Noite de
Natal – O Milagre!
As fábricas da Lapónia que fabricam brinquedos trabalharam em
três turnos ou seja 24 horas sobre 24 horas, ao longo destes doze meses. Era
preciso fabricar todo o tipo de brinquedo para oferecer como prenda de Natal,
aos meninos e as meninas de todo o mundo. Mas este ano havia uma novidade,
decretada pelo pai Natal principal, todos a partir dos sessenta, homens e mulheres (sim Mães Natal) eram convocados para a tarefa do Natal. Sim porque da Lapónia não pode vir só um trenó,
era demasiado trabalho para um velhote e suas renas. Podemos mesmo dizer que os
cinquenta mil idosos daquela região fazem a entrega das prendas e mesmo assim
ficam de fora a maior parte dos meninos e meninas, curiosamente os mais pobres.
Porque será? Porque razão tanta azáfama na Lapónia este ano? Vou contar porque
aconteceu essa mudança!
Um dia o menino Jesus, agora já adolescente ouviu uma criança
a cantarolar os seguintes versos:
Natal
Vem
aí o Natal
Tempo
de fartura
Mas
muito animal
Racional
ou não
Tem
falta de ternura
E
falta de pão.
É
só simpatia
É
só bondade
É
só hipocrisia
É
só falsidade.
Cuidado
com as feras
Elas
tudo comem
Elas
são beras
Elas
são o homem!
O
ser humano
É
o pior bicho
Após
o fim do ano
A
comida vai para o lixo.
Quando
o pobre se unir
E
exigir o que é seu
Quem
se vai rir?
Vão
ser eles vou ser eu!
Quem
muito tem
A
alguém o roubou
Porque
nunca alguém
Tanto
ouro amealhou.
Haverá
um dia
Que
o vosso Deus
Com
muita alegria
Se
juntará aos ateus.
Deitam
comida fora
E
também muita roupa
E
sem mais demora
Tudo
gasta nada poupa.
Vem
aí o Natal
Com
ele muito frio
Os
pobres passam mal
Mas
não podem dar pio.
Jesus
da Nazaré
Com
sacrifício e humilhação
Deu
exemplos ao Zé
Mas
este quer ostentação.
Vem
aí o Natal
E
a tosca humanidade
Que
faz muito mal
É
toda caridade
Falsa
humildade
Para
aliviar consciências
Falsa
castidade
Das
super potências
Jesus
dos despojados
Fica
envergonhado
Porque,
mal amados
Estão
desalojados
E
ele já cansado.
Vem
aí o Natal
Coitados
dos sem abrigo
Têm
fome, frio e passam mal
Excluídos
vivem no perigo
O
Natal é tempo de dor
Para
quem tem coração
É
tudo um horror
Que
nos leva à emoção.
Que
esperanças, que alegrias,
Tem
o pobre?
Tem
sonhos!
Tem
fantasias!
Ser
nobre
Ter
filhos risonhos.
O menino Jesus após dois mil anos de história aprendeu muita
coisa, ao ouvir este poema ficou muito abalado e decidiu abordar o seu pai
espiritual o Deus. Este na sua natural prepotência disse ao filho para não se
meter onde não era chamado. – Mete-te nas coisas das crianças e deixa os
assuntos sérios para o pai, as coisas são mais complexas do que tu pensas. E
assim despachou o adolescente que não ficou convencido.
Mais tarde Jesus ouviu outro menino, por sinal uma menina
troteando o seguinte poema:
Natal traidor
Está
aí o Natal!
Menino
pobre olha,
Procura
ansioso lá longe
Procura
olhando o céu
O
carro do pai Noel.
Sonha
no real, sonha acordado.
É
noite escura, noite límpida.
Menino
pobre tem frio,
Menino
pobre tem fome,
Fome
de comida e amor,
Frio
no corpo e na alma.
Olha,
lá vem o pai Natal,
Olha,
lá vem o carrossel.
Está
negra a noite!
Brilham as estrelas
No
coração do menino.
Vem
aí o pai Noel,
Lá
vem o seu presente!
Mas…
mas… desilusão!
Com
mil luzes
O
trenó passa… sem parar,
Vai
para o palacete.
No
quarto do menino rico
Mais
uma prenda vai entregar
Às
mil existentes!
Menino
pobre chora!
Pai Natal seu sacana!
Traíste
o menino pobre
Traíste
o menino Jesus.
O menino Jesus que
já não era menino há muitos séculos mas sim adolescente, ficou outra vez
angustiado e decidiu desta vez tomar uma atitude, seu pai tinha dito para ele
se meter em assuntos de criança, então ele ia mesmo meter-se em assuntos dos
mais novos. Se assim pensou mais depressa o executou. Pediu ao seu anjo
escudeiro para chamar o São Nicolau padroeiro do Natal. Este, gordo, afogueado
e cambaleando no seu fato verde apareceu pouco depois. – Que deseja menino
Jesus? O menino que já era adolescente, pensou um pouco e depois determinou. –
São Nicolau, quero que todos os meninos pobres do mundo tenham este ano o seu
brinquedo! Parou para apreciar a reacção do velhote, tomou ar, depois
continuou. -- De futuro será sempre como desta vez. O Santo ainda argumentou.
-- Mas assim é capaz de não chegar as prendas para os meninos ricos! -- Não faz
mal, a esses mandas um postal a explicar a razão, vais ver que eles aceitam e
ainda ficam felizes!
Foi assim que aconteceu o
milagre! Jesus estava feliz!
David – 24/12/2010
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