domingo, 11 de maio de 2014

Tratando a neura!

Algumas pessoas queridas, perguntam-me. Então não há nada de novo no teu blog?
Na verdade este ano tenho estado muito apático para a escrita, embora temas não faltem. Meti há pouco umas coisitas mas que já estavam no PC há meses, como podem confirmar nas datas no fechar das mensagens. Este ano em Janeiro ainda escrevi uma longa metragem intitulada "O Cooperante", trata dos anos da descolonização e dos dois primeiros anos de Angola independente, É um texto meio biográfico, mas contando verdades, é a perspectiva de quatro amigos, suas mulheres e outros. Deitou-me a baixo na verdade. Por isso passei um Fevereiro, Março, Abril, até há poucos dias num estado de prostração. Reagi e recomecei a cinco uma saga antiga mas com um conceito muito interessante, o titulo provisório é João Simão. A primeira parte foi escrita há mais tempo, mas agora o regresso de João Simão evoluiu.
Vou escrever ao toque umas tretas para tentar acalmar a minha alma. Desculpem. mas não leiam!..
Preciso de falar mas não sei com quem, por isso vou escrever à toa como muitas vezes faço, ao parir palavras sobre a página em branco do word dá-me um certo gozo. Mas prazer mesmo é escrever a negro sobre um caderno quadriculado de preferência A4, mas A5 também serve. Por exemplo o meu querido Diário é de tamanho A5, nele vou escrevendo os meus humores, desejos, desabafos. Lá aparecem regularmente poemas, fraquitos mas elaborados de esticão com muita satisfação. São versos de pé quebrado como dizia um filosofo meu amigo. Na verdade, enquanto a minha esferográfica vai expelindo a sua alma para o papel, até a sua exaustão, sinto prazer na minha mão direita, especialmente nos dedos polegar, indicador e um pouco no grande. Vós pensais. - Este gajo está doido! - Talvez esteja mesmo, mas se lerem uma mensagem há tempos introduzida neste blog intitulada "a morte da caneta", vão entender a mesma descrição atrás sobre a caneta a fazer amor com o papel deixando-o grávido de letras que poderão ter sentido ou não.
Espero que ninguém leia esta mensagem, embora ela seja toda a pensar nos meus amigos, que são muitas centenas senão milhares. Sim, penso que são milhares. A minha capacidade de amar não chega para dar atenção a todos. Peço perdão por isso, mas a vida é demasiado curta para tantas tarefas apaixonantes. Diz quem sabe que a vida é curta para o Xadrez. Então um viciado em Xadrez nada mais pode fazer. então as outras coisas? Como escrever estas tretas...ainda por demais eu tenho uma paixão pelo jogo das Damas. Já este ano fiz a maluquice de ir jogar a preliminar do campeonato nacional de Damas, nas instalações do INATEL na Vila da Feira que por sinal até é cidade. Há trinta anos que não jogava este maravilhoso jogo, nem a brincar. Então não é que fiquei apurado para jogar a fase final que está a disputar-se neste momento. Claro que não fui porque estou também este fim de semana a jogar Xadrez e tenho responsabilidades na equipa. Declinei a favor do jogador que estava na ordem classificativo da dita preliminar.
Como vêm meus amigos, a vida é mesmo curta. Devido a um grande amor atraiçoei o anterior, aconteceu em 1972 quando desliguei-me das Damas e me juntei ao Xadrez, agora dei uma voltinha com o meu antigo amor, mas não posso deixar o Xadrez, foi só um devaneio. Contudo na verdade eu adoro jogar Damas. Mas o tempo, o tempo, sempre o tempo.
Tenho setenta anos e felizmente sinto-me em plena forma, física e mental, mas também sei que o tempo está contado e de repente ela chega, sobre as mais variadas formas. Tudo que nasce, morre, muitas vezes não cresce, mas morrer, morre mesmo. Falando em morte, não tenho qualquer medo de morrer, vai ser um grande descanso, só não queria era ter de sofrer, Isso é que é uma porra.
O meu problema é mesmo a falta de tempo. Um homem ou uma mulher apaixonados por muitas paixões ao mesmo tempo, têm o meu problema. Já me referi ao Xadrez e às Damas, mas isto é só a ponta do icebergue. Então a escrita? Quem tem a tara de escrever como eu tenho, que faz? Ou escreve ou não escreve...é óbvio! Mas eu não posso passar sem escrever, então tenho de viver os dias com papel química para fazer tudo em duplicado. A minha arca está cada vez mais cheia de tudo, curiosamente sem publicar nada, excepto pequenos textos temáticos e as mensagens no meu blog focando os mais variados temas, alguns autênticos enigmas para quem os lê, porque precisavam de explicação, não todos mas muitos. Mas não publicas porquê? Pergunta vossemecê...um amigo meu dá a explicação, o gajo é doido diz ele. Será? Se calhar não! Escrevo por franco prazer, não para armar ao cagalhão, pois já há tanta merda por aí que até cheira mal. Não há ninguém que não publique algo. Não! Não! E não! Posso um dia a muito pedido mandar algo ao prelo, mas noventa e nove por centro vai ficar mesmo dentro da arca. 
Quando falo de paixões é fácil de entender que para além das paixoes entre seres há muitas outras paixões, imensas mesmo. Eu sei que vossemecê entendeu. Mas se um homem ou mulher amar muito outros seres, onde vai angariar tempo se o cenário for o descrito atrás? Temos de concordar que é mesmo uma porra.
Meus queridos, espero que não leiam este enorme desabafo e necessidade de escrever ao toque para tentar que a neura me deixe e vá para a cama. Bem haja a todos.
Comeira, 11/5/2014
José Bray

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