terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Vento do Oeste!

Vento do Oeste!

Vento do Oeste; acaricia meu rosto, aquece meu coração, purifica minha alma. Vento do Oeste; leva-me flutuando entre a terra e a lua aos plátanos da minha infância. Vento do Oeste; sopra com ternura e leva-me a ver as coisas belas da tua zona minha pátria. Vento do Oeste; leva-me ao carvalhal, ao bombarral, ao vimeiro, ao montejunto, corujeira, vilar, vilanova, cadaval, tojeira e mais lugares sagrados. Vento do Oeste; leva-me nas tuas asas, por serras, vales e rios à minha aldeia, local do meu nascimento. Vento do Oeste; leva-me a ver o moinho, a ponte, a fonte, a capela, o rio, e tudo o que a minha memória arrecadou. Vento do Oeste; leva-me a ver quem amei e não esqueci. Vento do Oeste; leva-me a ver as vinhas, pereiras, macieiras e figueiras que mataram a minha fome quando menino. Vento do Oeste; leva-me a ver os entes queridos que já partiram desta vida, mãe, irmã, primos, tios, padrinho e avós. Vento do Oeste; leva-me a ver os animais que amei, em especial o Tejo, cão grande, amarelo e pachorrento. Vento do Oeste; leva-me a ver as minhas memórias de menino pobre e abandonado. Vento do Oeste; suaviza minha alma e leva-me a ver a minha campa no cemitério!

ZM 9/4/2012






1 comentário:

  1. Ah! Vento do oeste não sejas agreste para os filhos que tanto te amam.

    ResponderEliminar