06 – O xadrez e a vida
Há muitos anos, já lá vai quase uma vida: fizeram-me a
seguinte pergunta. Qual a diferença que distingue, um bom gestor de um bom
líder, na relação profissional com os trabalhadores?
Com alguma ironia, mas com fundamento, defini assim:
Um bom gestor pega num trabalhador que rende 10 e só paga 9.
Fica convencido que fez bem. Contudo (sem saber) fica com um trabalhador
contrariado que só vai render 8.
Um bom líder pega num trabalhador que rende 10, paga-lhe 11 e
o trabalhador vai render 12.
Um bom gestor exige! Um bom líder agradece!
Depois expliquei tintim por tintim num livro intitulado
Gestão & Liderança: não farei isso neste texto. No entanto…
No xadrez como na vida, uma competente gestão e liderança é
necessária.
No xadrez temos um património para gerir, temos de o fazer
com rigor e parcimónia. Temos de saber gerir a imensa e complexa teia de
variantes, não perdendo património, excepto se daí advir vantagem ou ganho
final. Também o tempo do relógio tem de ser bem gerido. Temos de gerir a nossa
preparação teórica, para lutar com mais argumentos com o adversário. Temos de
gerir e ter cuidado com a saúde do corpo, comidas e bebidas.
No xadrez temos de gerir, gerir e gerir!
E na vida? Que acham? Claro que todos o temos fazer: gerir,
gerir, gerir. Quem não souber gerir, será um falhado!
Também temos de ser um líder com competência e coragem!
Na vida, a todo o momento temos de tomar decisões. De um modo
geral, são inócuas. É fácil de entender, mas por vezes são decisões críticas,
que podem transformar vidas. São por vezes encruzilhadas terríveis. Todos, as
temos…por vezes mal resolvidas!
No xadrez temos de tomar decisões. Como na vida, muitas são inócuas.
Outras assim, assim. Algumas são de grande risco! Um bom líder é aquele que vai
para a luta. Por isso ou somos medrosos ou avançamos assumindo a
responsabilidade e o risco.
Então meus amigos. Digam lá: há ou não analogia com a vida?
Só um cego não vê isso!
Mais uma vez o xadrez imita a vida e pode ajudar e ensinar a
assumir decisões, gerindo com competência.
José Bray
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