sábado, 22 de dezembro de 2012

Milagre de Natal! (versão nova)

O jardim estava quase vazio, uma velhinha sentada no banco, mais central, junto ao denso arvoredo e cheia de frio recordava o passado longínquo em que,sentada naquele mesmo banco via as crianças, filhos de gente abastada brincar com lindos brinquedos e vestidas a rigor com roupas bonitas e quentes. Ela, ainda menina, tiritava de frio no seu roto vestido de chita e os seus pequeninos pés enregelados não encontravam qualquer conforto nos chinelos já coçados pelo tempo. Hoje, depois de tantos anos passados, via que à sua volta brincavam os netos das crianças de outrora, e que era mantido o mesmo rigor das boas roupas e dos mágicos brinquedos. Pouco tempo lhe restava de vida, ela sabia isso. Continuava pobre, como pobre sempre fora desde menina. Agora, triste e saudosa recordava o filho que partira há muito para o fim do mundo. Poucas notícias recebera e dinheiro ainda menos. O dinheiro tinha dado jeito, mas as notícias eram bem mais importantes. Coitada! Não sabia ler nem escrever, precisava sempre de alguém para a ajudar, mas as pessoas e olhando o seu estado de pobreza pouco lhe ligavam, e ela tinha vergonha de pedir auxilio. Um dia teve a notícia que o filho morrera. Reviu todo o seu passado e recordou o amor da sua vida, falecido prematuramente devido às vicissitudes da vida. Então a velhinha chorou, chorou, chorou…e adormeceu enregelada no banco do jardim. Sua alma preparava-se para partir… foi então que suaves toques na sua enrugada mão impediu o abalar da alma. Recobrou os sentidos, abrindo aos poucos os seus olhos já cansados. À sua frente uma linda menina igual à outra de há setenta anos, sorrindo, estendia-lhe uma rosa branca. --Sou eu avó! Vim de muito longe para a beijar. A menina abraçou e beijou a velhinha que feliz partiu para a eternidade. Yarb, 6/12/2012

5 comentários:

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  5. Se os comentários não são ofensivos, não vejo motivo para serem removidos. Onde está a liberdade de expressão? Muitos comentários podem ser construtivos, e aqueles que não o são devem dar motivo a uma reflexão sobre o que foi escrito.

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