Adeus ao xadrezista filósofo
O filósofo morreu
Foi-se o xadrezista
O amigo desapareceu
Foi-se o artista
Combatente do Ultramar
Português de nacionalidade
Africano no amar
Conhecedor da verdade
Homem da história
Companheiro da diáspora
Ficarás na memória
O xadrez chora
A tua ausência
Foste parceiro
Com coerência
Nesta caminhada
Foste companheiro
Em cada jogada
Nos veteranos
Foste brilhante
Em muitos anos
Um diamante
Amigo excêntrico
Nas tuas manias
Mas rico
Nas tuas teorias
Torneio com tua ausência
Fica mais pobre
Sem a tua alegria
De pessoa nobre
Na nossa recordação
Tu vais ficar
No meu coração
Terás um lar
O filósofo morreu
Foi-se o xadrezista
O amigo desapareceu
Foi-se o artista
Combatente do Ultramar
Português de nacionalidade
Africano no amar
Conhecedor da verdade
Homem da história
Companheiro da diáspora
Ficarás na memória
O xadrez chora
A tua ausência
Foste parceiro
Com coerência
Nesta caminhada
Foste companheiro
Em cada jogada
Nos veteranos
Foste brilhante
Em muitos anos
Um diamante
Amigo excêntrico
Nas tuas manias
Mas rico
Nas tuas teorias
Torneio com tua ausência
Fica mais pobre
Sem a tua alegria
De pessoa nobre
Na nossa recordação
Tu vais ficar
No meu coração
Terás um lar
José d’ Barcellos
M. Grande, 7 de Julho de 2009
M. Grande, 7 de Julho de 2009
O amigo Valter Tarira deixou-nos, acabei de ter conhecimento, foi o Carlos Dias que me informou. Foi com pesar que recebi a notícia. Conhecia o Tarira há muito, começou a aparecer nos Torneios 25 de Abril e Memorial José Vareda. Simpatizei com ele desde sempre e ele pagou-me na mesma moeda. Não foi de admirar, ambos excêntricos, ambos filósofos, com a mesma paixão pelo xadrez artístico e algumas afinidades com África. Foi ele que me informou do falecimento do Mário Silla. Também fez o favor de me enviar um trabalho literário com muita graça e conteúdo, que irei estruturar e dar a conhecer. Está um pouco em bruto e computorizado, desalinhado, o Tarira não tinha prática desse tipo de tarefa. Irei fazer isso com prazer como homenagem à sua criatividade. O Tarira tinha imenso sentido de humor, embora caustico na maior parte das vezes. Mas nós entendíamo-nos. Por isso os nossos momentos eram interessantes e cheios de espírito. Ambos defendíamos que o xadrez é mais que um jogo, uma ciência e uma arte. A nosso ver o xadrez é também filosofia e quase uma religião. As aventuras deste amigo eram de pasmar conheço algumas mas infelizmente poucas. Ele vivia perto de Lisboa, eu perto de Leiria, não viajávamos juntos, foi uma pena. Era um dos homens que mais gostava de bacalhau e isso vinha sempre à baila. A última vez que estivemos juntos foi no Nacional de Veteranos disputado este ano em Portimão. A nossa partida foi um empate, justíssimo por sinal. No fim do Nacional foi com sincera alegria que ele me veio dar um abraço de parabéns pela minha vitória na prova, simultaneamente contente por ter empatado com o campeão. «Amigo Valter Tarira, sei que não acreditavas no além, eu também não. Mas na remota hipótese de estarmos enganados, dá um abraço ao Silla e joguem muitas e belas partidas de xadrez. Fico muito triste quando um amigo de quem gosto sai do comboio da vida».
Até sempre Tarira!
Até sempre Tarira!
José Bray
Marinha Grande, 7 de Julho de 2009
Marinha Grande, 7 de Julho de 2009
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