Irmandade
JM – a ultima brincadeira proibida
Naquele
universo cúbico abaixo do piso zero, a irmandade JM estava reunida, mais uma
brincadeira proibida estava em marcha, mais que proibida, perigosa mesmo. Nenhum
dos quatro estava drogado ou simplesmente com os copos, contudo o bom senso não
encontrou aceitação, o diabo espicaçava os miúdos naquele dia, talvez culpa da
primavera ou então os anjos do bem dos quatro foram dar uma volta e deixaram os
adolescentes entregues aos do mal. Vamos narrar de mansinho para não chocar
muito…
Primeiro,
porque era chamada a irmandade JM? Simples porque havia o José Manuel, o Jorge
Manuel, o Joaquim Manuel e a Joana Maria. Era uma coincidência mas era mesmo assim.
Um dia, ao reparar nisso, um dos putos, não interessa qual, sugeriu criar a
irmandade JM.
Os
adolescestes tinham todos doze anos excepto a Joana que ia nos treze. A
rapariga nada tinha de bonito e o físico deixava muito a desejar, era franzina
e parecia mais nova, excepto em relação ao irmão Jorge pequeno como ela, o
Joaquim era gordo, o José era o mais alto e o mais bonito. Os rapazes eram todos
ainda meninos, pouco pintavam ou mesmo nada, talvez um pouco um dos JM, mas a
garota nada lhe dizia. Mas Joana Maria já tinha bastante vício, era mais velha
e como se sabe as moças desenvolvem mais cedo, são mais precoces.
Nesse
dia a irmandade partiu para uma brincadeira que podia ter acabado mal, Joana
quis brincar aos casais. O José e o Joaquim ficaram vermelhos cheios de
vergonha, mas não deram parte de fracos, para o Jorge parecia ser tudo normal.
A
rapariga foi para o quarto dos pais, despiu-se e meteu-se dentro da roupa,
chamando depois os rapazes, um de cada vez. Ela definiu o tempo, cada um
estaria casado com ela quinze minutos. Os putos lá foram cada um na sua vez!
Gostavam
de saber o que se passou? Nada de especial…
Depois
o Joaquim foi para casa e o José também, o Jorge ficou com a irmã. Mas antes a
Joana que não deve ter gozado, zangou-se e fez uma ameaça, contar aos pais que
tinha sido obrigada!
Nessa
noite Joaquim teve pesadelos, por sua vez José ficou cheio de medo e até
bastante tarde ficou à janela sempre à espera que lá ao longe aparecesse o pai
ou mãe da Joana.
Depois
dessa brincadeira a irmandade JM implodiu como uma bolha de sabão.
José Bray, 11/1/2013
Nota: Esta pequena estória, verídica, faz parte do romance biográfico "Capitães da relva".
Brincadeiras Proibidas é um filme de culto do cinema francês. Produzido por René Clément em 1952, conta uma estória de miúdos passada durante a ocupação da França pelos nazis..
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