sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sobrigal - prima Gertrudes Bray

Gertrudes Rosa Bray e Luís Silva
Ontem dia 4 de Julho fui até à Carvoeira, conforme combinado com o meu amigo José Manuel Cristóvão presidente da Junta da Freguesia da Carvoeira. Esta viagem tinha como objectivo visitar no Sobrigal, uns primos Bray, meus desconhecidos até este dia.
Primeiro parei na Ermegeira (Ermigeira), visitei a prima Felicidade e com ela estive a identificar os músicos da família em velhas fotos da filarmónica.  Cavaqueei e brinquei com alguns parentes, bebi um café acompanhado por um pastel de feijão. Após beber água na Fonte do Brejo, rumei ao destino passando por Monte Redondo, Quinta das Lapas e Matacães. Adoro fazer esta estrada, por ela passei a pé em 1957, por ela passou Maria das Dores com o filho António, em 1880 antes de falecerem. Estava um calor de fritar ovos nas rochas da serra de São Julião, o que valeu foi o ar condicionado da Rocinante (minha carrinha).
Já na Carvoeira reuni com o meu amigo que me indicou o local da residência dos Bray que ia visitar, fácil. Almocei no restaurante do amigo Cristóvão, foi bom e barato. Após o café zarpei para o Sobrigal via Carreiras. Encontrei logo o reino dos Bray, um semi-servo (humor) indicou-me a casa e a porta do Luís Silva seu patrão. Era ali mesmo, até porque conhecera a residência ao chegar ao local, devido às fotos que a prima Teresa Bray me tinha enviado há tempos.
O Luís Silva fazia repouso após a refeição do almoço, informou-me o semi-servo. Apareceu-me uma velhota,  bonita e muita expressiva, através do vidro do postigo. Foi muito engraçado a minha mímica para a senhora não ter medo e ficar descansada. Como sou muito velho na vida, fácil foi fazer charme e convencer a senhora. O meu teatro merece um texto que talvez o faço quando me der prazer de o escrever.
A senhora era a prima Gertrudes Rosa Bray de 82 anos, pequena, magrinha e curvado, com uns olhos lindos e expressivos. Deve ter sido muito bonita, elegante mas frágil. Entretanto apareceu o marido Luís Silva de 85 anos, bom físico em homem bem-parecido.
A alegria deles foi espontânea e verdadeira o que me deixou comovido. Durante quatro horas cavaqueámos sobre tudo. O primo desabafou, duvidava que eu aparecesse, percebi o porquê. Por tudo foi uma empatia simultânea.
Apercebi-me de um grande amor no casal, todos os gestos eram de grande sensibilidade. Bonito de ver!
Falou-se sobre a família a partir do José Pedro da Rosa Bray (José do Sobrigal) pai de Gertrudes e de mais uma série de irmãos, mas também da tia Mariana e da tia Amélia. Assimilei interessantes conhecimentos, mas penso não os divulgar sem troca de impressões com os vários interessados na investigação.
O senhor Luís Silva é uma figura emblemática, antigo campeão de luta grego/romana é figura grada do Carnaval de Torres Vedras, tendo já ido à televisão dar show.
Sentados num banco corrido, à sombra da adega, apreciando uma vista de grande beleza, em que os verdes e a geometria das árvores me davam prazer ilimitado, Luís Silva contou estórias de vida que me encantaram. Por fim a grande surpresa, recitou versos muito interessantes, poemas que ele fez de improviso através da vida. Quem me conhece sabe a fascínio que sinto por poetas populares.
Chegou a hora da despedida, felizes pediram-me (exigindo) que aparecesse muitas vezes, claro que prometi. Vou aparecer sim!
Fiquei feliz por eles, mas também por mim.
4/7/2013
José Bray



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