domingo, 5 de junho de 2011

Xadrez - Abaixo os truques e a malandrice

Sempre imaginei o Xadrez, como ciência, arte e desporto, para muitos (onde me incluo), uma filosofia e para alguns, uma (quase) religião. Sempre considerei o Xadrez uma escola de valores, formador de homens, portanto muito útil aos jovens no seu crescimento como seres humanos úteis à sociedade.
Aprendi a jogar já adulto em ambiente de elevada educação e são desportivismo. Ensinaram-me a aceitar a derrota, mas também a saber vencer, como faces da mesma moeda. Ambas supérfluas e passageiras, ambas mentirosas.
O Xadrez é um jogo democrático, em que ninguém tira a vez a ninguém. No Xadrez todos têm oportunidades iguais, no Xadrez não há batota.
Mas! Há sempre um mas, razão deste meu texto.
Como todos podem comprovar, actualmente as coisas não são bem como pensava e sonhava. Há cerca de dez/quinze anos, uma parte dos treinadores, monitores e seccionistas deste país, começou a implementar uma filosofia muito própria. Desenrascar por qualquer maneira, mesmo ilícita ou por truque legal extra jogo.
Esses responsáveis, que felizmente não são todos como é óbvio, estão a prejudicar o desenvolvimento dos jovens. Antes de aprender a jogar, a miudagem aprende todas as malandrices possíveis. Não vou enumerar todos os truques, a lista é longa e todos nós sabemos quais são e muitos já foram vítimas dos mesmos.
Todos têm de saber defender-se, claro que sim! O que peço é que os miúdos aprendam primeiro a jogar. Compreendam que perder e ganhar faz parte do jogo e respeitar o adversário é regra importante.
Responsáveis tenham calma com os vossos jovens, as partidas ganham-se, empatam-se ou perdem-se no tabuleiro e só aí! Não façam do Xadrez uma selva!

1 comentário:

  1. Numa sociedade sem valores e onde o ter suplanta o ser. o que é que se pode esperar? Como se pode esperar alterações, quando se é seccionista sem qualquer formação? Ou quando nos cursos de seccionistas (recentes) ou de árbitros ou treinadores, o cenário tem sido tal como nas escolas, o do facilitismo e passar todos quantos se inscrevem nos mesmos cursos? Não se estará a criar uma bola de neve vai para anos? Acho também piada quando alguns desses seccionistas sem qualquer fair-play ou ética ou homens dos sete oficios porque são tudo, árbitros, jogadores e treinadores ao mesmo tempo ainda dão cursos a jovens! O que se está a criar é uma medíocridade por herança! Todos esses cursos do passado necessitavam de ser anulados ou as pessoas chamadas a fazer exames a sério! Onde está o My System sabido como queria o Boris Zlotnik vai para anos e não lhe deram ouvidos os responsáveis da altura? Deveria haver critérios muito claros para se poder ser seccionista e rotatividade de funções e não sempre termos as mesmas pessoas agarradas aos cargos por diversos interesses, algumas das vezes até sem qualquer interesse no xadrez em si e apenas para curriculos via câmaras municipais para obtenção de outros tachos no tempo. Não deveria ser possivel também abrir-se clubes de xadrez de qualquer maneira e muitas vezes até com assinaturas mínimas de pessoas que nem lá vão ou fazem parte do clube. Em muitos casos, a fusão de pequenos clubes num maior seria bem melhor porque abrir em condições precárias ou com maus seccionistas, é um mau serviço que se presta ao xadrez. E quantas pessoas correctas e com espírito desportivo ao longo dos anos não foram práticamente obrigadas a desistir ou empurradas para fora da modalidade apenas por causa de alguns indivíduos ovelhas negras? Ninguém conta ou quer saber desses casos? O xadrez continua ano após ano a desbaratar património humano? Sem falar na fuga de cérebros entre os quais alguns que vão para o estrangeiro até com projectos interessantes no ensino do xadrez e que por cá nunca poderam fazer nada e deveriam até pelo seu valor estar integrados nas associações ou federação mas nunca ninguém quis ou quer saber nada e o engraçado é que têm sucesso lá fora! Até acho piada a música de séculos do xadrez nas escolas. Será que os xadrezistas vão querer a malta das escolas que vê a casa dos degredos e sem qualquer educação de repente no xadrez? Eu já penso duas vezes...

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