Gertrudes
Rosa Bray e Luís Silva
Ontem
dia 4 de Julho fui até à Carvoeira, conforme combinado com o meu amigo José
Manuel Cristóvão presidente da Junta da Freguesia da Carvoeira. Esta viagem tinha como objectivo visitar no Sobrigal, uns primos Bray, meus desconhecidos
até este dia.
Primeiro
parei na Ermegeira (Ermigeira), visitei a prima Felicidade e com ela estive a
identificar os músicos da família em velhas fotos da filarmónica. Cavaqueei e
brinquei com alguns parentes, bebi um café acompanhado por um pastel de feijão.
Após beber água na Fonte do Brejo, rumei ao destino passando por Monte Redondo,
Quinta das Lapas e Matacães. Adoro fazer esta estrada, por ela passei a pé em
1957, por ela passou Maria das Dores com o filho António, em 1880 antes de
falecerem. Estava um calor de fritar ovos nas rochas da serra de São Julião, o
que valeu foi o ar condicionado da Rocinante (minha carrinha).
Já
na Carvoeira reuni com o meu amigo que me indicou o local da residência dos
Bray que ia visitar, fácil. Almocei no restaurante do amigo Cristóvão, foi bom e
barato. Após o café zarpei para o Sobrigal via Carreiras. Encontrei logo o
reino dos Bray, um semi-servo (humor) indicou-me a casa e a porta do Luís Silva
seu patrão. Era ali mesmo, até porque conhecera a residência ao chegar ao
local, devido às fotos que a prima Teresa Bray me tinha enviado há tempos.
O
Luís Silva fazia repouso após a refeição do almoço, informou-me o semi-servo.
Apareceu-me uma velhota, bonita e muita expressiva, através do vidro do postigo. Foi
muito engraçado a minha mímica para a senhora não ter medo e ficar descansada.
Como sou muito velho na vida, fácil foi fazer charme e convencer a senhora. O
meu teatro merece um texto que talvez o faço quando me der prazer de o escrever.
A
senhora era a prima Gertrudes Rosa Bray de 82 anos, pequena, magrinha e
curvado, com uns olhos lindos e expressivos. Deve ter sido muito bonita,
elegante mas frágil. Entretanto apareceu o marido Luís Silva de 85 anos, bom
físico em homem bem-parecido.
A
alegria deles foi espontânea e verdadeira o que me deixou comovido. Durante
quatro horas cavaqueámos sobre tudo. O primo desabafou, duvidava que eu
aparecesse, percebi o porquê. Por tudo foi uma empatia simultânea.
Apercebi-me
de um grande amor no casal, todos os gestos eram de grande sensibilidade.
Bonito de ver!
Falou-se
sobre a família a partir do José Pedro da Rosa Bray (José do Sobrigal) pai de
Gertrudes e de mais uma série de irmãos, mas também da tia Mariana e da tia
Amélia. Assimilei interessantes conhecimentos, mas penso não os divulgar sem
troca de impressões com os vários interessados na investigação.
O
senhor Luís Silva é uma figura emblemática, antigo campeão de luta grego/romana
é figura grada do Carnaval de Torres Vedras, tendo já ido à televisão dar show.
Sentados
num banco corrido, à sombra da adega, apreciando uma vista de grande beleza, em
que os verdes e a geometria das árvores me davam prazer ilimitado, Luís Silva
contou estórias de vida que me encantaram. Por fim a grande surpresa, recitou
versos muito interessantes, poemas que ele fez de improviso através da vida.
Quem me conhece sabe a fascínio que sinto por poetas populares.
Chegou
a hora da despedida, felizes pediram-me (exigindo) que aparecesse muitas vezes,
claro que prometi. Vou aparecer sim!
Fiquei
feliz por eles, mas também por mim.
4/7/2013
José
Bray
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