sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Prostituição - antes, depois e agora

Eu sou do tempo em que a PROSTITUIÇÃO era legal em Portugal, ou seja; foi assim até 31 de Dezembro de 1962. Entretanto na ONU as criticas foram muitas e o ditador Salazar decidiu, então, proibir essa prática. Como ditador que era, não pensou encontrar solução para o problema dessas mulheres; proibiu e pronto.
Era assim o regime fascista. Quando veio o 25 de Abril tive esperança que o problema ia ser equacionado e, soluções com cabeça iam ser encontradas. Grande ilusão!
Passados trinta e seis anos está tudo na mesma ou pior. Afinal para que serviu a revolução?
Hoje, ao viajar por uma estrada nacional e numa distância de cem quilómetros encontrei à beira do caminho, dispersas por vários locais, mulheres, algumas pouco mais que adolescentes, que esperavam clientes.
Ao chegarem a acordo, o acto é consumado no meio do mato ou algo semelhante, sem qualquer privacidade ou higiene.
Isto que relato não há ninguém que não saiba. Até o PODER deve saber, ou não? Penso que sim, mas não fazem nada para encontrar uma solução. Não é possível acabar com a prostituição, devido às mais variadas questões; não sejamos hipócritas e vamos dignificar toda esta situação.
Penso que não é preciso dizer mais, para bom entendedor basta!
Vou transcrever um texto com humor negro mas que caracteriza aquilo que se passou nos anos sessenta, mas que a Revolução de Abril não resolveu…


Prostitutas
O Botas está feliz! O Botas fez um milagre!
No dia trinta e um de Dezembro de sessenta e dois havia em Portugal quinhentas mil prostitutas, recenseadas, pagando os seus impostos e com a vagina fiscalizada. Cada uma com seu chulo, ou seja quinhentos mil a viver à custa das trabalhadoras do sexo, não contando com as donas dos quartos onde era exercida a profissão mais antiga do mundo, e as amas que tomavam conta das crianças das prostitutas.
No dia um de Janeiro de sessenta e três, já não havia prostitutas em Portugal. Milagre do São Salazar, padroeiro do Estado Novo.
Deixou de haver mulheres da vida, acabou o chulo protector da prostituta, acabaram os proxenetas, os quartos não mais foram alugados e as amas foram para o desemprego.
O Botas está feliz! Em Portugal não há prostituição.
Os senhores da ONU, já não vão chatear mais. Tudo simples, Salazar com a sua varinha do condão, fez o difícil milagre. Mas, há sempre um "mas", Portugal entrou em recessão técnica, ruptura financeira, as receitas do Estado Novo decresceram rapidamente, sendo esta uma das principais causas.
Afinal a ONU tinha razão, quando dizia que o Salazar governava o país com as receitas da prostituição. E, agora que fazer? Pensou o medíocre professor de Coimbra. Simples, a solução é fácil. Assim falou o seu capanga de confiança. - Senhor doutor, sempre que uma ex prostituta meter a cabeça na rua, a partir do pôr-do-sol, leva uma tremenda multa. -Mas as mulheres não podem sair à noite? Perguntou Salazar: - Podem mas a polícia não sabe. Além disso, multa-se todos os locais que aluguem quartos, sempre que, dentro desses quartos , estiver um homem e uma mulher. -Então nos hotéis, nas residenciais, nas estalagens, mesmo entre marido e mulher? Voltou a perguntar o ditador. -Claro, a polícia não sabe nem tem nada que saber, mas mais, vão começar a aparecer doenças venéreas, esquentamentos, sífilis, sida, e outras mais ou menos perigosas. -Mas a sida ainda não apareceu. Admirou-se o Botas. -Não faz mal nós inventamos essa doença. -Mas tudo isso não é mau para a saúde pública? Coçou a cabeça Salazar, ao mesmo tempo que bebia o seu licor favorito feito do sangue dos portugueses. -A intenção é essa, os hospitais vão estar cheios, os médicos e as enfermeiras vão ter muito trabalho e a indústria farmacêutica vai facturar em grande e depois as empresas pagam mais impostos. Os cangalheiros vão vender caixões em quantidade industrial, são mais impostos.  Salazar sorriu de satisfação. Este capanga, mesmo sem curso era esperto.
Contra o que era habitual, o ditador agarrou com unhas e dentes as sugestões, do monstro que tinha como capanga. Como se sabe, Salazar mandava para debaixo da mesa as sugestões de qualquer ministro mais evoluído. Agora, o Botas estava duplamente feliz. Não havia mais prostitutas em Portugal e a pátria tinha a economia estabilizada.
Marinha Grande, 26 de Agosto de 2009
José d´Barcellos

Aqui está mais uma história triste do Estado Novo. Salazar ao ser confrontado na ONU, com a situação da prostituição em Portugal, foi pelo caminho mais fácil. Proibir a prática da indústria do sexo, à qual o regímen ia buscar altos rendimentos. Claro, que as prostitutas continuaram a trabalhar, agora na clandestinidade, sem protecção legal e sem assistência médica. Isto deu origem a graves problemas de saúde pública. Por sua vez, a polícia começou a multar e a prender sempre que apanhava uma mulher em sítio duvidoso, partindo do princípio que era uma profissional do sexo. Mais uma vez a hipocrisia do Estado Novo se manifestava no seu apogeu. Isto era o fascismo. Uma cidadã ser controlada nas ruas de Lisboa, fosse a que hora fosse, era uma arbitrariedade vergonhosa.
Como os leitores podem constatar, não foram só os comunistas que tiveram de estar na clandestinidade.
José Bray

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Núcleo de Xadrez Marinha Grande

Hoje vou falar desta Colectividade, conhecida de muitos mas que se encontra em "stand by" por razões estratégicas. O Núcleo nasceu em 3 de Julho de 1983, os mentores principais foram o José Martins Saraiva que ficou como sócio nº1 e José Manuel Bray (eu) que ficou como sócio nª2. Esta data foi escolhida porque foi o dia em que a rapaziada competiu sob essa bandeira (designação). A prova foi o Campeonato Aberto de Xadrez do Concelho de Manteigas (Distrito da Guarda). Representaram o Núcleo os seguintes xadrezistas; José Bray-3º, Idilio Gomes-7º, António Ruivo-8, Vitor Cordeiro-11º e José Renato Saraiva-13º, num total de oitenta e oito participantes. Por equipas o Núcleo venceu à frente de quinze formações. Foi um baptismo em grande!
A primeira sede da Colectividade foi na rua do Matadouro em sala construída para o efeito pela Autarquia da Marinha Grande. Nessa época o Xadrez tinha um vasto apoio da Câmara Municipal, na pessoa do seu presidente Emílio Rato e dos vereadores Francisco Duarte, Francisco Veríssimo e José Luís. Mais tarde a sede mudou para instalações do SOM, cedidas a custo zero por José Vareda com o apoio de Telmo Ferraz.
A partir da sua fundação o novo clube passou a liderar e a dirigir o xadrez da Marinha Grande e do Distrito e marcou forte presença no panorama nacional. Venceu diversos zonais competiu forte na 1ª Divisão de Clubes e os seus jogadores atingiram inúmeras posições de destaque nas muitas dezenas de provas em que competiram, conquistando títulos nacionais a nível de jovens.
A escritura legal do Núcleo aconteceu a 20 de Janeiro de 1987, sendo sócios fundadores assinando a escritura: José Saraiva, José Bray, Vítor Cordeiro, António Ruivo, Carlos Quaresma, Carlos Marques, Gustavo Morais, José Andrade, José Botas, Florência Bray, Lídia Salgueiro, José Botas, Elmiro Ferreira, João Ferreira, Telmo Rodrigues e Vítor Edra.
A actividade do Núcleo de Xadrez Marinha Grande, durante dez anos foi intensa, podemos destacar, para além do que já foi dito o seguinte; tetra campeões de Portugal em Xadrez por conrespondência, edição de seis números da Revista Oficial do Xadrez Postal, campeões nacionais do Inatel equipas, organização do famoso Torneio 25 de Abril, apoio com bastante actividade nas Jornadas Desportivas da Marinha da Grande e por fim criação do Memorial José Vareda em Homenagem ao doutor desaparecido entretanto. Mas muitas outras actividades aconteceram como é o caso da formação dos jovens, mas para nos apercebermos da importância desta Colectividade chega.
Mais tarde o NXMG fez uma fusão com o SOM e assim continuou a saga, contudo no dia que for necessário o Núcleo de Xadrez Marinha Grande abrirá as suas portas e voltará a entrar em actividade! Falta acrescentar que o emblema é as armas da cidade e a cor o preto e o amarelo torrado.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Carlos Oliveira Dias - Xadrez, Árbitros Internacionais

Parabéns! Carlos de Oliveira Dias merece a nomeação vinda da FIDE, para "Lecture For Arbiters Seminars", ou seja para preparar árbitros internacionais. O nosso rei da arbitragem trabalhou bastante para atingir este cargo. O presidente da Associação de Xadrez de Leiria e responsável do Xadrez do SOM-Sport Operário Marinhense, há muito que se dedicou de alma e coração à causa da arbitragem, muitas vezes com prejuízo da sua vida profissional e privada. Tenho orgulho em o ter incentivado nessa direcção!
A tua mãe lá onde está deve estar orgulhosa. Mais uma vez parabéns e muita sorte no desempenho das funções para que foste nomeado.
Um abraço sincero dos amigos de sempre!
José Bray e Daniel Bray

domingo, 17 de outubro de 2010

A Montanha Mágica - A Invenção do Xadrez

“Amigos. Hoje vou contar uma história mágica que se passou num país imaginário”

A Invenção do Xadrez

Após conquistar o título de campeão de xadrez do meu país, senti necessidade de descansar um pouco, por isso decidi acampar uns dias na enorme montanha que ficava a trinta minutos da minha residência, na companhia do Yarb, meu fiel amigo, o único cão do mundo que sabe jogar xadrez.

Uma manhã andava a passear nas alturas através de bosques e veredas levando um tabuleiro de xadrez e uma caixa de peças, por debaixo do braço. A meu lado Yarb, saltitava de contentamento mais parecendo uma cabra montês do que um cão intelectual. De repente aconteceu algo de maravilhoso próprio de um conto de fadas.

Tínhamos parado junto a uma nascente de água cristalina que caindo em cascata refrescava todo o ambiente. Estava calor, o cansaço e a sede tinham-se apoderado de nós, bebemos daquele néctar dos deuses. Ao levantar o rosto deparei com um velhinho de longa barba branca que sorria para nós com uma expressão de profunda simpatia.

Trocámos saudações convencionais, depois iniciou-se uma amena cavaqueira, ficando o forasteiro muito admirado com o meu xadrez, as peças de plástico eram desconhecidas para ele.

Após algum tempo virou-se para o Yarb e disse-lhe. ---- Olá simpático amigo, és muito parecido com a tua avoenga Morgana, só espero que jogues tão bem xadrez como ela jogava. ---- Fiquei totalmente perplexo, antes que eu dissesse alguma coisa convidou-me para jogar uma partida.

Embora confuso, fiquei satisfeito, preparei-me para dar uma lição ao velhote. Não jogámos uma mas sim meia dúzia de partidas, levei uma tremenda sova, não vencendo um único jogo. Cada vez mais admirado perguntei ao ancião as razões de tanto saber.

Explicou-me ser descendente do sábio que inventou o xadrez. Fiquei ainda mais curioso. Ele com simplicidade e simpatia contou porque razão o seu antepassado criou este jogo maravilhoso.

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Há muito tempo atrás, já lá vão mais de dois mil anos, ainda Jesus Cristo não tinha nascido. Duas cidades vizinhas, Branca e Preta, povoações existentes no sopé da Montanha Mágica, encontravam-se em guerra.

O exército de Branca cercava as muralhas de Preta há várias semanas, não deixando os seus habitantes em paz.

As crianças da cidade sitiada não podiam brincar nas calçadas e jardins. Por motivos de segurança, eram forçadas a estarem fechadas no salão maior do castelo e não podiam fazer barulho.

As semanas passavam e a situação não melhorava. As crianças começaram a ficar melancólicas e acabaram por adoecer com um estranho mal.

Ao ter conhecimento da situação o rei Preto mandou o seu médico dar assistência às crianças e tentar encontrar cura para a estranha doença. O príncipe Pretinho filho do soberano encontrava-se entre os meninos doentes.

O médico depois de observar cuidadosamente os garotos, informou o rei. ---- Saiba sua majestade que não tenho hipóteses de curar esta doença, as crianças sofrem de tristeza e para isso eu não tenho a cura­.

O rei reuniu de urgência os seus conselheiros que trocaram opiniões, depois sugeriram ao soberano que pedisse ajuda ao sábio da Montanha Mágica. Para essa missão foi nomeado o melhor cavaleiro do reino o Capitão Valente.

O corajoso Valente saiu da cidade pela calada da noite através do túnel secreto, passou disfarçado o inimigo e dirigiu-se em veloz galope para o topo da altíssima Montanha Mágica, para pedir ajuda ao velhinho das barbas brancas.

O sábio que também era mágico, ouviu com atenção o enviado do rei Preto e prometeu ajudar, mas só lá estaria daí a uma semana. Tinha uma cadelinha para ter filhos e queria dar assistência ao parto.

Ao regressar, o capitão parou junto de uma nascente de água cristalina que jorrava em cascata. Cavaleiro e cavalo precisavam de matar a sede e descansar um pouco. De repente, Valente começou a ouvir gritos de criança a pedir socorro, vindos do sul. De imediato, dirigiu-se veloz na direcção dos sons alucinantes.

Ao contornar uma espessa moita deparou-se-lhe o drama. Um jovem ricamente vestido estava a ser atacado por um belo dragão.

O Capitão que não era só valente de nome avançou de imediato para o bicho e travaram uma luta digna de campeões. O dragão, ao sentir que não podia vencer o valoroso cavaleiro, decidiu mudar de ares, bateu asas e foi-se embora.

Devido ao pânico, o jovem não se lembrava de nada; nome, família, país, amigos… Nada mesmo! O Capitão que tinha bom coração sentiu-se na obrigação de o proteger, por isso levou o menino para a cidade Preta.

Após algumas aventuras conseguiram chegar ao castelo, o menino foi bem recebido ficando junto das outras crianças e criou de imediato amizade com o filho do rei.

Conforme prometido o sábio da Montanha Mágica apareceu na cidade no dia combinado. Há quem diga que chegou envolto numa nuvem branca, igual à sua longa barba.

O velhinho arranjou logo forma de vencer a tristeza das crianças. Inventou um belo jogo, de muita arte e ciência, chamou-lhe Xadrez. Ensinou os garotos que a partir daí passaram os dias a jogar. Como por encanto ou magia a tristeza desapareceu e os meninos nem se lembravam que havia guerra.

Os dois jogadores mais destacados, eram o filho do rei e o menino recolhido que continuava a não ter lembranças do passado.

O rei da cidade Branca, muito teimoso continuava a cercar a cidade Preta. Entretanto recebeu uma notícia que o deixou muito abalado. O seu filho tinha desaparecido e provavelmente estava morto.

Desesperado com a má notícia decidiu atacar abertamente a cidade cercada. Apanhou de surpresa o castelo do rei Preto que não ofereceu resistência. Só faltava conquistar o salão que era defendido pelo destemido Capitão Valente.

Na fúria da luta, o portão do salão abriu-se e o rei Branco ficou paralisado com o que viu lá dentro. Muitos meninos a jogar um jogo que ele desconhecia e entre eles o seu filho desaparecido. O príncipe ao ver o pai, com o choque recuperou a memória contando de seguida as suas aventuras ao seu progenitor.

O rei Branco caiu em si e ficou profundamente arrependido com o seu comportamento, libertou os inimigos e voltou a entregar a cidade ao rei Preto.
Depois disso foram assinados acordos de paz eterna, tratados de cooperação. Lutas a partir desse momento só no tabuleiro de xadrez.

Passaram mais de dois mil anos e nunca mais houve guerra entre as duas cidades, contudo todos os anos se realizam importantes torneios de Xadrez entre Brancas e Pretas.

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Maravilhado com a narração fechei por momentos os olhos, quando os abri o descendente do sábio da Montanha Mágica tinha desaparecido.

Ainda hoje, estou convencido que era o próprio sábio da Montanha Mágica o maravilhoso velhinho que jogou o Xadrez comigo e me contou tão bela história. O meu cão Yarb pensa o mesmo.

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Marinha Grande, 13 de Julho de 1990
José Bray

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Este conto é dedicado ao meu neto Daniel Bray, ainda não nascido na altura em que escrevi “ A Invenção do Xadrez”, às filhas Ana e Isa, à Flor que atura as coisas do xadrez há trinta anos, ao meu cão Yarb que repousa no pinhal do rei e à inteligente Morgana.
Este conto também é dedicado aos meninos e meninas que acreditam na magia do Xadrez e o praticam com dedicação.

Revisão a 17 de Abril de 2004
José Bray












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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Xadrez - Abertura, meio-jogo e final

Amigos,

Conforme prometido, hoje vou falar da mãe Abertura do pai Meio-Jogo e dos primos Final.
A vida de uma pessoa divide-se em três períodos, infância, adulto e idoso.
As fases de uma partida de xadrez são três, abertura, meio-jogo e final.
Vamos comparar a analogia entre a vida e o xadrez.

Abertura

Para uma criança entrar na vida, tem de ter uma boa preparação; alimentação de qualidade, cuidados de saúde, amor e carinho, educação e instrução cuidadosa. Um jovem mal preparado dá um mau adulto.

No xadrez passa-se o mesmo. A abertura tem de ser feita com rigor, senão a partida não está preparada para o meio-jogo. Uma má abertura significa uma rápida derrota.
Meninos e meninas, vamos estudar e compreender a abertura. Para muitos esta é a fase mais fácil de uma partida de xadrez. Peçam apoio aos vossos professores para vos ajudarem a entenderem a mãe Abertura.

Meio-Jogo

Quando um jovem atinge o estatuto de adulto, entrou no meio-jogo. Precisa de estar preparado para a complexidade da vida; emprego, família, habitação, vida social, realização pessoal, doenças, etc.

Quando uma partida atinge o meio-jogo entra numa fase conflituosa e complexa, a táctica e a estratégia misturam-se intensamente. Os jovens precisam de muita formação xadrezista para dominarem esta parte dos combates que travam.
Peçam apoio ao pai Meio-Jogo para vos ajudar nesta fase da partida, tão difícil e complexa, tal e qual como na vida de um adulto.

Final

No fim da vida, o final, o idoso tem de utilizar o saber acumulado através da sua existência. Deve ter a melhor qualidade de vida possível, até ao momento final, o xeque-mate.

O Final, conclusão da partida (e da vida) é no xadrez arte e ciência. Nos finais de partida atinge-se a perfeição. Para os mestres, o final de um jogo de xadrez é a parte que justifica mais estudo.
Estudem bem os finais, dessa forma vão conseguir muitas vitórias. Ninguém pode ser campeão se não for bom finalista.
Aprendam com os vossos primos de apelido Final.


Marinha Grande, 16 de Abril de 2004

José Bray

Nota final: Uma partida de xadrez é um todo e precisa de muito estudo. O problema é, como orientar esse estudo? Como cativar os jovens? Se o ensino não for agradável a criança desiste!

Xadrez - As três irmãs

Introdução
Amigos,
Hoje vou vos falar de três irmãs que são muito unidas e podem ajudar os xadrezistas a vencerem as batalhas no tabuleiro. Não sei qual delas é mais poderosa, mas sei que em conjunto conseguem grandes feitos e são quase invencíveis. Não sei a idade delas, nem se são feias ou bonitas! … Os meninos devem estar a pensar que estou a brincar, mas não. Sei o nome de cada uma e quais as suas capacidades mágicas.
Os seus nomes são: Iniciativa, Antecipação e Pressão.
Agora vamos falar das suas virtudes.

A Iniciativa
Na vida as pessoas precisam de ter iniciativa. Muita gente não consegue chegar a lado nenhum devido à falta de iniciativa. Encolhem-se; por medo, por timidez ou por indolência. Outros factores podem impedir as pessoas de terem iniciativa, por exemplo; a falta de conhecimentos! Meninos e meninas, vamos todos estudar!
No xadrez passa-se o mesmo, não havendo iniciativa os jogadores têm muita dificuldade em conseguir vitórias. Não podemos esperar que as coisas aconteçam. Quem tiver muito saber técnico; aberturas, finais, meio jogo, estratégia, táctica, etc. … Consegue vitórias, mas quando confrontado com xadrez do mesmo nível, raramente vence, normalmente fica-se no empate ou na derrota.
Por isso, a iniciativa é o caminho mais curto para vencermos! É o caminho mais curto para o objectivo.

A Antecipação
A antecipação está directamente ligada à iniciativa. Na vida é preciso ter antecipação! Temos de chegar primeiro. Não esqueçam o velho ditado --- Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje. As pessoas por indolência ou irresponsabilidade vão adiando as decisões e normalmente chegam tarde. Não têm antecipação.
No xadrez acontece o mesmo; precisamos de ter antecipação. Temos de fazer antes do adversário, seja a atacar seja a defender. Como na vida, também no xadrez a antecipação está bastante ligada à iniciativa. Nem sempre! Mas, chegar primeiro ou fazer antes que o adversário, pode ser a diferença entre a vitória e a derrota.

A Pressão
Como é lógico, a pressão também tem ligação com a iniciativa e a antecipação. Na vida precisamos de dar continuidade aos conceitos anteriores, a isso chama-se pressão. Se a iniciativa e a antecipação forem momentâneas, podem não chegar para atingir o objectivo e a tarefa fica incompleta.
No xadrez acontece o mesmo, a pressão tem de ser exercida até o adversário levar mate ou não conseguir vencer. Não esqueçam que uma partida só acaba quando um dos jogadores abandona ou os dois aceitem o nulo (empate). Muitas vezes uma jogada passiva leva ao desmoronamento da posição e do jogo. Já assisti a muitas partidas em que um dos jogadores tinha uma posição de forte pressão, ao passar de um lance para outro lance abrandaram a pressão e acabaram por perder ou empatar. Pensem bem antes de jogar, em certas posições vale mais ter pressão do que ganhar material.

Conclusão
Resumindo; cada irmã tem as suas virtudes e o seu poder. Mas a sua maior força é a união! Quando as três se unem fazem maravilhas. São um trio invencível. Por isso meus amigos, façam-se amigos das três irmãs e elas farão dos meninos e meninas campeões!.. Aprendam o mais que puderem com elas e elas passarão a ser também vossas irmãs. Os quatro farão partidas de alto nível e os adversários irão tremer com a vossa força.


Marinha Grande, 12 de Abril de 2004

Amigos,

Em breve irei falar de outros familiares, todos irão dar uma ajuda na vossa formação. Os meninos conhecem a mãe Abertura? E o pai Meio Jogo? E a avó Estratégia? Ainda temos os tios Espaço e Centro, as tias Táctica e Manobra, o avô Desenvolvimento, os primos Finais, etc., etc.
O Xadrez é um mundo maravilhoso paralelo ao real, mas no bom sentido. O jogo é leal, democrático, sem racismo, ou outras formas de exclusão social. No xadrez não há ricos nem pobres, feios ou bonitos.
Ninguém tira a vez a ninguém.
No Xadrez não há batota! …

José Bray



O homem do Tijolo e o Xadrez

Era uma vez dois amigos que andavam sempre juntos. Eram como irmãos, mais, pareciam mesmo gémeos mas não tinham nenhum grau de parentesco. Tinham a mesma altura e peso aproximado. Na inteligência nenhum ficava a ganhar e na força também não. Eram dois rapazes fabulosos cheios de potencial. Nasceram e cresceram juntos e fizeram tudo na vida semelhante. Tudo não!.. Houve uma coisa que não fizeram igual. Colocar um tijolo todos os dias!.. João fazia isso usando alguns segundos em cada dia que passava. Pedro achava a isso um disparate e ria-se do amigo.
A vida passou e um dia chegaram à velhice. O João tinha construído um edifício e o Pedro nada fizera!


Era uma vez dois amigos que andavam sempre juntos. Jovens igualmente inteligentes, gostavam das mesmas coisas, uma das suas paixões era o jogo do Xadrez. Durante um certo tempo o nível deles era igual. A partir de certa altura aconteceu o seguinte: O Carlos só queria jogar e não queria estudar o xadrez, afirmava que o mais importante era praticar. Por sua vez o Daniel estudava todos os dias, uns finais, mates, combinações, táctica, estratégia, pouco de cada vez mas sempre.
Sabem o que aconteceu com o passar do tempo? É muito simples! O Carlos embora fosse muito inteligente nunca passou de um jogador medíocre, por sua vez o Daniel tornou-se um campeão sem esforço de maior.


Façam como o Homem do tijolo, todos os dias aprendam um pouco e assim conseguirão construir o edifício do saber!




Marinha Grande, 06 de Maio de 2004
José Bray

domingo, 3 de outubro de 2010

Xadrez - SOM e Daniel Bray vencem Distritais de Rápidas




















Os Distritais de Leiria no ritmo de Rápidas (partidas de 5 minutos), disputaram-se na aldeia do Ninho da Águia, freguesia da Benedita concelho de Alcobaça, na colectividade local. Estiveram presentes quatro dezenas de xadrezistas e sete equipas. Na prova individual venceu Daniel Bray do Sport Operário Marinhense da Marinha Grande, com 6,5 em 7, em segundo ficou André Pinto de São Martinho do Porto e em terceiro Pedro Rodrigues da Academia de Xadrez da Benedita. Na prova colectiva o a equipa da Marinha Grande representada por Jorge Simões, Daniel Bray, Carlos Dias e José Bray, saiu vencedora ao consentir só uma derrota, em segundo lugar ficou a equipa das Caldas da Rainha e em terceiro a Casa do Povo do Bombarral. Estão de parabéns os representantes da cidade vidreira e em especial Daniel Bray (16 anos) que conquistou mais um título Distrital. Quero louvar, porque é da mais elementar justiça a atitude de Ricardo Pais que mostrou o maior fair play e também a atitude no bom sentido de Samuel Rebelo ao aceitar a decisão polémica do árbitro.

Data importante, 3 de Outubro - Trabalho e Tabaco

Há na vida de cada pessoa, datas importantes, derivadas dos mais diversos acontecimentos, como todos sabem. Não fujo à regra, mas hoje vou falar de um dia do ano que comemora dois acontecimentos da minha existência sobre os quais me apetece falar, o 3 de Outubro. Nesta data no ano de 1957 comecei a trabalhar oficialmente, já lá vão cinquenta e três anos... Portugal, nessa época era uma nação de grande pobreza e fascista, a vida era muito difícil para 90% da nossa população residente. Por essa razão os nossos jovens precisavam de ajudar os pais, não podendo ir estudar, mesmo que fossem as maiores inteligências do país. Isto era o Salazarismo! Infelizmente fazia parte dessa percentagem. Considero contudo uma data marcante! Em 1973 era um fumador inveterado fumando três maços por dia. Um dia pensei.--Bray tens a mania que és inteligente mas és uma besta, andas a prejudicar a tua saúde e a dos teus indirectamente, gastas dinheiro que pode fazer falta à tua filha e ainda por cima incomodas toda a família, burro, burro. Então no dia 3 de Outubro estando a jogar o Campeonato de Angola de Xadrez, amachuquei o maço MC e nunca mais peguei num cigarro! Claro que custou muito, mas não há niguem mais teimoso que um teimoso!