A borboleta branca e o café
Era uma vez uma borboleta branca, muito bonita e bastante
vistosa. Um dia, saiu da sua residência muito bem vestida no seu branco de
neve. Com graciosidade foi voando
através da longa avenida repleta de árvores, relva e flores. Poisando aqui numa
pétala de rosa ali numa folha de plátano. O tempo foi passando até que chegou a
hora do vício matinal: tomar café. Entrou numa loja de ambiente estranho e
pediu.
- Quero um café por
favor…
O empregado um rato antipático, respondeu que não tinha café,
então ela pediu um chá.
- Não pode ser menina
borboleta, nós não vendemos café nem chá. Só vendemos cerveja, vinho e bagaço.
Isto é uma taberna. Está interessada?
A borboleta disse que não, que não era alcoólica, saindo
depois em grande velocidade.
Mais à frente entrou noutra loja e pediu o seu café, ou chá
em alternativa. A empregada, uma simpática andorinha, esclareceu a borboleta.
- Minha senhora, aqui
só se vende sapatos, este estabelecimento é uma sapataria.
A borboleta branca pediu desculpa e saiu à procura do seu
café. Voou mais cem metros e entrou numa bonita loja. Após fazer o seu pedido,
voltou a levar um não. Ali não havia café mas sim muitos livros, era uma
livraria, mas também vendiam cadernos, canetas, lápis, borrachas, etc.: porque
tinha secção de papelaria. Então, numa atitude de lucidez, a borboleta
perguntou.
- O senhor mocho
podia-me informar aonde posso ir para tomar um café?
- Com certeza linda
menina, voa até ao fim da avenida e do lado direito está uma pastelaria: tem
bom café e deliciosos bolos.
A borboleta agradeceu a simpatia do senhor e rapidamente foi
até ao extremo da importante artéria. Ao chegar ao fim da avenida dirigiu-se à
loja, mas qual não foi o seu espanto, lá não havia café mas sim medicamentos:
estava numa farmácia. Falou com a doutora abelha.
- Mas disseram-me que
havia café no fim da avenida à direita…
A senhora com sorriso irónico esclareceu.
- Mas linda senhora,
aqui é a esquerda, enganou-se, a direita é do outro lado.
- Ai cabeça a minha,
obrigada e desculpe.
Rapidamente atravessou a larga avenida. Finalmente ia beber o
mal fadado café da manhã. Mas qual não é seu espanto e tristeza, a pastelaria
estava encerrada.
- Bolas, bolas e bolas!
Disse a branca e vistosa borboleta começando a chorar.
Chorou, chorou, chorou…
De repente, sentiu um bater de asas e uma voz de tenor soou
no seu ouvido.
- Menina bonita, não
chore. Que se passa?
Olhou, a seu lado estava uma borboleta preta, que após
saber o que se passava lhe disse.
- Jovem, hoje é o dia
de descanso do pessoal, por isso a pastelaria está encerrada.
Após um prolongado olhar, continuou.
- Não esteja triste.
Venha a minha casa que eu ofereço-lhe um bom café.
A borboleta branca não se fez rogada, aceitou sem hesitar. Lá
foram para casa da borboleta preta que era um macho.
A borboleta branca bebeu muitos cafés e nunca mais saiu de
lá. Casaram, foram felizes e reproduziram-se em muitas borboletinhas, brancas e
pretas.
FIM
Comeira, 29 de Agosto de 2000
Nota: estória contada ao meu neto Daniel: tinha ele seis
anos.
José Bray
Nota: 27 de Outubro de 2014. Não recordo ter passado para o
Word, por isso o faço hoje, após ter encontrado há dias o manuscrito. Esta
estória teve a intenção didáctica de explicar algumas coisas ao Daniel. Foi
contada de invenção no momento. Depois é que a meti num A4 quadriculado.
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