Por vezes não me apetece
respirar, mas sou forçado a fazê-lo, senão posso sufocar. A natureza obriga-me
a isso.
Por vezes nada tenho para
escrever, nem sequer me apetece. Mesmo sendo o vício forte, a vontade não tem
força ou seja não há força de vontade.
Mas sem querer, compulsivamente
sou levado a escrever, exactamente como sou levado a respirar.
Não quero que me exijam nada de brilhante
na minha escrita, ela é feita para eu poder respirar.
Depois, talvez por sorte saia algo
de bom, com algum cerne, ou seja algum tutano.
Eu sei: quando parar de respirar
vou deixar de escrever. Mas também sei: se parar de escrever vou ficar sem ar,
porque vou deixar de respirar.
A minha escrita é a minha
respiração, sem ela não sobrevivo, como aconteceu num passado recente com o
Xadrez e num passado distante com as Damas.
Lisboa, 27/12/2014
ZM
Ah! escrever, escrever............ são as conversas não iniciadas, os discursos não escutados, os poemas não declamados, as emoções à flor da pele e toda uma vontade indómita para escrever, respirar e morrer.
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