sexta-feira, 25 de junho de 2010

A Filarmónica da Ermegeira

A coisa mais importante da minha terra é a música, sim a filarmónica. Desde miudo amei aquelas noites em que ouvia os ensaios. No fim de semana lá ia a banda comparecer nas festas das diversas aldeias da região, o povo ia atrás dos seus músicos. Nesse tempo só havia machos no elenco. Como iam vaidosos na farda que era a vestimenta mais decente que tinham. Gente pobre, muito pobre, as excepções eram raras. Metade da banda era Bray a outra metade eram primos. O meu bisavô Silvério Pedro da Roza Bray, foi um dos fundadores em 1882, reinava D. Luís. No início havia alguns músicos da Aldeia Grande, após discussão levaram para a sua aldeia os instrumentos, lá esteve algum tempo, pouco por sinal. Um dia comandados pelo Silvério (grande reguila), durante a noite foram à Aldeia Grande e trouxeram tudo para a Ermegeira, onde está até hoje. O meu padrinho Silvério, neto do fundador foi músico durante setenta anos e que bem ele tocava trombone. Morreu há meia dúzia de anos, eu gostava muito dele. com a sua ausência a banda já não me atrai tanto...
A banda continua a tocar e bem e hoje já tem meninas.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ermegeira - O primeiro Bray

Na Ermegeira, minha terra natal, havia e possivelmente ainda há, uma opinião generalizada que o primeiro Bray, seria um militar inglês, do tempo das invasões Francesas. Para uns, teria sido ferido e por cá ficou fazendo a vida, para outros que teria desertado, para muitos o militar teria passado à disponibilidade e casado com alguma menina da redondezas. Fomos criados na crença de que o homem era inglês e militar, a história teria acontecido logo após 1808. Nada mais errado.
Não sabemos se era inglês, francês ou outra nacionalidade. Mas sabemos que chegou à Ermegeira em 1865 ou 1866! E esta...
Chamava-se José Pedro da Roza Bray (sim Roza com z). Era jovem 23/24 anos, casado com Maria das Dores ainda mais jovem 17/18 anos. O matrimónio foi na Carvoeira e quando partiram para a minha aldeia já levavam o primeiro filho Silvério Pedro da Roza Bray, por sinal meu bisavô.
O meu avoengo foi trabalhar como feitor para a Quinta da Ermegeira, propriedade dos Viscondes de Balsemão.
Depois nasceram mais filhos por esta ordem, Maria Henriqueta, Luiza Maria, Mariana, Amélia e José (Sobrigal).
Maria das Dores, faleceu em 1880 com 32 anos. De que teria morrido? Parto, doença, epidemia? Não sei...
O marido mandou erigir um pequeno mas digno monumento no cemitério do Maxial.
Foi assim que começou a saga dos Bray na Ermegeira, minha aldeia.
E antes? E depois? Claro que sabemos muita coisa. Isto foi só para aguçar o apetite.

Xadrez - Distrital Absoluto de Leiria

Vai disputar-se o Distrital Absoluto de Leiria, nos dias 3, 10, e 17 de Julho. As partidas irão ser jogadas na Residencial D. Fernando - Estrada Nacional 2, Benedita.
José Bray e Daniel Bray irão lutar para conquistar o título máximo do Distrito. O primeiro venceu em 2008 e o segundo venceu em 2009, por isso é o campeão em título. Daniel foi o mais jovem de sempre a conquistar esta prova com 15 anos. José já venceu por diversas vezes (6) a primeira em 1983 e a última com 64 anos há dois anos.
Recordamos que há mais um Bray no Xadrez, de momento retirado por motivos profissionais e familiares. Trata-se de Isa Bray, forte jogadora e um talento enorme para esta modalidade. Esperamos que em breve volte à competição.
Por sua vez, a nível etário, ou seja nas provas para jovens, Daniel Bray é campeão Distrital há oito épocas.
Quem quiser assistir aos campeonatos só tem de aparecer, as partidas disputam-se de manhã e à tarde.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Virtudes do Xadrez

Diz quem sabe! A prática do Xadrez pode desenvolver:
Imaginação
Concentração
Planificação
Previsão
Memória
Espírito de luta
Controle nervoso
Capacidade de decisão
Criatividade
Organização
Autocrítica
Objectividade
Intuição
Capacidade de cálculo
Visão espacial
Sociabilidade
Lógica
Superação do fracasso
Democratização

A lista não acaba aqui, mas serve para perceber a importância do Xadrez na formação dos jovens.

O poder (governo) tem de entender as vantagens em fomentar esta disciplina nas escolas portuguesas.

O XADREZ É BOM, É BARATO E FAZ BEM.

Mário Silla 1947/2003

Fiquei muito triste ao saber do falecimento do meu amigo Mário Silla; meu companheiro de utopias. Não é segredo a grande amizade que me ligava a ele.

Durante o tempo que por cá se anda, há pessoas especiais que nos tocam profundamente e têm sempre um cantinho no nosso coração. Os anos passam a distância é enorme, as vidas não se voltam a cruzar, mas esses amigos estão sempre presentes! O Silla era uma dessas excepções tão raras de encontrar!

Nos últimos dias tenho recordado a nossa vivência de antes e depois da Independência, anos gloriosos de projectos e sonhos com o Xadrez sempre presente.

O nosso último encontro foi em Lisboa no Saldanha, junto ao velho Monumental. Eu lutando para me adaptar a este país medíocre e ele cheio de projectos para a sua terra prometida, ANGOLA.

Já passou um quarto de século, mas ainda o estou a ver, desaparecendo ao longe a caminho do hotel na companhia da sua loura esposa.

Até sempre amigo!..

Marinha Grande, 11 de Fevereiro de 2003

Em memória do Júlio Freire


Amigo José Vareda, se houver algo para lá da morte o camarada deve interrogar-se porque razão um velho rabugento vindo dos confins de Angola vem para a Marinha Grande, concebeu e pôs em prática um Memorial em homenagem à sua memória.

Foi porque José Vareda era um grande advogado? Dirigente competente? Lutador social? Brilhante inteligência? Amigo do Xadrez? Na verdade, não… Chegou a altura de esclarecer o mistério, aproveitando as páginas deste documento referente ao 11º Memorial.
Vamos recuar até ao distante ano de 1958, campanha do General sem medo Humberto Delgado, prisão do Aljube.
O Doutor lembra-se do seu companheiro de cativeiro? Um homem de meia-idade, antifascista anónimo natural do Pombalinho… Esse mesmo, o Júlio Freire! Uma sólida amizade os uniu ao ponto de formarem uma Escola dentro da cela colectiva, o Doutor ensinava inglês o Júlio Freire contas. Assim algumas dezenas de antifascistas passaram melhor o tempo e de uma forma útil. Quando libertados, o José Vareda passou a enviar todos os anos um postal de amizade ao humilde padeiro do Ribatejo que morreu de emoção após o 25 de Abril, ainda cheio de dívidas por ter dado pão a meia aldeia no período após guerra.
Amigo Doutor, foi devido ao companheirismo que vos uniu e à vossa amizade, por tudo isso eu criei o Memorial José Vareda.
Falta acrescentar que as minhas filhas são netas do Júlio Freire.

Marinha Grande, 30 de Janeiro de 2000
José Bray

Até sempre Valter Tarira

Adeus ao xadrezista filósofo

O filósofo morreu
Foi-se o xadrezista
O amigo desapareceu
Foi-se o artista
Combatente do Ultramar
Português de nacionalidade
Africano no amar
Conhecedor da verdade
Homem da história
Companheiro da diáspora
Ficarás na memória
O xadrez chora
A tua ausência
Foste parceiro
Com coerência
Nesta caminhada
Foste companheiro
Em cada jogada
Nos veteranos
Foste brilhante
Em muitos anos
Um diamante
Amigo excêntrico
Nas tuas manias
Mas rico
Nas tuas teorias
Torneio com tua ausência
Fica mais pobre
Sem a tua alegria
De pessoa nobre
Na nossa recordação
Tu vais ficar
No meu coração
Terás um lar
José d’ Barcellos
M. Grande, 7 de Julho de 2009
O amigo Valter Tarira deixou-nos, acabei de ter conhecimento, foi o Carlos Dias que me informou. Foi com pesar que recebi a notícia. Conhecia o Tarira há muito, começou a aparecer nos Torneios 25 de Abril e Memorial José Vareda. Simpatizei com ele desde sempre e ele pagou-me na mesma moeda. Não foi de admirar, ambos excêntricos, ambos filósofos, com a mesma paixão pelo xadrez artístico e algumas afinidades com África. Foi ele que me informou do falecimento do Mário Silla. Também fez o favor de me enviar um trabalho literário com muita graça e conteúdo, que irei estruturar e dar a conhecer. Está um pouco em bruto e computorizado, desalinhado, o Tarira não tinha prática desse tipo de tarefa. Irei fazer isso com prazer como homenagem à sua criatividade. O Tarira tinha imenso sentido de humor, embora caustico na maior parte das vezes. Mas nós entendíamo-nos. Por isso os nossos momentos eram interessantes e cheios de espírito. Ambos defendíamos que o xadrez é mais que um jogo, uma ciência e uma arte. A nosso ver o xadrez é também filosofia e quase uma religião. As aventuras deste amigo eram de pasmar conheço algumas mas infelizmente poucas. Ele vivia perto de Lisboa, eu perto de Leiria, não viajávamos juntos, foi uma pena. Era um dos homens que mais gostava de bacalhau e isso vinha sempre à baila. A última vez que estivemos juntos foi no Nacional de Veteranos disputado este ano em Portimão. A nossa partida foi um empate, justíssimo por sinal. No fim do Nacional foi com sincera alegria que ele me veio dar um abraço de parabéns pela minha vitória na prova, simultaneamente contente por ter empatado com o campeão. «Amigo Valter Tarira, sei que não acreditavas no além, eu também não. Mas na remota hipótese de estarmos enganados, dá um abraço ao Silla e joguem muitas e belas partidas de xadrez. Fico muito triste quando um amigo de quem gosto sai do comboio da vida».
Até sempre Tarira!
José Bray
Marinha Grande, 7 de Julho de 2009

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Xadrez imita a Vida

O jogo do xadrez é um desporto que vai do simples torneio de bairro até ao mais alto nível mundial, ou seja do amador à alta competição. Um dos temas deste blogue vai ser esta fascinante modalidade.
O xadrez é ciência e arte! Para muitos uma filosofia e para alguns uma religião. O xadrez imita a vida e a vida imita o xadrez. É um mundo de sonho, por isso a sua componente lúdica.
Podemos praticar o xadrez desde criança até ao fim da vida. Por isso se diz que a vida é curta para esta ciência. Um campeão, estuda durante a sua vida o suficiente para tirar vários cursos superiores. Quanto mais se estuda e se sabe, menos nos parece saber.
O xadrez é fundamental na formação dos jovens, só é pena que o PODER não perceba isso devido á sua cegueira governativa e mesquinha. Não dá interesses financeiros nem tacho.
José Bray

À procura do Bray



Andamos há anos à procura do Bray, temos investigado na Torre do Tombo, nas freguesias em que alguns viveram e conversando com as memórias vivas. Claro que nos referimos ao primeiro Bray existente em Portugal. Será de origem inglesa, francesa ou outra? Em que época, entrou o apelido no nosso país?


Já temos bastante material sobre o assunto! Mas queremos que outros colaborem nesta investigação.


Por isso, quem tiver alguma pista faça o favor de nos informar. Vamos organizar os Bray existentes.


José Bray