Milagre de Natal
O jardim estava quase vazio, uma velhinha estava sentada no banco mais central junto ao denso arvoredo. Cheia de frio recordava o passado longínquo em que sentada naquele mesmo banco via os meninos e as meninas filhos de gente abastada brincarem com lindos brinquedos e vestidos a rigor, bonitas roupas e quentes. Enquanto ela, menina, tiritava de frio no seu roto vestido de chita e chinelas de pobre nos seus pequeninos pés enregelados. Era nesse distante dia, Natal, como Natal era neste dia em que ela via os meninos e meninas netos dos outros meninos e meninas de outrora, brincando com belos presentes e ainda mais vestidos a rigor. Pouco tempo lhe restava de vida, ela sabia isso. Continuava pobre como pobre sempre fora desde menina. Agora triste e saudosa recordava o filho que partira há muito para o fim do mundo. Poucas notícias recebera e dinheiro ainda menos. O dinheiro tinha dado jeito, mas as notícias eram mais importantes. Coitada não sabia ler nem escrever, precisava sempre de alguém para a ajudar, mas as pessoas são muito egoístas e ela tinha vergonha de pedir. Soube um dia que o filho morrera. Recordou o amor da sua vida, falecido prematuramente devido às agruras da vida. Então a velhinha chorou, chorou, chorou…entretanto adormeceu enregelada no banco do jardim. Sua alma preparava-se para partir… foi então que suaves toques na sua enrugada mão impediu o abalar da alma. Recobrou os sentidos, abrindo aos poucos os olhos já cansados. À sua frente uma linda menina igual à outra de há setenta anos, sorrindo, estendia-lhe uma rosa branca. --Sou eu avó! Vim de muito longe para a beijar. A menina abraçou e beijou a velhinha que feliz partiu para a eternidade. Yarb, 6/12/2012
Dedicado à menina Ana Maria, minha irmã, 1951/1953!
O jardim estava quase vazio, uma velhinha estava sentada no banco mais central junto ao denso arvoredo. Cheia de frio recordava o passado longínquo em que sentada naquele mesmo banco via os meninos e as meninas filhos de gente abastada brincarem com lindos brinquedos e vestidos a rigor, bonitas roupas e quentes. Enquanto ela, menina, tiritava de frio no seu roto vestido de chita e chinelas de pobre nos seus pequeninos pés enregelados. Era nesse distante dia, Natal, como Natal era neste dia em que ela via os meninos e meninas netos dos outros meninos e meninas de outrora, brincando com belos presentes e ainda mais vestidos a rigor. Pouco tempo lhe restava de vida, ela sabia isso. Continuava pobre como pobre sempre fora desde menina. Agora triste e saudosa recordava o filho que partira há muito para o fim do mundo. Poucas notícias recebera e dinheiro ainda menos. O dinheiro tinha dado jeito, mas as notícias eram mais importantes. Coitada não sabia ler nem escrever, precisava sempre de alguém para a ajudar, mas as pessoas são muito egoístas e ela tinha vergonha de pedir. Soube um dia que o filho morrera. Recordou o amor da sua vida, falecido prematuramente devido às agruras da vida. Então a velhinha chorou, chorou, chorou…entretanto adormeceu enregelada no banco do jardim. Sua alma preparava-se para partir… foi então que suaves toques na sua enrugada mão impediu o abalar da alma. Recobrou os sentidos, abrindo aos poucos os olhos já cansados. À sua frente uma linda menina igual à outra de há setenta anos, sorrindo, estendia-lhe uma rosa branca. --Sou eu avó! Vim de muito longe para a beijar. A menina abraçou e beijou a velhinha que feliz partiu para a eternidade. Yarb, 6/12/2012
Dedicado à menina Ana Maria, minha irmã, 1951/1953!
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