domingo, 12 de maio de 2013

Paradoxos no mundo do trabalho!

Um filosofo meu amigo, pessoa muito sensata, dizia que tudo o que se passa neste país é um paradoxo. Um paradoxo? Perguntei numa tentativa de o pôr a falar, coisa a que ele não se fez rogado. Achei piada ao termo paradoxo, quando era menino adorava a palavra e servia-me dela como um bordão. O paradoxo servia para apoiar qualquer tema, mesmo nada tendo com o mesmo. Sempre era mais interessante, penso eu, do que o cara..., o cabr.., o bué o pá e mais recentemente o "prontos". Mas voltemos ao meu amigo.  Dizia ele falando do emprego e do desemprego.
-Dizem que há desemprego, mas o que há é desempregados.  Há trabalho e mão de obra, se dividirem o trabalho pela mão de obra existente, a palavra desemprego sai do nosso léxico e deixa de haver desempregados.
Pensei um pouco e estou quase a concordar com o meu amigo filósofo que aprendeu muito com o pai e o avô trabalhadores do campo. Entretanto ele continuou o seu raciocino.
-Dizem que há altas percentagem de trabalhadores no desemprego, 15%, 18%, 21% e por aí fora. Dizem que é preciso criar postos de trabalho. Tudo isso é uma falácia.
Também sinto simpatia por este termo, falácia soa bem e rima com incompetência. Questionei o meu amigo. Isso não é lógico?
-Claro que não, actualmente muitos postos de trabalho são supérfluos,  nem sequer tinham razão de existir. A tendência na sociedade futura é para as máquinas substituírem o homem, ou seja, postos de trabalho, isso já está acontecendo há muito. Na filosofia da economia actual, o desemprego (coisa que não existe) vai subir para 30%, 40%, 50%, 60%, 70%, 80%, 90% e por fim 99%. Depois que fazem às pessoas?
Percebendo o ponto de vista do amigo, comentei. Não estás a exagerar no cenário.
-Claro, estou a exagerar para as pessoas interessadas e não interessadas  observarem melhor o fenómeno (o monstro). Mas não tenhas duvidas que vai acontecer algo parecido, não sendo obviamente tão exagerados os números.
Penso que compreendi os pontos de vista do filósofo meu amigo, mas ele ia lançado e não parou o seu filosofar.
-Agora repara neste disparate que é um super paradoxo. Os do poder querem aumentar o tempo de trabalho da mão de obra no activo, retirar os feriados aos trabalhdaores e passar a reformas para uma idade superior. Com isso até o mais ceguinho da cabeça vê, só estão a retirar  a hipótese de  trabalho a desempregados,  não reduzindo a tal taxa de desemprego, coisa como já demonstramos não existe.
Diz-me, no futuro não vai haver áreas em que há necessidade de mais gente a trabalhar?
-Sim haverá, por exemplo, no saúde, no ensino, no lazer, na assistência aos jovens e aos idosos, mas tudo isso nunca irá compensar o que terá de acabar e o que a ciência virá a substituir.
Amigo filósofo, obrigado pelo teu raciocinar, mas estarás certo? Até à próxima e obrigado.
-Ainda não me fui embora, calma aí. Quero contar uma parábola que aconteceu num país de espertos.
Era uma  vez um pequeno país com muito dinheiro sugado a países de gente sem tutano. Aconteceu que nesse país rico começou o desemprego (que não existe) a aumentar, já ia nos 50%. O Governo começou a ficar preocupado com tanto ociosidade. O ministro principal reuniu com urgência os restantes governantes. Exigiu uma solução para o desemprego. Após uma sessão prolongada, cada ministro deu uma solução. O da agricultura decidiu produzir o dobro das colheitas, empregando com isso muita gente. O da saúde, decidiu fazer exames aos doentes por tudo e por nada, ainda decidiu produzir medicamentos sem limites de plafond. O da industria decidiu mandar produzir o dobro dos carros, dez vezes mais telemóveis e tralhas semelhante, como computadores, televisores, fogões, frigoríficos, etc, etc.
O primeiro ministro com um ar seráfico perguntou aos ministros. Mas que fazemos a tanta produção? A resposta foi unânime.  Simples senhor primeiro ministro, deitamos fora o excesso e produzimos de novo.
Pensem! Pensem! Agora sim vou embora.
Conclui que o filósofo meu amigo tem razão em muita coisa, mas também entendi o que querem os barrigas cheias deste mundo.





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