A coisa mais importante da minha terra é a música, sim a filarmónica. Desde miudo amei aquelas noites em que ouvia os ensaios. No fim de semana lá ia a banda comparecer nas festas das diversas aldeias da região, o povo ia atrás dos seus músicos. Nesse tempo só havia machos no elenco. Como iam vaidosos na farda que era a vestimenta mais decente que tinham. Gente pobre, muito pobre, as excepções eram raras. Metade da banda era Bray a outra metade eram primos. O meu bisavô Silvério Pedro da Roza Bray, foi um dos fundadores em 1882, reinava D. Luís. No início havia alguns músicos da Aldeia Grande, após discussão levaram para a sua aldeia os instrumentos, lá esteve algum tempo, pouco por sinal. Um dia comandados pelo Silvério (grande reguila), durante a noite foram à Aldeia Grande e trouxeram tudo para a Ermegeira, onde está até hoje. O meu padrinho Silvério, neto do fundador foi músico durante setenta anos e que bem ele tocava trombone. Morreu há meia dúzia de anos, eu gostava muito dele. com a sua ausência a banda já não me atrai tanto...
A banda continua a tocar e bem e hoje já tem meninas.
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