segunda-feira, 28 de março de 2011

Filarmónica da Ermegeira - Parabéns!






A Banda da Ermegeira fez anos, cento e vinte nove a tocar! Já vem do tempo de D. Luís, rei culto que fomentou o nascimento de filarmónicas por todo o país! Meus amigos, tentem situarem-se nessa época e pensem na importância dessas medidas do rei, comparem os tempos e as tecnologias. Os nossos actuais governantes deviam colocar os olhos no exemplo de D. Luís. Mas mudemos a bússola...

Como não não podia deixar de ser fui ao concerto comemorativo, gostei do que ouvi e vi! Cerca de quarenta músicos, sendo um terço raparigas. Tudo muito afinado e superiormente dirigido pelo Maestro Álvaro Reis. Este responsável tem dedicado a sua vida à Banda e inclusive tem excelentes composições, por exemplo, "O Parque da Várzea". Logo que posso colocarei essa marcha neste Blog.

Após o concerto foi servido um farto beberete, gratuito, serviu para conversar com familiares e amigos, seguiu-se uma a sessão de fotografias, projectadas em ecrã e recordou-se, tios e primos já desaparecidos.

O meu avoengo Silvério Pedro da Roza Bray (junto foto) foi um dos fundadores, outro Silvério (junto foto) seu neto e meu padrinho, foi o músico com mais tempo de banda, mais de setenta anos. Conta-se que em França a banda só pôde contar com um trombone, o padrinho sozinho fez o trabalho todo e foi um show. Houve uma altura em que os Bray enchiam a banda! Hoje não!

Contaram-me uma terceira versão sobre o nascimento da Banda, mas fica para outra altura. Entretanto juntos três fotos da Filarmónica de épocas diferentes, fundação, anos cinquenta e actual.

Povo da Ermegeira, ajudem e acarinhem a vossa Banda, se ela acabar a alma da aldeia também morrerá!

Gostei muito e na próxima lá estarei!

Ermegeira - A Banda e o Futebol

Na minha aldeia há um conflito que divide a população. Penso que isto acontece em todos os burgos deste nosso conturbado planeta. Mas a estória da minha terra é minha preocupação e por isso estou a escrever sobre ela!

Os meus amigos lembram-se dos filmes italianos de humor dos anos cinquenta e sessenta que contavam a estória do conflito entre D. Camilo e Pepone? O pároco e o político comunista, numa pequena aldeia da Itália no após guerra, protagonizam cenas hilariantes através dos seus conflitos, mas no fim amigos trabalhando para o bem comum!

Costume dizer na brincadeira que na minha terra há os Bray e os restantes são primos. Quero dizer que somos todos ao fim e ao cabo uma família.

A coisa mais importante da aldeia é a banda filarmónica fundada em 1882, entretanto mas muito mais recente criou-se o chamado clube da bola. Um dia, não há muitos anos, aconteceu algo que os dividiu. Não vou falar das várias versões desse conflito que me foram contadas, nem vou fazer juízo de valores, não sei quem tem razão, nem sei se alguém a terá!

Mas uma coisa é certa, sei que a aldeia se dividiu, pior, dividiu os amigos e dividiu as famílias! Pergunto aos habitantes da Ermegeira. Não acham isso um disparate? Não acham que o interesse da aldeia é mais importante que as guerras de capoeira?

No D. Camilo e Peppone os conflitos com humor eram construtivos, na minha aldeia não, são estupidamente crispados!

Tenho familiares queridos nos dois lados, não tomei qualquer partido como é óbvio, quero sim que todos se dêem bem e sejam felizes!

Se precisarem da minha humilde colaboração, estarei disponível para ajudar a sanar este imbróglio.

Povo da Ermegeira, tenham bom senso!

sábado, 26 de março de 2011

Carlos Bray - Um homem bom!

O meu primo Carlos Bray está bastante doente, felizmemente está recuperando! Vou transcrever uma intrevista feita há alguns anos e que mostra o carácter deste Bray! Esta é uma homenagem que lhe presto com desejo de rápida recuperação!
José Bray 26/03/2011

Na rectaguarda da guerra!
Enfermeiro Carlos Bray

Cruzou-se com centenas de combatentes que voltaram
Da guerra marcados pela violência do conflito.
No HMP tratou doentes e apoiou famílias e supriu uma
Falta grave no campo psicológico que naqueles tempos
Era a dura realidade. Uma história de amor ao próximo,
Na dedicação de uma vida.
O ELO procurou-o e foi encontrá-lo em Constância.
Empresário no ramo da indústria Hoteleira, o antigo enfermeiro Carlos Bray estava em casa doente mas não quis que o repórter perdesse a viagem. Depois da recruta em Leiria e a especialidade em Coimbra, Carlos Bray chega ao Hospital Militar Principal em Janeiro de 1970, como 1º Cabo enfermeiro, esperava ir para o Ultramar, mas a boa nota que conseguiu na especialidade manteve-o na retaguarda da guerra. No HMP o nosso enfermeiro passou pela cirurgia de sargentos e praças, serviço de sangue, cirurgia plástica, vacinação a batalhões e companhias de militares mobilizados, fez o que qualquer enfermeiro deveria fazer mas, o que o tornou mais conhecido foi o seu lado humano. Carlos Bray tornou-se uma pessoa estimada por todos, doentes, colegas e médicos. As chefias chegaram a tecer-lhe elogios por escrito. Sempre disposto a desenrascar um amigo, nunca virou as costas a um doente. O Bray não era só o enfermeiro, foi também o amigo e até fazia de psicólogo e de assistente social, funções ali inexistentes na época. “Animava os doentes, encorajava as famílias no primeiro embate de verem pela primeira vez um parente cego ou amputado”. Sempre sensibilizado com a situação dos doentes, sobretudo daqueles que ali permaneciam em plena solidão pela impossibilidade das famílias se deslocarem ao hospital, uns pela distância, outros por problemas financeiros, em alturas do Natal ou da Páscoa, o enfermeiro Bray chegou a convidar alguns para irem passara quadra em família em sua casa. Carlos Bray ainda hoje traz na memória a imagem desses homens estropiados na flor da idade e confessou ao ELO que houve um que o marcou bastante: “o Sampaio”. Ainda hoje se recorda que ele não quis ir passar o Natal com ele e a sua família, por estar cego e sem braços e porque não quis dar trabalho a ninguém. Contou-nos também uma outra estória que não esqueceu, um guineense, chegado ao hospital crivado de balas, pediu a Carlos para lhe escrever uma carta. O enfermeiro, sempre com a boa vontade que lhe era característica, muniu-se de papel e caneta e ia escrevendo o que o homem lhe ditava. Terminada a missiva, o “pinga amor” quis repetir a dose e ditou mais 30 cartas para outras tantas mulheres que tinha deixado na Guiné, refere o enfermeiro. Quando saiu da tropa, depois de cumpridos rigorosamente três anos, empregou-se em Lisboa, mas o ex-enfermeiro ainda não estava curado da preocupação constante com os seus doentes e quando saía do emprego, comprava frangos e batatas fritas e ia levar-lhes o jantar ao hospital. Carlos Bray fez muitos amigos, a quem foi perdendo o rasto devido às circunstâncias da vida e hoje interroga-se, “o que será feito desses homens? Como se fizeram à vida? Estes homens merecem uma atenção do Governo, um apoio moral e material, “para eles e para os filhos,” porque os mutilaram em defesa da Pátria”. E vai lembrando que, lá dizia o poeta:
“A Pátria honrai que a Pátria vos contempla.”
O Bray está convidado para vir à ADFA numa das nossas comemorações altura em que certamente irá encontrar muitos dos seus antigos doentes. _
Texto e foto: Farinho Lopes

sexta-feira, 11 de março de 2011

27º Open de Xadrez de Cappelle la Grande

Uma delegação de Leiria deslocou-se a Cappelle la Grande – Dunkerque - França, para participar no 27 Torneio Internacional de Xadrez. José Bray, Daniel Bray, Carlos Baptista e Carlos Dias, todos com objectivos bem distintos, Daniel para aprender, Dias para trabalhar como árbitro, os outros para ver e fazer xadrez lúdico.
A viagem foi uma autêntica saga, desde perder o avião para Bruxelas até às dormidas e à alimentação, tudo para esquecer. A juntar a isto o frio e a falta de assistência da organização aos participantes pagantes e à gripe que José Bray e Baptista padeceram.
Na verdade é um Torneio com quase seiscentos participantes e uma força de jogo tremenda. Tudo isto pode ser analisado nos Sites da modalidade. Parte dos jogadores são convidados com tudo pago e os GM ainda recebem para estarem presentes. Até aqui tudo bem, têm dinheiro para isso, façam-no. Depois há os pagantes e não custa pouco, estes são jogadores de segunda e tratados como tal. É pena a organização pensar assim! Nós sentimos na pele.
Na minha opinião é uma Torneio megalómano, organizado por uma família numa povoação sem beleza nem atractivos, por isso Dunkerque é o centro de tudo! A alimentação em cantina é cara e não presta, embora os voluntários fossem bastante simpáticos.
Daniel Bray fez uma prova excelente jogando com seis xadrezistas acima do seu elo, venceu um de 2200 e tinha superioridade não consumada com um jogador de 2200 e outro de 2400. Bray e Baptista doentes não puderam fazer melhor. Carlos Dias foi um árbitro de classe.
Meus amigos, resumindo, não aconselho ninguém a ir ao Torneio de Cappelle la Grande, é grande mas não é grande coisa. Mas se forem convidados com tudo pago aceitem mas não levem companhia pois é uma grande seca.
Cappelle la Grande como organização é um bluff.