terça-feira, 19 de julho de 2016

O xadrez e a vida - 07

07 – O xadrez e a vida
Pois é meus amigos, hoje vou fazer uma abordagem diferente, mas falando de xadrez.
Xadrez na arte!
O xadrez além de ser arte na sua génese, permite aos artistas criarem arte a partirem dos mais variados ângulos.
A literatura (prosa) tem abordado intensamente o xadrez, a lista é infinita. Quem não se lembra da novela de Stefan Zweig “O Jogador de Xadrez” ou de “A Tábua de Flandres” de Arturo Pérez-Reverte?
E não falo dos livros temáticos, uma grande parte deles, autênticas obras de arte.
Na pintura, a abordagem é também universal, em todas as épocas e todas as correntes.
Na escultura há milhares de exemplos! Por exemplo a criação de peças do xadrez e seus tabuleiros. Gaudí criou um jogo de xadrez em que o tabuleiro e as peças, foram baseadas nas suas obras de arquitectura.
Sabiam que o famoso modelo Staunton, o mais oficial e o mais famoso conjunto de peças de xadrez, não foi desenhado pelo campeão inglês? Foi Nathaniel Cook que as desenhou e registou no dia um de Março de 1849.
No cinema e no teatro o xadrez, das mais variadas formas, o xadrez tem estado presente, seja como enredo principal seja como simples adereço.
Deixem a poesia para o fim. Como na prosa também na poesia o xadrez inspirou uma legião de poetas que o cantaram.
Vou incluir neste texto, um poema da minha amiga poeta Isabel da Cunha Santos, que muito amável autorizou.
Obrigado Isabel!
Ah! Não se esqueçam de visitar o Museu do Xadrez em Figueiró dos Vinhos.

"O XADREZ DA VIDA"
As nossas vidas são tabuleiros,
Desde o dia em que nascemos,
Teremos que ser cavaleiros
Ou ter o leme dos veleiros
E o futuro construiremos.
Seguir em frente, sem medos,
Olhando o céu, a grande esfera,
Ninguém julgue que estarei,
Peça imóvel como o Rei
De braços cruzados à espera.
Muito menos serei Rainha
Que segue todas as direcções,
Eu vou querer ter uma linha,
Sem cantar a ladaínha
E viver grandes emoções.
Não quero ser como a Torre
A mover-se nas colunas,
Nas linhas também corre,
Ás vezes também morre
Deixa abrir grandes lacunas.
Nos Bispos eu não confio...
Movem-se em diagonais,
Em casas de cor, como um desafio,
Arrastam-se por um fio,
Como estando em catedrais.
Ser Cavalo? Quero que todos saibais
É única que passa por cima
De todas as outras demais
Não quero andar em L... jamais!
Tenho mais quem me anima!
Por fim vem o Peão, peça trave,
Que segue sempre em frente,
Esta sim, sou eu, como uma nave
Sem recuar, sigo de um modo suave
Viverei a vida de forma diferente.
Talvez um dia consiga, fazer um xeque-mate
Atacar o Rei, a Rainha, a Torre e o Bispo,
Será uma jogada só minha, de arremate,
Nem que venha montado no Cavalo, o arcebispo!
Isabel Santos 
26.12.2013
(reservados direitos de autor nos termos da lei)
José Bray



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