O mundo do xadrez de Portugal e não só, interrogou-se admirado por os Bray terem saído do SOM - Sport Operário Marinhense.
Após dezenas de anos de dedicação, como dirigentes, jogadores e professores e a pedido de inúmeros amigos e talvez alguns inimigos assim como dos xadrezistas em geral, sinto-me na obrigação de fornecer alguns esclarecimentos.
Após dezenas de anos de dedicação, como dirigentes, jogadores e professores e a pedido de inúmeros amigos e talvez alguns inimigos assim como dos xadrezistas em geral, sinto-me na obrigação de fornecer alguns esclarecimentos.
Sou sócio do Operário desde 1980 mais ano menos ano, actualmente além de mim são sócios também Ana Bray, Isa Bray e Daniel Bray.Comecei a colaborar com o xadrez do SOM a meio dos anos oitenta, sim por volta de 1985, já lá vão vinte oito anos. Isto no tempo do doutor José Henriques Vareda homem ilustre da Marinha Grande e não só. Nessa época tinha com amigos fundado o Núcleo de Xadrez da Marinha Grande, o nosso doutor tinha grande admiração pela forma com eu estava no mundo, ou seja havia grande empatia entre nós. A seu pedido organizei no seu Operário muitos eventos de qualidade tanto em xadrez como em damas, por sua vez José Vareda cedeu ao Núcleo de Xadrez uma sede a custo zero de aluguer.
Como tudo na vida, nasce, cresce e morre, o nosso doutor deixou-nos de surpresa em 1989, deixando órfão o grande amor da sua vida o seu Operário. Nesse fatídico fim-de-semana os xadrezistas do Núcleo jogando nas provas do INATEL em representação do SOM coroaram-se campeões nacionais de equipas. Foi como um requiem ao meu amigo! Fizeram parte dessa equipa, José Bray, Carlos Quaresma, Vítor Cordeiro, Carlos Marques e Mário Carvalho.
Após a falecimento do doutor os ilustres do Operário falaram assim comigo:
--José Bray, era um sonho do José Vareda que o xadrez viesse para a sede do SOM e aqui se fizesse uma equipa federada, por isso pedimos a vossa boa vontade nesse sentido.
Falei com o núcleo duro do xadrez da cidade vidreira e decidimos fazer a vontade aos directores do SOM que nessa altura tinham realmente mérito e não estavam no clube por penacho ou promoção.
Pegamos nos tarecos do xadrez que já eram muitos, todos propriedade do NXMG e lá fomos para a sala quatro do SOM. Eram muitos relógios, muitos tabuleiros e peças, muitas mesas, cadeiras, livros e revistas não muitos. Fundou-se a equipa do SOM e mais tarde houve fusão com o NXMG.
Seguiram-se anos de glória, com a ajuda das competentes direcções, das eficientes funcionárias da secretaria do clube e com o apoio da autarquia Marinhense que tinha visão abrangente e percebia as vantagens da prática do xadrez no concelho.
Durante muitos anos organizámos o torneio 25 de Abril da Marinha Grande, prova ímpar em homenagem à revolução e seus ideais.
Criei o Memorial Dr. José Vareda em memória do meu amigo. Esta prova não existia em Portugal, por isso passou a ser designada também como campeonato nacional de semi-rápidas de equipas. Foi um evento único como todos sabem, um sucesso único no xadrez nacional. Este ano foi a vigésima quarta edição, infelizmente um fiasco.
A estória do Memorial será contada em texto que escreverei neste blogue, mais dia, menos dia.
Voltemos ao tema em causa. Durante vinte anos organizámos torneios fabulosos, além do 25 de Abril e Memorial José Vareda, campeonatos nacionais e distritais, torneios FIDE, aulas de xadrez a centenas de jovens. As equipas do SOM e seus xadrezistas brilharam ano após ano, conquistando títulos distritais e nacionais. Muitos dos seus jovens alcançaram o pódio e mesmo títulos de campeões nacionais.
Tudo o que tenho escrito é do conhecimento do universo xadrezista do país. Pela Marinha Grande nestes trinta anos de xadrez passaram milhares de jogadores nacionais e muitos estrangeiros. A cidade vidreira conhecia pelo vidro, ideais políticos de esquerda, passou também a ter reputação pelo xadrez.
A Marinha Grande chegou a ser conhecida pela Catedral do Xadrez de Portugal.
Em dada altura do percurso entrou a minha filha Isa Bray na modalidade chegando a ser das mais fortes jogadoras do país. Em 2003 começou a jogar o Daniel Bray meu neto, que até hoje somou êxitos sobre êxitos, foi campeão distrital absoluto com 15 anos em 2009, repetiu o titulo em 2011 e 2012, sendo por isso o campeão em titulo. De mim não falarei muito mas todos sabem que sou o campeão nacional de veteranos de 2012.
Contei isto tudo para entenderem o papel dos Bray no xadrez da Marinha Grande e do SOM.
Através destes 30 anos dei o meu melhor, como jogador, como dirigente e como professor. sacrifiquei muito do meu tempo e gastei do meu bolso muito dinheiro, muito mesmo!
A partir de certa altura entraram no SOM direcções que já não tinham a classe das anteriores. Os antigos directores devido às mais diversas razões foram-se afastando do clube, entrando outros que não tinham a mesma maneira de ver a carolice e o voluntariado. Para os novos tudo estava mal! Todos trabalhavam mal! Pobre ousadia da ignorância Nessa altura também me afastei das responsabilidades ficando só a funcionar como jogador. Contudo quando havia qualquer problema lá vinham incomodar o Bray que não tinha a ver com as questões em causa. Ou seja, não havendo solução lá ia o Bray pegar na viatura e solucionar o problema muitas vezes com elevados custos, e ainda por cima ter de jogar mesmo não querendo.
Finalmente a razão porque saí:
No principio da época quis saber qual o projecto para a temporada que ia começar, para tal solicitei essa informação à Direcção e a um individuo que apareceu dizendo que era o novo seccionista. Queria tudo escrito preto no branco, tim por tim, não queria comprar nabos em saco. Queria um documento assinado pela Direcção do SOM.
Insisti várias vezes e sabem o que aconteceu? A Direcção em birra comigo nunca respondeu embora anteriormente me aborrecesse por coisas sem qualquer importância e que tinham sido feitas por outros.
Por sua vez o seccionista que ninguém nos informou que o era, aquando dos seus contactos connosco foi dizendo umas coisas mas, no fundo, nada dizia..
Esperei até 4 de Dezembro, dois meses após começar a época. O Daniel Bray não pôde por isso ir a uma prova oficial. Ainda por cima me chegaram algumas comentários desagradáveis. Então que fiz mais os outros Bray? Partimos, não tínhamos outra solução!... A Direcção do SOM na sua prepotência nada fez para segurar os Bray.
Tive o cuidado de não influenciar ninguém com a nossa saída, porque quero o melhor para o SOM.
Quero esclarecer que tenho uma pasta com todos os documentos inerentes a este processo, que me levaram a escrever no meu blogue.
José Bray
Tudo o que tenho escrito é do conhecimento do universo xadrezista do país. Pela Marinha Grande nestes trinta anos de xadrez passaram milhares de jogadores nacionais e muitos estrangeiros. A cidade vidreira conhecia pelo vidro, ideais políticos de esquerda, passou também a ter reputação pelo xadrez.
A Marinha Grande chegou a ser conhecida pela Catedral do Xadrez de Portugal.
Em dada altura do percurso entrou a minha filha Isa Bray na modalidade chegando a ser das mais fortes jogadoras do país. Em 2003 começou a jogar o Daniel Bray meu neto, que até hoje somou êxitos sobre êxitos, foi campeão distrital absoluto com 15 anos em 2009, repetiu o titulo em 2011 e 2012, sendo por isso o campeão em titulo. De mim não falarei muito mas todos sabem que sou o campeão nacional de veteranos de 2012.
Contei isto tudo para entenderem o papel dos Bray no xadrez da Marinha Grande e do SOM.
Através destes 30 anos dei o meu melhor, como jogador, como dirigente e como professor. sacrifiquei muito do meu tempo e gastei do meu bolso muito dinheiro, muito mesmo!
A partir de certa altura entraram no SOM direcções que já não tinham a classe das anteriores. Os antigos directores devido às mais diversas razões foram-se afastando do clube, entrando outros que não tinham a mesma maneira de ver a carolice e o voluntariado. Para os novos tudo estava mal! Todos trabalhavam mal! Pobre ousadia da ignorância Nessa altura também me afastei das responsabilidades ficando só a funcionar como jogador. Contudo quando havia qualquer problema lá vinham incomodar o Bray que não tinha a ver com as questões em causa. Ou seja, não havendo solução lá ia o Bray pegar na viatura e solucionar o problema muitas vezes com elevados custos, e ainda por cima ter de jogar mesmo não querendo.
Finalmente a razão porque saí:
No principio da época quis saber qual o projecto para a temporada que ia começar, para tal solicitei essa informação à Direcção e a um individuo que apareceu dizendo que era o novo seccionista. Queria tudo escrito preto no branco, tim por tim, não queria comprar nabos em saco. Queria um documento assinado pela Direcção do SOM.
Insisti várias vezes e sabem o que aconteceu? A Direcção em birra comigo nunca respondeu embora anteriormente me aborrecesse por coisas sem qualquer importância e que tinham sido feitas por outros.
Por sua vez o seccionista que ninguém nos informou que o era, aquando dos seus contactos connosco foi dizendo umas coisas mas, no fundo, nada dizia..
Esperei até 4 de Dezembro, dois meses após começar a época. O Daniel Bray não pôde por isso ir a uma prova oficial. Ainda por cima me chegaram algumas comentários desagradáveis. Então que fiz mais os outros Bray? Partimos, não tínhamos outra solução!... A Direcção do SOM na sua prepotência nada fez para segurar os Bray.
Tive o cuidado de não influenciar ninguém com a nossa saída, porque quero o melhor para o SOM.
Quero esclarecer que tenho uma pasta com todos os documentos inerentes a este processo, que me levaram a escrever no meu blogue.
José Bray
José, há muito que indagava sobre a vossa ausência no som. Um dia fiz parte a equipa jovem com o José Ribeiro, Pedro Beltrão e outros. Equipa formada na escola secundaria Eng. Acacio C Duarte e apoiada pelo clube de xadrez do som. Infelizmente acabámos por nos afastar uns dos outros e da atividade conjunta que era a escola e o Xadrez. No meu caso pessoal, os pais não davam o apoio suficiente para eu me manter na atividade. Tenho visto ao longo do tempo que o xadrez ainda não é recebido pelo publico geral como um desporto, mas apenas como um jogo chato de tabuleiro que rouba tempo de mais...enfim, fruto da pós-modernidade. Gosto muito de xadrez e pena tenho de não poder voltar a estar junto de vós e restante família de xadrezistas portugueses (refiro-me aos que realmente se dedicam ao desporto). Lamento que interesses secundários da organização se tenham intrometido no "sonho" do Dr. Vareda e levado ao vosso afastamento, danificando a família de xadrezistas da Marinha Grande. Abraço e boa continuação
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