!
Afinal a sua salvação estava na Deusa do xadrez Caissa!
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Este conto é uma história real, dedicado a todos os meninos e meninas que amam o xadrez e que os pais por ignorância não os deixam praticar o jogo mágico.
Marinha Grande, 20 de Abril de 2004
José Bray









sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Prostituição - antes, depois e agora

Eu sou do tempo em que a PROSTITUIÇÃO era legal em Portugal, ou seja; foi assim até 31 de Dezembro de 1962. Entretanto na ONU as criticas foram muitas e o ditador Salazar decidiu, então, proibir essa prática. Como ditador que era, não pensou encontrar solução para o problema dessas mulheres; proibiu e pronto.
Era assim o regime fascista. Quando veio o 25 de Abril tive esperança que o problema ia ser equacionado e, soluções com cabeça iam ser encontradas. Grande ilusão!
Passados trinta e seis anos está tudo na mesma ou pior. Afinal para que serviu a revolução?
Hoje, ao viajar por uma estrada nacional e numa distância de cem quilómetros encontrei à beira do caminho, dispersas por vários locais, mulheres, algumas pouco mais que adolescentes, que esperavam clientes.
Ao chegarem a acordo, o acto é consumado no meio do mato ou algo semelhante, sem qualquer privacidade ou higiene.
Isto que relato não há ninguém que não saiba. Até o PODER deve saber, ou não? Penso que sim, mas não fazem nada para encontrar uma solução. Não é possível acabar com a prostituição, devido às mais variadas questões; não sejamos hipócritas e vamos dignificar toda esta situação.
Penso que não é preciso dizer mais, para bom entendedor basta!
Vou transcrever um texto com humor negro mas que caracteriza aquilo que se passou nos anos sessenta, mas que a Revolução de Abril não resolveu…


Prostitutas
O Botas está feliz! O Botas fez um milagre!
No dia trinta e um de Dezembro de sessenta e dois havia em Portugal quinhentas mil prostitutas, recenseadas, pagando os seus impostos e com a vagina fiscalizada. Cada uma com seu chulo, ou seja quinhentos mil a viver à custa das trabalhadoras do sexo, não contando com as donas dos quartos onde era exercida a profissão mais antiga do mundo, e as amas que tomavam conta das crianças das prostitutas.
No dia um de Janeiro de sessenta e três, já não havia prostitutas em Portugal. Milagre do São Salazar, padroeiro do Estado Novo.
Deixou de haver mulheres da vida, acabou o chulo protector da prostituta, acabaram os proxenetas, os quartos não mais foram alugados e as amas foram para o desemprego.
O Botas está feliz! Em Portugal não há prostituição.
Os senhores da ONU, já não vão chatear mais. Tudo simples, Salazar com a sua varinha do condão, fez o difícil milagre. Mas, há sempre um "mas", Portugal entrou em recessão técnica, ruptura financeira, as receitas do Estado Novo decresceram rapidamente, sendo esta uma das principais causas.
Afinal a ONU tinha razão, quando dizia que o Salazar governava o país com as receitas da prostituição. E, agora que fazer? Pensou o medíocre professor de Coimbra. Simples, a solução é fácil. Assim falou o seu capanga de confiança. - Senhor doutor, sempre que uma ex prostituta meter a cabeça na rua, a partir do pôr-do-sol, leva uma tremenda multa. -Mas as mulheres não podem sair à noite? Perguntou Salazar: - Podem mas a polícia não sabe. Além disso, multa-se todos os locais que aluguem quartos, sempre que, dentro desses quartos , estiver um homem e uma mulher. -Então nos hotéis, nas residenciais, nas estalagens, mesmo entre marido e mulher? Voltou a perguntar o ditador. -Claro, a polícia não sabe nem tem nada que saber, mas mais, vão começar a aparecer doenças venéreas, esquentamentos, sífilis, sida, e outras mais ou menos perigosas. -Mas a sida ainda não apareceu. Admirou-se o Botas. -Não faz mal nós inventamos essa doença. -Mas tudo isso não é mau para a saúde pública? Coçou a cabeça Salazar, ao mesmo tempo que bebia o seu licor favorito feito do sangue dos portugueses. -A intenção é essa, os hospitais vão estar cheios, os médicos e as enfermeiras vão ter muito trabalho e a indústria farmacêutica vai facturar em grande e depois as empresas pagam mais impostos. Os cangalheiros vão vender caixões em quantidade industrial, são mais impostos.  Salazar sorriu de satisfação. Este capanga, mesmo sem curso era esperto.
Contra o que era habitual, o ditador agarrou com unhas e dentes as sugestões, do monstro que tinha como capanga. Como se sabe, Salazar mandava para debaixo da mesa as sugestões de qualquer ministro mais evoluído. Agora, o Botas estava duplamente feliz. Não havia mais prostitutas em Portugal e a pátria tinha a economia estabilizada.
Marinha Grande, 26 de Agosto de 2009
José d´Barcellos

Aqui está mais uma história triste do Estado Novo. Salazar ao ser confrontado na ONU, com a situação da prostituição em Portugal, foi pelo caminho mais fácil. Proibir a prática da indústria do sexo, à qual o regímen ia buscar altos rendimentos. Claro, que as prostitutas continuaram a trabalhar, agora na clandestinidade, sem protecção legal e sem assistência médica. Isto deu origem a graves problemas de saúde pública. Por sua vez, a polícia começou a multar e a prender sempre que apanhava uma mulher em sítio duvidoso, partindo do princípio que era uma profissional do sexo. Mais uma vez a hipocrisia do Estado Novo se manifestava no seu apogeu. Isto era o fascismo. Uma cidadã ser controlada nas ruas de Lisboa, fosse a que hora fosse, era uma arbitrariedade vergonhosa.
Como os leitores podem constatar, não foram só os comunistas que tiveram de estar na clandestinidade.
José Bray

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Núcleo de Xadrez Marinha Grande

Hoje vou falar desta Colectividade, conhecida de muitos mas que se encontra em "stand by" por razões estratégicas. O Núcleo nasceu em 3 de Julho de 1983, os mentores principais foram o José Martins Saraiva que ficou como sócio nº1 e José Manuel Bray (eu) que ficou como sócio nª2. Esta data foi escolhida porque foi o dia em que a rapaziada competiu sob essa bandeira (designação). A prova foi o Campeonato Aberto de Xadrez do Concelho de Manteigas (Distrito da Guarda). Representaram o Núcleo os seguintes xadrezistas; José Bray-3º, Idilio Gomes-7º, António Ruivo-8, Vitor Cordeiro-11º e José Renato Saraiva-13º, num total de oitenta e oito participantes. Por equipas o Núcleo venceu à frente de quinze formações. Foi um baptismo em grande!
A primeira sede da Colectividade foi na rua do Matadouro em sala construída para o efeito pela Autarquia da Marinha Grande. Nessa época o Xadrez tinha um vasto apoio da Câmara Municipal, na pessoa do seu presidente Emílio Rato e dos vereadores Francisco Duarte, Francisco Veríssimo e José Luís. Mais tarde a sede mudou para instalações do SOM, cedidas a custo zero por José Vareda com o apoio de Telmo Ferraz.
A partir da sua fundação o novo clube passou a liderar e a dirigir o xadrez da Marinha Grande e do Distrito e marcou forte presença no panorama nacional. Venceu diversos zonais competiu forte na 1ª Divisão de Clubes e os seus jogadores atingiram inúmeras posições de destaque nas muitas dezenas de provas em que competiram, conquistando títulos nacionais a nível de jovens.
A escritura legal do Núcleo aconteceu a 20 de Janeiro de 1987, sendo sócios fundadores assinando a escritura: José Saraiva, José Bray, Vítor Cordeiro, António Ruivo, Carlos Quaresma, Carlos Marques, Gustavo Morais, José Andrade, José Botas, Florência Bray, Lídia Salgueiro, José Botas, Elmiro Ferreira, João Ferreira, Telmo Rodrigues e Vítor Edra.
A actividade do Núcleo de Xadrez Marinha Grande, durante dez anos foi intensa, podemos destacar, para além do que já foi dito o seguinte; tetra campeões de Portugal em Xadrez por conrespondência, edição de seis números da Revista Oficial do Xadrez Postal, campeões nacionais do Inatel equipas, organização do famoso Torneio 25 de Abril, apoio com bastante actividade nas Jornadas Desportivas da Marinha da Grande e por fim criação do Memorial José Vareda em Homenagem ao doutor desaparecido entretanto. Mas muitas outras actividades aconteceram como é o caso da formação dos jovens, mas para nos apercebermos da importância desta Colectividade chega.
Mais tarde o NXMG fez uma fusão com o SOM e assim continuou a saga, contudo no dia que for necessário o Núcleo de Xadrez Marinha Grande abrirá as suas portas e voltará a entrar em actividade! Falta acrescentar que o emblema é as armas da cidade e a cor o preto e o amarelo torrado.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Carlos Oliveira Dias - Xadrez, Árbitros Internacionais

Parabéns! Carlos de Oliveira Dias merece a nomeação vinda da FIDE, para "Lecture For Arbiters Seminars", ou seja para preparar árbitros internacionais. O nosso rei da arbitragem trabalhou bastante para atingir este cargo. O presidente da Associação de Xadrez de Leiria e responsável do Xadrez do SOM-Sport Operário Marinhense, há muito que se dedicou de alma e coração à causa da arbitragem, muitas vezes com prejuízo da sua vida profissional e privada. Tenho orgulho em o ter incentivado nessa direcção!
A tua mãe lá onde está deve estar orgulhosa. Mais uma vez parabéns e muita sorte no desempenho das funções para que foste nomeado.
Um abraço sincero dos amigos de sempre!
José Bray e Daniel Bray

domingo, 17 de outubro de 2010

A Montanha Mágica - A Invenção do Xadrez

“Amigos. Hoje vou contar uma história mágica que se passou num país imaginário”

A Invenção do Xadrez

Após conquistar o título de campeão de xadrez do meu país, senti necessidade de descansar um pouco, por isso decidi acampar uns dias na enorme montanha que ficava a trinta minutos da minha residência, na companhia do Yarb, meu fiel amigo, o único cão do mundo que sabe jogar xadrez.

Uma manhã andava a passear nas alturas através de bosques e veredas levando um tabuleiro de xadrez e uma caixa de peças, por debaixo do braço. A meu lado Yarb, saltitava de contentamento mais parecendo uma cabra montês do que um cão intelectual. De repente aconteceu algo de maravilhoso próprio de um conto de fadas.

Tínhamos parado junto a uma nascente de água cristalina que caindo em cascata refrescava todo o ambiente. Estava calor, o cansaço e a sede tinham-se apoderado de nós, bebemos daquele néctar dos deuses. Ao levantar o rosto deparei com um velhinho de longa barba branca que sorria para nós com uma expressão de profunda simpatia.

Trocámos saudações convencionais, depois iniciou-se uma amena cavaqueira, ficando o forasteiro muito admirado com o meu xadrez, as peças de plástico eram desconhecidas para ele.

Após algum tempo virou-se para o Yarb e disse-lhe. ---- Olá simpático amigo, és muito parecido com a tua avoenga Morgana, só espero que jogues tão bem xadrez como ela jogava. ---- Fiquei totalmente perplexo, antes que eu dissesse alguma coisa convidou-me para jogar uma partida.

Embora confuso, fiquei satisfeito, preparei-me para dar uma lição ao velhote. Não jogámos uma mas sim meia dúzia de partidas, levei uma tremenda sova, não vencendo um único jogo. Cada vez mais admirado perguntei ao ancião as razões de tanto saber.

Explicou-me ser descendente do sábio que inventou o xadrez. Fiquei ainda mais curioso. Ele com simplicidade e simpatia contou porque razão o seu antepassado criou este jogo maravilhoso.

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Há muito tempo atrás, já lá vão mais de dois mil anos, ainda Jesus Cristo não tinha nascido. Duas cidades vizinhas, Branca e Preta, povoações existentes no sopé da Montanha Mágica, encontravam-se em guerra.

O exército de Branca cercava as muralhas de Preta há várias semanas, não deixando os seus habitantes em paz.

As crianças da cidade sitiada não podiam brincar nas calçadas e jardins. Por motivos de segurança, eram forçadas a estarem fechadas no salão maior do castelo e não podiam fazer barulho.

As semanas passavam e a situação não melhorava. As crianças começaram a ficar melancólicas e acabaram por adoecer com um estranho mal.

Ao ter conhecimento da situação o rei Preto mandou o seu médico dar assistência às crianças e tentar encontrar cura para a estranha doença. O príncipe Pretinho filho do soberano encontrava-se entre os meninos doentes.

O médico depois de observar cuidadosamente os garotos, informou o rei. ---- Saiba sua majestade que não tenho hipóteses de curar esta doença, as crianças sofrem de tristeza e para isso eu não tenho a cura­.

O rei reuniu de urgência os seus conselheiros que trocaram opiniões, depois sugeriram ao soberano que pedisse ajuda ao sábio da Montanha Mágica. Para essa missão foi nomeado o melhor cavaleiro do reino o Capitão Valente.

O corajoso Valente saiu da cidade pela calada da noite através do túnel secreto, passou disfarçado o inimigo e dirigiu-se em veloz galope para o topo da altíssima Montanha Mágica, para pedir ajuda ao velhinho das barbas brancas.

O sábio que também era mágico, ouviu com atenção o enviado do rei Preto e prometeu ajudar, mas só lá estaria daí a uma semana. Tinha uma cadelinha para ter filhos e queria dar assistência ao parto.

Ao regressar, o capitão parou junto de uma nascente de água cristalina que jorrava em cascata. Cavaleiro e cavalo precisavam de matar a sede e descansar um pouco. De repente, Valente começou a ouvir gritos de criança a pedir socorro, vindos do sul. De imediato, dirigiu-se veloz na direcção dos sons alucinantes.

Ao contornar uma espessa moita deparou-se-lhe o drama. Um jovem ricamente vestido estava a ser atacado por um belo dragão.

O Capitão que não era só valente de nome avançou de imediato para o bicho e travaram uma luta digna de campeões. O dragão, ao sentir que não podia vencer o valoroso cavaleiro, decidiu mudar de ares, bateu asas e foi-se embora.

Devido ao pânico, o jovem não se lembrava de nada; nome, família, país, amigos… Nada mesmo! O Capitão que tinha bom coração sentiu-se na obrigação de o proteger, por isso levou o menino para a cidade Preta.

Após algumas aventuras conseguiram chegar ao castelo, o menino foi bem recebido ficando junto das outras crianças e criou de imediato amizade com o filho do rei.

Conforme prometido o sábio da Montanha Mágica apareceu na cidade no dia combinado. Há quem diga que chegou envolto numa nuvem branca, igual à sua longa barba.

O velhinho arranjou logo forma de vencer a tristeza das crianças. Inventou um belo jogo, de muita arte e ciência, chamou-lhe Xadrez. Ensinou os garotos que a partir daí passaram os dias a jogar. Como por encanto ou magia a tristeza desapareceu e os meninos nem se lembravam que havia guerra.

Os dois jogadores mais destacados, eram o filho do rei e o menino recolhido que continuava a não ter lembranças do passado.

O rei da cidade Branca, muito teimoso continuava a cercar a cidade Preta. Entretanto recebeu uma notícia que o deixou muito abalado. O seu filho tinha desaparecido e provavelmente estava morto.

Desesperado com a má notícia decidiu atacar abertamente a cidade cercada. Apanhou de surpresa o castelo do rei Preto que não ofereceu resistência. Só faltava conquistar o salão que era defendido pelo destemido Capitão Valente.

Na fúria da luta, o portão do salão abriu-se e o rei Branco ficou paralisado com o que viu lá dentro. Muitos meninos a jogar um jogo que ele desconhecia e entre eles o seu filho desaparecido. O príncipe ao ver o pai, com o choque recuperou a memória contando de seguida as suas aventuras ao seu progenitor.

O rei Branco caiu em si e ficou profundamente arrependido com o seu comportamento, libertou os inimigos e voltou a entregar a cidade ao rei Preto.
Depois disso foram assinados acordos de paz eterna, tratados de cooperação. Lutas a partir desse momento só no tabuleiro de xadrez.

Passaram mais de dois mil anos e nunca mais houve guerra entre as duas cidades, contudo todos os anos se realizam importantes torneios de Xadrez entre Brancas e Pretas.

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Maravilhado com a narração fechei por momentos os olhos, quando os abri o descendente do sábio da Montanha Mágica tinha desaparecido.

Ainda hoje, estou convencido que era o próprio sábio da Montanha Mágica o maravilhoso velhinho que jogou o Xadrez comigo e me contou tão bela história. O meu cão Yarb pensa o mesmo.

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Marinha Grande, 13 de Julho de 1990
José Bray

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Este conto é dedicado ao meu neto Daniel Bray, ainda não nascido na altura em que escrevi “ A Invenção do Xadrez”, às filhas Ana e Isa, à Flor que atura as coisas do xadrez há trinta anos, ao meu cão Yarb que repousa no pinhal do rei e à inteligente Morgana.
Este conto também é dedicado aos meninos e meninas que acreditam na magia do Xadrez e o praticam com dedicação.

Revisão a 17 de Abril de 2004
José Bray












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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Xadrez - Abertura, meio-jogo e final

Amigos,

Conforme prometido, hoje vou falar da mãe Abertura do pai Meio-Jogo e dos primos Final.
A vida de uma pessoa divide-se em três períodos, infância, adulto e idoso.
As fases de uma partida de xadrez são três, abertura, meio-jogo e final.
Vamos comparar a analogia entre a vida e o xadrez.

Abertura

Para uma criança entrar na vida, tem de ter uma boa preparação; alimentação de qualidade, cuidados de saúde, amor e carinho, educação e instrução cuidadosa. Um jovem mal preparado dá um mau adulto.

No xadrez passa-se o mesmo. A abertura tem de ser feita com rigor, senão a partida não está preparada para o meio-jogo. Uma má abertura significa uma rápida derrota.
Meninos e meninas, vamos estudar e compreender a abertura. Para muitos esta é a fase mais fácil de uma partida de xadrez. Peçam apoio aos vossos professores para vos ajudarem a entenderem a mãe Abertura.

Meio-Jogo

Quando um jovem atinge o estatuto de adulto, entrou no meio-jogo. Precisa de estar preparado para a complexidade da vida; emprego, família, habitação, vida social, realização pessoal, doenças, etc.

Quando uma partida atinge o meio-jogo entra numa fase conflituosa e complexa, a táctica e a estratégia misturam-se intensamente. Os jovens precisam de muita formação xadrezista para dominarem esta parte dos combates que travam.
Peçam apoio ao pai Meio-Jogo para vos ajudar nesta fase da partida, tão difícil e complexa, tal e qual como na vida de um adulto.

Final

No fim da vida, o final, o idoso tem de utilizar o saber acumulado através da sua existência. Deve ter a melhor qualidade de vida possível, até ao momento final, o xeque-mate.

O Final, conclusão da partida (e da vida) é no xadrez arte e ciência. Nos finais de partida atinge-se a perfeição. Para os mestres, o final de um jogo de xadrez é a parte que justifica mais estudo.
Estudem bem os finais, dessa forma vão conseguir muitas vitórias. Ninguém pode ser campeão se não for bom finalista.
Aprendam com os vossos primos de apelido Final.


Marinha Grande, 16 de Abril de 2004

José Bray

Nota final: Uma partida de xadrez é um todo e precisa de muito estudo. O problema é, como orientar esse estudo? Como cativar os jovens? Se o ensino não for agradável a criança desiste!

Xadrez - As três irmãs

Introdução
Amigos,
Hoje vou vos falar de três irmãs que são muito unidas e podem ajudar os xadrezistas a vencerem as batalhas no tabuleiro. Não sei qual delas é mais poderosa, mas sei que em conjunto conseguem grandes feitos e são quase invencíveis. Não sei a idade delas, nem se são feias ou bonitas! … Os meninos devem estar a pensar que estou a brincar, mas não. Sei o nome de cada uma e quais as suas capacidades mágicas.
Os seus nomes são: Iniciativa, Antecipação e Pressão.
Agora vamos falar das suas virtudes.

A Iniciativa
Na vida as pessoas precisam de ter iniciativa. Muita gente não consegue chegar a lado nenhum devido à falta de iniciativa. Encolhem-se; por medo, por timidez ou por indolência. Outros factores podem impedir as pessoas de terem iniciativa, por exemplo; a falta de conhecimentos! Meninos e meninas, vamos todos estudar!
No xadrez passa-se o mesmo, não havendo iniciativa os jogadores têm muita dificuldade em conseguir vitórias. Não podemos esperar que as coisas aconteçam. Quem tiver muito saber técnico; aberturas, finais, meio jogo, estratégia, táctica, etc. … Consegue vitórias, mas quando confrontado com xadrez do mesmo nível, raramente vence, normalmente fica-se no empate ou na derrota.
Por isso, a iniciativa é o caminho mais curto para vencermos! É o caminho mais curto para o objectivo.

A Antecipação
A antecipação está directamente ligada à iniciativa. Na vida é preciso ter antecipação! Temos de chegar primeiro. Não esqueçam o velho ditado --- Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje. As pessoas por indolência ou irresponsabilidade vão adiando as decisões e normalmente chegam tarde. Não têm antecipação.
No xadrez acontece o mesmo; precisamos de ter antecipação. Temos de fazer antes do adversário, seja a atacar seja a defender. Como na vida, também no xadrez a antecipação está bastante ligada à iniciativa. Nem sempre! Mas, chegar primeiro ou fazer antes que o adversário, pode ser a diferença entre a vitória e a derrota.

A Pressão
Como é lógico, a pressão também tem ligação com a iniciativa e a antecipação. Na vida precisamos de dar continuidade aos conceitos anteriores, a isso chama-se pressão. Se a iniciativa e a antecipação forem momentâneas, podem não chegar para atingir o objectivo e a tarefa fica incompleta.
No xadrez acontece o mesmo, a pressão tem de ser exercida até o adversário levar mate ou não conseguir vencer. Não esqueçam que uma partida só acaba quando um dos jogadores abandona ou os dois aceitem o nulo (empate). Muitas vezes uma jogada passiva leva ao desmoronamento da posição e do jogo. Já assisti a muitas partidas em que um dos jogadores tinha uma posição de forte pressão, ao passar de um lance para outro lance abrandaram a pressão e acabaram por perder ou empatar. Pensem bem antes de jogar, em certas posições vale mais ter pressão do que ganhar material.

Conclusão
Resumindo; cada irmã tem as suas virtudes e o seu poder. Mas a sua maior força é a união! Quando as três se unem fazem maravilhas. São um trio invencível. Por isso meus amigos, façam-se amigos das três irmãs e elas farão dos meninos e meninas campeões!.. Aprendam o mais que puderem com elas e elas passarão a ser também vossas irmãs. Os quatro farão partidas de alto nível e os adversários irão tremer com a vossa força.


Marinha Grande, 12 de Abril de 2004

Amigos,

Em breve irei falar de outros familiares, todos irão dar uma ajuda na vossa formação. Os meninos conhecem a mãe Abertura? E o pai Meio Jogo? E a avó Estratégia? Ainda temos os tios Espaço e Centro, as tias Táctica e Manobra, o avô Desenvolvimento, os primos Finais, etc., etc.
O Xadrez é um mundo maravilhoso paralelo ao real, mas no bom sentido. O jogo é leal, democrático, sem racismo, ou outras formas de exclusão social. No xadrez não há ricos nem pobres, feios ou bonitos.
Ninguém tira a vez a ninguém.
No Xadrez não há batota! …

José Bray



O homem do Tijolo e o Xadrez

Era uma vez dois amigos que andavam sempre juntos. Eram como irmãos, mais, pareciam mesmo gémeos mas não tinham nenhum grau de parentesco. Tinham a mesma altura e peso aproximado. Na inteligência nenhum ficava a ganhar e na força também não. Eram dois rapazes fabulosos cheios de potencial. Nasceram e cresceram juntos e fizeram tudo na vida semelhante. Tudo não!.. Houve uma coisa que não fizeram igual. Colocar um tijolo todos os dias!.. João fazia isso usando alguns segundos em cada dia que passava. Pedro achava a isso um disparate e ria-se do amigo.
A vida passou e um dia chegaram à velhice. O João tinha construído um edifício e o Pedro nada fizera!


Era uma vez dois amigos que andavam sempre juntos. Jovens igualmente inteligentes, gostavam das mesmas coisas, uma das suas paixões era o jogo do Xadrez. Durante um certo tempo o nível deles era igual. A partir de certa altura aconteceu o seguinte: O Carlos só queria jogar e não queria estudar o xadrez, afirmava que o mais importante era praticar. Por sua vez o Daniel estudava todos os dias, uns finais, mates, combinações, táctica, estratégia, pouco de cada vez mas sempre.
Sabem o que aconteceu com o passar do tempo? É muito simples! O Carlos embora fosse muito inteligente nunca passou de um jogador medíocre, por sua vez o Daniel tornou-se um campeão sem esforço de maior.


Façam como o Homem do tijolo, todos os dias aprendam um pouco e assim conseguirão construir o edifício do saber!




Marinha Grande, 06 de Maio de 2004
José Bray

domingo, 3 de outubro de 2010

Xadrez - SOM e Daniel Bray vencem Distritais de Rápidas




















Os Distritais de Leiria no ritmo de Rápidas (partidas de 5 minutos), disputaram-se na aldeia do Ninho da Águia, freguesia da Benedita concelho de Alcobaça, na colectividade local. Estiveram presentes quatro dezenas de xadrezistas e sete equipas. Na prova individual venceu Daniel Bray do Sport Operário Marinhense da Marinha Grande, com 6,5 em 7, em segundo ficou André Pinto de São Martinho do Porto e em terceiro Pedro Rodrigues da Academia de Xadrez da Benedita. Na prova colectiva o a equipa da Marinha Grande representada por Jorge Simões, Daniel Bray, Carlos Dias e José Bray, saiu vencedora ao consentir só uma derrota, em segundo lugar ficou a equipa das Caldas da Rainha e em terceiro a Casa do Povo do Bombarral. Estão de parabéns os representantes da cidade vidreira e em especial Daniel Bray (16 anos) que conquistou mais um título Distrital. Quero louvar, porque é da mais elementar justiça a atitude de Ricardo Pais que mostrou o maior fair play e também a atitude no bom sentido de Samuel Rebelo ao aceitar a decisão polémica do árbitro.

Data importante, 3 de Outubro - Trabalho e Tabaco

Há na vida de cada pessoa, datas importantes, derivadas dos mais diversos acontecimentos, como todos sabem. Não fujo à regra, mas hoje vou falar de um dia do ano que comemora dois acontecimentos da minha existência sobre os quais me apetece falar, o 3 de Outubro. Nesta data no ano de 1957 comecei a trabalhar oficialmente, já lá vão cinquenta e três anos... Portugal, nessa época era uma nação de grande pobreza e fascista, a vida era muito difícil para 90% da nossa população residente. Por essa razão os nossos jovens precisavam de ajudar os pais, não podendo ir estudar, mesmo que fossem as maiores inteligências do país. Isto era o Salazarismo! Infelizmente fazia parte dessa percentagem. Considero contudo uma data marcante! Em 1973 era um fumador inveterado fumando três maços por dia. Um dia pensei.--Bray tens a mania que és inteligente mas és uma besta, andas a prejudicar a tua saúde e a dos teus indirectamente, gastas dinheiro que pode fazer falta à tua filha e ainda por cima incomodas toda a família, burro, burro. Então no dia 3 de Outubro estando a jogar o Campeonato de Angola de Xadrez, amachuquei o maço MC e nunca mais peguei num cigarro! Claro que custou muito, mas não há niguem mais teimoso que um teimoso!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

António Mamede Diogo

Fez em seis de Setembro um ano que a alma do Mamede Diogo deixou o corpo doente! Fez um ano que perdemos um amigo de enorme dignidade humana, um homem com H grande! Um ano depois a saudade não diminuiu, sua ausência está sempre presente. Ainda há dias no Torneio de Montemor a sua aluna querida e grande campeã Ana Rita chorava recordando o mestre e amigo, cena comovente protagonizada por uma menina com dez anos. Não há maior homenagem que esta! Também o meu neto Daniel Bray homenageou Mamede Diogo, quando do Memorial em memória do nosso amigo, ao vencer a prova ofereceu à família o Troféu. Conheci o Mamede há trinta anos, havia amizade e cumplicidade entre nós. Não conheci nenhum jogador com mais desportivismo que ele, nunca assisti a qualquer atitude menos digna da sua parte. Disputamos oficialmente uma dúzia de partidas, ele venceu mais, mas quando perdeu foi sempre com bons modos, infelizmente não se pode dizer o mesmo de mim. Quando faleceu encontrava-me longe, era impossível vir ao funeral, mas no Hotel já na madrugada do dia sete escrevi um pobre poema mas com sentimento em sua memória, que transcrevo.
António Mamede Diogo

Morreu o António Diogo
Foi-se um amigo desportista
Companheiro da vida e do jogo
Foi embora, um às, xadrezista
O xadrez foi sua paixão
Ficou tudo mais pobre.
Perdeu-se um grande campeão
E um homem sério e nobre
Grande… grande lutador!
Batalhou, esgrimiu com coragem
Na vida, na doença e na dor.
Deixando a todos nós uma mensagem!
Um exemplo, o António Diogo
Merece nosso respeito e homenagem.
Ser social, afável, amoroso
Carácter íntegro de primeira
Bom pai e marido dedicado
Uma vida, de luta e canseira
Com imensos valores e predicados
Adeus Mamede, bom amigo
Ficas para sempre no nosso coração
A malta, sem excepção está contigo
Na nossa e total recordação
Anos foram mais de trinta
Dos jogos e nossa vivência
Fizemos muitos lances e muita tinta
Com esforço e bastante inteligência.
Rapazes o Diogo não morreu!
Há suas partidas, sua história.
António Diogo, não faleceu
Viverá sempre na nossa memória!

José Bray, campeão nacional de veteranos
Évora, 07/O9/2009
Até sempre Mamede, descansa em paz!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Xadrez Nacional Preliminar - Daniel, Hugo e Inês

Na cidade da Amadora de 4 a 12 do corrente mês disputou-se o Campeonato Nacional de Xadrez Individual, Fase Final e Preliminar. Estiveram presentes oitenta jogadores.
O Distrito de Leiria foi representado na Preliminar Nacional por Daniel Bray 16 anos, do Sport Operário Marinhense - Marinha Grande, Hugo Santos 18 anos e Inês Santos 13 anos, ambos da Academia Mamede Diogo - Peniche. Os meninos dignificaram o seu Distrito e os seus clubes. Daniel Bray, cumpriu embora se esperasse mais da sua prestação, enfrentou sete adversários acima do seu rantig e ainda conquistou 15 pontos para o seu Elo ficando com 1960. Hugo ficou em quatro lugar fazendo uma prova de alto nível, não lhe tirando o mérito o seu adversário da última ronda não compareceu por isso venceu o jogo por falta de comparência, a jornada final é a mais importante para a classificação. A Inês foi sem dúvida a melhor prestação ao conseguir 5 pontos, o seu Elo era de 1631 a média dos adversários foi de 1929, arrecadando para o seu rantig 42 pontos ficando com 1673. Parabéns meninos e menina. A Família Lima Santos está em alta, bem merecem! O Campeão Nacional Absoluto passou a ser Paulo Dias, parabéns!

O Xadrez e o Poder

Para nos situar, vou transcrever um texto inserido num trabalho sobre a Academia de Xadrez de Luanda, é uma história verídica passada em Luanda no ano de 1972.


Um dia, decorria o ano de mil novecentos e setenta e dois, Angola foi visitada por um
Secretário do Ministério que titulava a Cultura e o Desporto, um senhor barrigudo vindo do “Puto” (Metrópole), nas visitas regulares de controlo.
A rapaziada do Xadrez conseguiu chegar à fala e pediu uma reunião. O tema foi o pedido de ajuda para se fomentar o xadrez na colónia. Resposta do Secretário barrigudo.
-Meus amigos, tenho muita pena mas o Estado Português não apoia desportos de azar!
Isto foi real! Por minha honra!
Gargalhada geral… Ainda hoje ecoa por todo o continente negro…


Com as devidas proporções, esta anedota é demonstrativa da falta de apetência do Poder pelo Xadrez antes do 25 de Abril. O embate Leste/Oeste, protagonizado por Spassky e Fischer, URSS/EUA, acordou um pouco as consciências mas foi sol de pouca duração. Após a Revolução, aí sim, houve um investir forte. Durou uns anos tantos como os ideais de alguns revolucionários, caindo na portuguesa apatia do costume. Acabou o século XX, entrou o XXI e já lá vão dez anos, o Xadrez continua a ser desprezado pelo Poder. Não interessa os homens, sejam de esquerda ou de direita, não interessa os partidos, todos têm feito o mesmo. O Xadrez não dá votos, o Xadrez não dá dinheiro, o Xadrez não dá penacho! Mas o Poder está enganado, no interesse colectivo o Xadrez tem muito para dar, leiam o que se diz das virtudes do Xadrez, texto inserido neste blog. Pensam que o Xadrez só é útil para desenvolver o raciocínio (só este aspecto era suficiente para apoiarem mais esta ciência e esta arte), mas o Xadrez é muito mais. Quero acabar por agora com esta afirmação. Se apoiassem mais os Xadrez nas camadas jovens, gastavam menos para combater a droga e havia mais rendimentos nas escolas de Portugal!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Xadrez na Pampilhosa da Serra






Dia 28 de Agosto, "o circo do xadrez" foi até à Pampilhosa da Serra lá foi disputado o 1º Aberto daquela povoação. Estiveram presentes uma centena de xadrezistas, muitos nomes sonantes da modalidade. José Bray e Daniel Bray estiveram presentes, para se aquilatar a força da prova, o primeiro era o 37º e o segundo o 32º, isto do rating da modalidade, não fizeram prova brilhante mas não destoaram, ficando classificados dentro dos parâmetros. Pampilhosa da Serra é uma vila bonita, enquadrada no meio de serras, atravessada pelo rio Unhais. O excesso de calor, acima dos 35º, ia dando cabo do pessoal. Foi um convívio muito agradável, com concerto da Filarmónica local e actuação do Rancho Folclórico, também da vila, acompanhado por um excelente churrasco. Do Distrito de Leiria, além dls Bray, estiveram cinco xadrezistas de Peniche, dois do Bombarral e quatro de Figueiró dos Vinhos. Apareceram alguns amigos que já não via há muito, entre eles o Staline jovem de oitenta anos, figura muito interessante,senão vejamos, é o único em Portugal com aquele nome, salvo erro, pelo menos antes do 25 de Abril, foi o primeiro presidente da Cãmara da Moita após a revolução dos cravos, aprendeu a jogar o xadrez aos setenta anos e ficou apaixonado pelo nobre jogo. O torneio foi fomentado pela família António Fernandes e seu pai Júlio Santos, oriundos daquele Concelho. Por coincidência António venceu o torneio e o pai venceu os veteranos. Houve a promessa dos autarcas locais que o segundo torneio vai ser uma realidade.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Academia de Xadrez de Luanda

Em mil novecentos e setenta e três foi fundada em Luanda uma instituição exemplar, a Academia de Xadrez de Luanda, com sede no Bairro de Alvalade na rua do cinema Avis. Os principais mentores desse projecto foram; João Palma e José Bray, a estes juntaram-se o Franco (oculista) e o Daniel Silva, um para ajudar financeiramente o outro para fazer recados. Depois de imediato começaram a aparecer xadrezistas a apoiarem. Na época do match Spassky/Fischer 1972, para o título mundial, o xadrez na capital angolana, jogava-se nos cafés, esplanadas, hotéis e clubes de prestígio, Nuno Álvares, Clube dos Caçadores, Antigos Estudantes de Coimbra, Clube Transmontano, Clube da Junta Autónoma de Estradas, etc. O pessoal reclamava pela independência da modalidade, sempre sujeita aos caprichos das entidades que permitiam a sua prática nas suas instalações. É famosa a frase do Carlos Oliveira, génio da modalidade e último campeão de Angola Colonial em 1974. – Se houvesse um padrinho rico que nos oferecesse uma sala. – Todos concordaram, menos eu e o Palma. Se queríamos condições era preciso trabalhar para isso. E foi assim que tudo começou! A ideia inicial era um banal clube autónomo de Xadrez. Nessa altura propus que a visão fosse mais ampla e por isso criar uma Academia. Houve alguma resistência, diziam ser demasiado pretensioso. Mas com argumentos válidos convenci toda a oposição, tais como. Primeiro, a Academia tinha a função de ensinar, segundo, a Academia iria coordenar o xadrez de Angola, terceiro, na Academia iam estar os mestres de Luanda. Todos concordaram. Escreveram-se os estatutos, diga-se de passagem, exemplares. Alugou-se um estabelecimento para sede e que foi apetrechada com mesas e cadeiras assim como um bar. O mobiliário foi em grande parte adquirido e pago por Bray e Palma. Era necessário um emblema, calhou-me a honra de o criar. A Academia de Xadrez de Luanda era uma realidade. A partir daí todos os dias havia mais sócios, pagando uma quota de cem angolares, o movimento era intenso. Na Academia disputou-se o Distrital de Luanda em 1973 e 1974, o campeonato de Angola de 1973 e 1974 e o grande Torneio Angola Livre em 1975. Após a descolonização a sede passou para a Brito Godins junto à Maianga. Após a independência o poeta António Jacinto, Ministro da Educação, enviou uma carta à Academia, louvando o nosso trabalho e oferecendo o apoio do Governo para tudo o que fosse necessário. Mais tarde a Academia de Xadrez de Luanda foi integrada na Federação de Xadrez de Angola.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Silvério Pedro da Roza Bray

Na minha família Bray, o nome Silvério repetiu-se através da nossa saga. Hoje vou falar do meu bisavô. Dando continuidada ao já escrito, este meu antepassado não nasceu na Ermegeira, acompanhou os pais José Pedro da Roza Bray e Maria das Dores, na vinda destes para a Quinta da Ermegeira onde o meu trisavô fui ocupar a função de Feitor. Finalmente descobriu-se o registo de nascimento do Silvério e alguns segredos vieram à luz. Nasceu na freguesia da Carvoeira no dia 22 de Março de 1866 às seis da manhã, sendo baptizado na Igreja local no dia 27 de Março. Os pais não eram casados, tendo nessa altura Maria das Dores dezoito anos. Foi padrinho outro Silvério irmão do pai, por isso tio. O casal ficou a viver nas Carreiras e legalizou a situação casando a 3 de Setembro do mesmo ano. Pouco depois partiram para a Ermegeira e aí nasceram os irmãos do bisavô Silvério.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Xadrez - Distrital Absoluto de Leiria

Terminou na Academia de Xadrez da Benedita o campeonato absoluto do Distrito de Leiria, André Pinto de São Martinho do Porto é o novo campeão, ficando Daniel Bray em vice-campeão. A sorte sorriu ao novo campeão, dois jogos perdidos e devido a erros grosseiros os adversários deixaram fugir as partidas. Mas não há vencedores sem sorte. Parabéns ao André e à família Pinto, por sinal pessoas bonitas.
Alguém perguntará. Mas no xadrez também há sorte? Claro que há! Mas vou explicar de outra perspectiva. No Xadrez perdemos sempre bem! E porquê? Porque se o adversário merece é por mérito dele, nós não tivemos jogo para ele, se cometemos erro grosseiro merecemos perder porque não estivemos à altura. Mas muitas vezes ganhamos mal, sem fazermos nada. o adversário faz erros infantis muitas vezes com o jogo ganho, ou ganhamos porque tocou o telemóvel do nosso oponente, ou ele não aparece para jogar, pode ter tido um furo ou perdido o transporte, ou um problema de saúde. Por isso muitas vezes ganha-se sem mérito, mas nós não temos a culpa.
André Pinto sucede a Daniel Bray que por sua vezes tinha sucedido a José Bray.

Torneio das Linhas de Torres


Decorreu no dia 18 de Julho em Torres Vedras o Torneio de Xadrez comemorativo dos duzentos anos das Linhas de Torres, fortificações de elevada importância para conter o invasor francês. A prova disputou-se no Forte de São Vicente, perante uma paisagem de grande beleza. A organizção esteve a cargo do Académico de Torres e patrocínio da Autarquia da cidade. Carlos Marques foi o director da competição e Carlos Dias foi o árbitro principal. Sou do concelho de Torres Vedras, por isso desloquei-me lá com o meu neto Daniel e a minha companheira, para mim era uma honra disputar este open, mas não joguei! E porquê? Vamos lá fazer os reparos...

Ponto I - Torneio disputado longe do centro da cidade, dificeis acessos, os acompanhantes não conduzindo não tinham hipóteses de sair do local.

Ponto II - O local da prova só tinha uma casa de banho e ordinária, para homens e mulheres, muitas crianças de ambos os sexos. Inadmissivel. Queriam que as pessoas andassem a urinar e a obrar no património?

Ponto III - Dia de calor, havia muitos garrafões de água mas copos só um. Bebiam todos pelo mesmo?

Ponto IV - Este é mesmo ridículo! A meio do torneio vieram dizer que os carros não podiam estar dentro do Forte, obrigando as pessoas a retirar as viaturas e a estacionar ao longo da estreita estrada. Pergunto, que mal fazia ao património as viaturas arrumadinhas em cima da terra batida? Não deviam pôr logo um aviso na entrada, "proibida a entrada a viaturas"? Não estiveram preocupados com os excrementos devido à falta dos WC nem com a falta de apoio aos visitantes, mas preocuparam-se com os carros que estavam tão sossegados. Reparei nalguns remendos feitos no complexo que são um atentado ao património histórico, e esta...

Voltemos ao Open. Estiveram presentes cerca de oitenta jogadores, a concorrência foi forte em força de jogo. Venceu o grande António Fernandes em pontuação igual ao não menos grande Rúben Pereira. Daniel Bray fez uma excelente prestação ficando no grupo dos sétimos classificados com cinco pontos e meio, só perdendo um jogo, empatando três e vencendo quatro.

Carlos Marques fez um trabalho meritório, mas penso que foi ultrapassado pelo sucesso inesperado. Não esperava tanta gente e de tão grande qualidade.

Espero e desejo que em Torres Vedras se organize todos anos um bom Torneio de Xadrez, com as melhorias que os erros ensinam.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Adeus Carlos Quaresma

Pois é, o Carlos Quaresma deixou-nos fisicamente! A sua alma apagou-se ontem dia sete de Julho. Hoje a matéria foi depositada num cemitério de Leiria, mas não é lá que está o nosso amigo "House", alcunha carinhosamente colada por nós. Ficará vivo na memória dos amigos do Xadrez até um de nós existir. Conheci bem esta cativante e complicada personagem. Homem irreverente, corrosivo, anarquista em tudo, mas grande humanista e brilhante inteligência. Jogador de Xadrez de primeira, era mesmo um cientista da modalidade. Bray, Cordeiro, Quaresma e mais um, percorrreram Portugal durante vinte anos representando o Xadrez da Marinha Grande. O nosso amigo tinha uma memória de dois elefantes, decorando sem dificuldade centenas de partidas. Mas o Carlos Quaresma era uma inadaptado, sem qualquer noção das coisas práticas da vida. A sua agressividade era derivada da sua timidez. Quantas vezes, nessas alturas o mandei à merda e ele começava a rir...
Comecei a lidar com ele em oitenta e três, já nessa altura senti nele uma necessidade de auto-destruição, tendência que se veio a agravar ano após ano. Com a doença os últimos anos foram de sofrimento e o fim pressentia-se breve. mesmo assim foi um choque para todos nós. O Xadrez ficou mais pobre e nós também. Até sempre refilão!
José Bray

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A Filarmónica da Ermegeira

A coisa mais importante da minha terra é a música, sim a filarmónica. Desde miudo amei aquelas noites em que ouvia os ensaios. No fim de semana lá ia a banda comparecer nas festas das diversas aldeias da região, o povo ia atrás dos seus músicos. Nesse tempo só havia machos no elenco. Como iam vaidosos na farda que era a vestimenta mais decente que tinham. Gente pobre, muito pobre, as excepções eram raras. Metade da banda era Bray a outra metade eram primos. O meu bisavô Silvério Pedro da Roza Bray, foi um dos fundadores em 1882, reinava D. Luís. No início havia alguns músicos da Aldeia Grande, após discussão levaram para a sua aldeia os instrumentos, lá esteve algum tempo, pouco por sinal. Um dia comandados pelo Silvério (grande reguila), durante a noite foram à Aldeia Grande e trouxeram tudo para a Ermegeira, onde está até hoje. O meu padrinho Silvério, neto do fundador foi músico durante setenta anos e que bem ele tocava trombone. Morreu há meia dúzia de anos, eu gostava muito dele. com a sua ausência a banda já não me atrai tanto...
A banda continua a tocar e bem e hoje já tem meninas.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ermegeira - O primeiro Bray

Na Ermegeira, minha terra natal, havia e possivelmente ainda há, uma opinião generalizada que o primeiro Bray, seria um militar inglês, do tempo das invasões Francesas. Para uns, teria sido ferido e por cá ficou fazendo a vida, para outros que teria desertado, para muitos o militar teria passado à disponibilidade e casado com alguma menina da redondezas. Fomos criados na crença de que o homem era inglês e militar, a história teria acontecido logo após 1808. Nada mais errado.
Não sabemos se era inglês, francês ou outra nacionalidade. Mas sabemos que chegou à Ermegeira em 1865 ou 1866! E esta...
Chamava-se José Pedro da Roza Bray (sim Roza com z). Era jovem 23/24 anos, casado com Maria das Dores ainda mais jovem 17/18 anos. O matrimónio foi na Carvoeira e quando partiram para a minha aldeia já levavam o primeiro filho Silvério Pedro da Roza Bray, por sinal meu bisavô.
O meu avoengo foi trabalhar como feitor para a Quinta da Ermegeira, propriedade dos Viscondes de Balsemão.
Depois nasceram mais filhos por esta ordem, Maria Henriqueta, Luiza Maria, Mariana, Amélia e José (Sobrigal).
Maria das Dores, faleceu em 1880 com 32 anos. De que teria morrido? Parto, doença, epidemia? Não sei...
O marido mandou erigir um pequeno mas digno monumento no cemitério do Maxial.
Foi assim que começou a saga dos Bray na Ermegeira, minha aldeia.
E antes? E depois? Claro que sabemos muita coisa. Isto foi só para aguçar o apetite.

Xadrez - Distrital Absoluto de Leiria

Vai disputar-se o Distrital Absoluto de Leiria, nos dias 3, 10, e 17 de Julho. As partidas irão ser jogadas na Residencial D. Fernando - Estrada Nacional 2, Benedita.
José Bray e Daniel Bray irão lutar para conquistar o título máximo do Distrito. O primeiro venceu em 2008 e o segundo venceu em 2009, por isso é o campeão em título. Daniel foi o mais jovem de sempre a conquistar esta prova com 15 anos. José já venceu por diversas vezes (6) a primeira em 1983 e a última com 64 anos há dois anos.
Recordamos que há mais um Bray no Xadrez, de momento retirado por motivos profissionais e familiares. Trata-se de Isa Bray, forte jogadora e um talento enorme para esta modalidade. Esperamos que em breve volte à competição.
Por sua vez, a nível etário, ou seja nas provas para jovens, Daniel Bray é campeão Distrital há oito épocas.
Quem quiser assistir aos campeonatos só tem de aparecer, as partidas disputam-se de manhã e à tarde.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Virtudes do Xadrez

Diz quem sabe! A prática do Xadrez pode desenvolver:
Imaginação
Concentração
Planificação
Previsão
Memória
Espírito de luta
Controle nervoso
Capacidade de decisão
Criatividade
Organização
Autocrítica
Objectividade
Intuição
Capacidade de cálculo
Visão espacial
Sociabilidade
Lógica
Superação do fracasso
Democratização

A lista não acaba aqui, mas serve para perceber a importância do Xadrez na formação dos jovens.

O poder (governo) tem de entender as vantagens em fomentar esta disciplina nas escolas portuguesas.

O XADREZ É BOM, É BARATO E FAZ BEM.

Mário Silla 1947/2003

Fiquei muito triste ao saber do falecimento do meu amigo Mário Silla; meu companheiro de utopias. Não é segredo a grande amizade que me ligava a ele.

Durante o tempo que por cá se anda, há pessoas especiais que nos tocam profundamente e têm sempre um cantinho no nosso coração. Os anos passam a distância é enorme, as vidas não se voltam a cruzar, mas esses amigos estão sempre presentes! O Silla era uma dessas excepções tão raras de encontrar!

Nos últimos dias tenho recordado a nossa vivência de antes e depois da Independência, anos gloriosos de projectos e sonhos com o Xadrez sempre presente.

O nosso último encontro foi em Lisboa no Saldanha, junto ao velho Monumental. Eu lutando para me adaptar a este país medíocre e ele cheio de projectos para a sua terra prometida, ANGOLA.

Já passou um quarto de século, mas ainda o estou a ver, desaparecendo ao longe a caminho do hotel na companhia da sua loura esposa.

Até sempre amigo!..

Marinha Grande, 11 de Fevereiro de 2003

Em memória do Júlio Freire


Amigo José Vareda, se houver algo para lá da morte o camarada deve interrogar-se porque razão um velho rabugento vindo dos confins de Angola vem para a Marinha Grande, concebeu e pôs em prática um Memorial em homenagem à sua memória.

Foi porque José Vareda era um grande advogado? Dirigente competente? Lutador social? Brilhante inteligência? Amigo do Xadrez? Na verdade, não… Chegou a altura de esclarecer o mistério, aproveitando as páginas deste documento referente ao 11º Memorial.
Vamos recuar até ao distante ano de 1958, campanha do General sem medo Humberto Delgado, prisão do Aljube.
O Doutor lembra-se do seu companheiro de cativeiro? Um homem de meia-idade, antifascista anónimo natural do Pombalinho… Esse mesmo, o Júlio Freire! Uma sólida amizade os uniu ao ponto de formarem uma Escola dentro da cela colectiva, o Doutor ensinava inglês o Júlio Freire contas. Assim algumas dezenas de antifascistas passaram melhor o tempo e de uma forma útil. Quando libertados, o José Vareda passou a enviar todos os anos um postal de amizade ao humilde padeiro do Ribatejo que morreu de emoção após o 25 de Abril, ainda cheio de dívidas por ter dado pão a meia aldeia no período após guerra.
Amigo Doutor, foi devido ao companheirismo que vos uniu e à vossa amizade, por tudo isso eu criei o Memorial José Vareda.
Falta acrescentar que as minhas filhas são netas do Júlio Freire.

Marinha Grande, 30 de Janeiro de 2000
José Bray

Até sempre Valter Tarira

Adeus ao xadrezista filósofo

O filósofo morreu
Foi-se o xadrezista
O amigo desapareceu
Foi-se o artista
Combatente do Ultramar
Português de nacionalidade
Africano no amar
Conhecedor da verdade
Homem da história
Companheiro da diáspora
Ficarás na memória
O xadrez chora
A tua ausência
Foste parceiro
Com coerência
Nesta caminhada
Foste companheiro
Em cada jogada
Nos veteranos
Foste brilhante
Em muitos anos
Um diamante
Amigo excêntrico
Nas tuas manias
Mas rico
Nas tuas teorias
Torneio com tua ausência
Fica mais pobre
Sem a tua alegria
De pessoa nobre
Na nossa recordação
Tu vais ficar
No meu coração
Terás um lar
José d’ Barcellos
M. Grande, 7 de Julho de 2009
O amigo Valter Tarira deixou-nos, acabei de ter conhecimento, foi o Carlos Dias que me informou. Foi com pesar que recebi a notícia. Conhecia o Tarira há muito, começou a aparecer nos Torneios 25 de Abril e Memorial José Vareda. Simpatizei com ele desde sempre e ele pagou-me na mesma moeda. Não foi de admirar, ambos excêntricos, ambos filósofos, com a mesma paixão pelo xadrez artístico e algumas afinidades com África. Foi ele que me informou do falecimento do Mário Silla. Também fez o favor de me enviar um trabalho literário com muita graça e conteúdo, que irei estruturar e dar a conhecer. Está um pouco em bruto e computorizado, desalinhado, o Tarira não tinha prática desse tipo de tarefa. Irei fazer isso com prazer como homenagem à sua criatividade. O Tarira tinha imenso sentido de humor, embora caustico na maior parte das vezes. Mas nós entendíamo-nos. Por isso os nossos momentos eram interessantes e cheios de espírito. Ambos defendíamos que o xadrez é mais que um jogo, uma ciência e uma arte. A nosso ver o xadrez é também filosofia e quase uma religião. As aventuras deste amigo eram de pasmar conheço algumas mas infelizmente poucas. Ele vivia perto de Lisboa, eu perto de Leiria, não viajávamos juntos, foi uma pena. Era um dos homens que mais gostava de bacalhau e isso vinha sempre à baila. A última vez que estivemos juntos foi no Nacional de Veteranos disputado este ano em Portimão. A nossa partida foi um empate, justíssimo por sinal. No fim do Nacional foi com sincera alegria que ele me veio dar um abraço de parabéns pela minha vitória na prova, simultaneamente contente por ter empatado com o campeão. «Amigo Valter Tarira, sei que não acreditavas no além, eu também não. Mas na remota hipótese de estarmos enganados, dá um abraço ao Silla e joguem muitas e belas partidas de xadrez. Fico muito triste quando um amigo de quem gosto sai do comboio da vida».
Até sempre Tarira!
José Bray
Marinha Grande, 7 de Julho de 2009

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Xadrez imita a Vida

O jogo do xadrez é um desporto que vai do simples torneio de bairro até ao mais alto nível mundial, ou seja do amador à alta competição. Um dos temas deste blogue vai ser esta fascinante modalidade.
O xadrez é ciência e arte! Para muitos uma filosofia e para alguns uma religião. O xadrez imita a vida e a vida imita o xadrez. É um mundo de sonho, por isso a sua componente lúdica.
Podemos praticar o xadrez desde criança até ao fim da vida. Por isso se diz que a vida é curta para esta ciência. Um campeão, estuda durante a sua vida o suficiente para tirar vários cursos superiores. Quanto mais se estuda e se sabe, menos nos parece saber.
O xadrez é fundamental na formação dos jovens, só é pena que o PODER não perceba isso devido á sua cegueira governativa e mesquinha. Não dá interesses financeiros nem tacho.
José Bray

À procura do Bray



Andamos há anos à procura do Bray, temos investigado na Torre do Tombo, nas freguesias em que alguns viveram e conversando com as memórias vivas. Claro que nos referimos ao primeiro Bray existente em Portugal. Será de origem inglesa, francesa ou outra? Em que época, entrou o apelido no nosso país?


Já temos bastante material sobre o assunto! Mas queremos que outros colaborem nesta investigação.


Por isso, quem tiver alguma pista faça o favor de nos informar. Vamos organizar os Bray existentes.


José Bray