quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Xadrez - Algumas Considerações

Vou fazer algumas considerações sem intenção de deitar abaixo ou magoar quem quer que seja. Contudo penso serem oportunas. A primeira prende-se com as condições nas salas onde se realizam as provas. Há muito que insisto e chamo a atenção para esta problemática. Uma sala de competição no xadrez tem de ter boa luz (não pode estar na penumbra), o silêncio tem de ser total (como numa Biblioteca). A sala tem de ter a dimensão em função do número de tabuleiros em competição, espaço para as mesas, cadeiras e corredores de acesso e espaço para público. As mesas têm de ter as dimensões com parâmetros correctos, comprimento, largura e altura. As cadeiras devem ser confortáveis e obedecer à altura das mesas. Tem de haver casas de banho perto das salas. Meus senhores não sejam permissivos, sejam exigentes. As salas devem ser certificadas para a competição! Segunda consideração nada tem a ver com a primeira. Na minha opinião um evento de xadrez repetido em clube ou terra, não tem razão de ser se em simultâneo não houver um clube com xadrez organizado. Não faz sentido haver uma ou duas provas anuais em dado local e não existir lá uma secção de xadrez. Temos o exemplo da Lourinhã, excelente Festival de xadrez, nasceu e morreu sem o prometido Clube aparecer. Ouvi da boca do presidente da Câmara local que o Clube e o ensino iam ser uma realidade. Mas não foram! Temos também o exemplo da Cela Nova com torneios há muitos anos. E o Clube de xadrez onde está? Agora temos a Charneca - Pombal, iniciativas constantes. E Clube? Muitos outros casos haverá por este país fora. Meus amigos, um torneio que se repita em clube ou terra, dois ou três anos deve a partir daí ter um Clube ou secção de xadrez. Claro que não me refiro a eventos especiais com patrocinadores especiais, daqueles a armar ao prestigio de quem paga. Eu posso pagar para fazer um torneio no cimo do Montejunto e lá como é óbvio não irá nascer um Clube de xadrez. A terceira consideração que se prende com a segunda é o caso do xadrez nas Escolas. Se há xadrez na Escola, deve haver Clube, seja na Escola ou na comunidade civil. Isto parece-me da mais elementar lógica! A quarta consideração parece-me pertinente. Não quero ferir ninguém, nem se ofendam com o que vou escrever. A maior parte dos dirigentes da nossa modalidade não está preparada para a tarefa. Muita gente pensa que o facto de saberem mudar as peças isso lhe dá o mérito para certas tarefas. Isso é tremenda falácia. A verdade é que a incompetência grassa em quantidade. Razão principal do atraso no xadrez nacional. Os exemplos estão à vista de todos. José Bray, 28/10/2012

O Mendigo do Átrium

É verdade, morreu o mendigo do Átrium. Paz à sua alma, isto se a alma existir e o além também. Com cinismo digo o que qualquer mortal dirá. Foi o melhor que lhe pode ter acontecido, assim já não sofre mais! Mas estaremos certos? Penso que não. O ser humano só tem a vida para viver, esse é o seu património. Morreu, já não vive mais! Verdade de ”la Palice”. Não era um homem idoso na idade, era sim velho na vida. Não era difícil prever o seu fim, era coisa de mais semana menos semana. Mesmo assim chocou-me a sua morte, morte há muito anunciada. De certeza que não queria partir, mas este mundo cruel está-se nas tintas para quem está no fundo. O homem precisava de assistência, comida, roupa, medicamentos e algum carinho. Pergunto. Será que ELE se preocupa com estes casos? Deve estar muito distraído, ou então bandeou-se para o lado dos desnecessitados. Devo ao mendigo um enorme favor, coisa do seu total desconhecimento enquanto ser vivente. Se existir algo para além da morte, agora já deve saber o quê. Foi devido à sua frase. – Bom tarde, sou o mendigo do Átrium, preciso da sua ajuda. Que me levou a meter ombros à tarefa de escrever o “Vagabundo Filosofo e Utópico”.O meu trabalho de Julho deste ano. Na brincadeira dizia aos amigos e amigas. Se o trabalho vier a público, os direitos de autor serão para o mendigo Átrium. Afinal, vai ter direitos de autor! Como irá receber o prometido? José Bray, 28/10/2012 Nota: O Átrium é um pequeno centro comercial na terra onde vivo.

Museu do Xadrez

Xadrezistas, é verdade! Vamos finalmente ter o museu dedicado ao xadrez. Era minha preocupação de há muito a não existência de um espaço onde se pudesse entregar os espólios escaquísticos que abundam por este nosso Portugal. Espaço que desse a todos garantias de conservação e exposição. Confesso que durante anos com ajuda de alguns amigos injectei a ideia em muita gente e organismos, especialmente nas autarquias. Provoquei os detentores de espólios mais representativos. Todos concordavam mas a execução do projecto não acontecia. Recordo as conversas sobre este tema entre mim, Carlos Dias e António Curado. Os três, possuidores de espólio que junto dava para preencher mais que um museu. São: tabuleiros, peças, relógios, livros, revistas, postais, selos, quadros, troféus, medalhas, fotografias, computadores, filmes, e muitas coisas mais. A nossa preocupação era óbvia. Quando partirmos desta vida, para onde irá tudo o que temos? Provavelmente para o lixo, isto em grande parte dos casos. Pontualmente um descendente ou outro pensará com interesse e carinho naquilo que pertencia ao pai, marido, avô, irmão, filho, etc. Mas a maioria, está borrifando para os maníacos do xadrez. Depois vieram as conversas com o Rui Silva amigo do coração sobre a hipótese do museu na sua autarquia. Tudo isto coincidente com o drama de Álvaro Gonçalves o mais forte xadrezista da sua região. Há dias, tinha acabado de conquistar o título de campeão nacional de veteranos, recebi um telefonema que me emocionou. Era o Rui Silva presidente da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos que me disse. José Bray, quero-te informar que a Autarquia que lidero decidiu avançar com o museu do Xadrez, contamos com tua colaboração neste processo. O museu terá a designação de “Doutor Álvaro Gonçalves” será instalado na casa José Malhoa estando a inauguração prevista para 24 de Junho de 2013 dia do concelho. Fiquei muito feliz, trocava todos os meus títulos de campeão pelo nascimento de um museu dedicado ao xadrez! Está a acontecer a realização do meu sonho! Amigos xadrezistas, agora já podem partir descansados, que o vosso espólio não tem o lixo como destino. José Bray, Outubro 2012