Amigo José Vareda, se houver algo para lá da morte o camarada deve interrogar-se porque razão um velho rabugento vindo dos confins de Angola vem para a Marinha Grande, concebeu e pôs em prática um Memorial em homenagem à sua memória.
Foi porque José Vareda era um grande advogado? Dirigente competente? Lutador social? Brilhante inteligência? Amigo do Xadrez? Na verdade, não… Chegou a altura de esclarecer o mistério, aproveitando as páginas deste documento referente ao 11º Memorial.
Vamos recuar até ao distante ano de 1958, campanha do General sem medo Humberto Delgado, prisão do Aljube.
O Doutor lembra-se do seu companheiro de cativeiro? Um homem de meia-idade, antifascista anónimo natural do Pombalinho… Esse mesmo, o Júlio Freire! Uma sólida amizade os uniu ao ponto de formarem uma Escola dentro da cela colectiva, o Doutor ensinava inglês o Júlio Freire contas. Assim algumas dezenas de antifascistas passaram melhor o tempo e de uma forma útil. Quando libertados, o José Vareda passou a enviar todos os anos um postal de amizade ao humilde padeiro do Ribatejo que morreu de emoção após o 25 de Abril, ainda cheio de dívidas por ter dado pão a meia aldeia no período após guerra.
Amigo Doutor, foi devido ao companheirismo que vos uniu e à vossa amizade, por tudo isso eu criei o Memorial José Vareda.
Falta acrescentar que as minhas filhas são netas do Júlio Freire.
Marinha Grande, 30 de Janeiro de 2000
José Bray
Foi porque José Vareda era um grande advogado? Dirigente competente? Lutador social? Brilhante inteligência? Amigo do Xadrez? Na verdade, não… Chegou a altura de esclarecer o mistério, aproveitando as páginas deste documento referente ao 11º Memorial.
Vamos recuar até ao distante ano de 1958, campanha do General sem medo Humberto Delgado, prisão do Aljube.
O Doutor lembra-se do seu companheiro de cativeiro? Um homem de meia-idade, antifascista anónimo natural do Pombalinho… Esse mesmo, o Júlio Freire! Uma sólida amizade os uniu ao ponto de formarem uma Escola dentro da cela colectiva, o Doutor ensinava inglês o Júlio Freire contas. Assim algumas dezenas de antifascistas passaram melhor o tempo e de uma forma útil. Quando libertados, o José Vareda passou a enviar todos os anos um postal de amizade ao humilde padeiro do Ribatejo que morreu de emoção após o 25 de Abril, ainda cheio de dívidas por ter dado pão a meia aldeia no período após guerra.
Amigo Doutor, foi devido ao companheirismo que vos uniu e à vossa amizade, por tudo isso eu criei o Memorial José Vareda.
Falta acrescentar que as minhas filhas são netas do Júlio Freire.
Marinha Grande, 30 de Janeiro de 2000
José Bray
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