sexta-feira, 4 de maio de 2018

Paradoxo segundo



Amigos,
Foi um sucesso o meu conto Paradoxo, um conto em que não apresentei o epílogo. Deixei isso para o leitor. Por sinal uma leitora anónima fez um final exemplar, que coincidiu com o meu pensamento. Não teria feito melhor!
Agora decidi escrever uma nova estória em que o tema é semelhante e deixar (novamente) ao leitor o desafio para o seu final.
Como no primeiro conto este também é uma homenagem às mulheres que tiveram ou têm cancro da mama, e aos homens que foram solidários e estiveram sempre presente.
Paradoxo segundo
Era uma vez uma senhora muito bonita, em especial sobressaía o seu sorriso fascinante, diria mesmo, com magia. De baixa estatura mantivera na entrada da terceira idade um corpo harmonioso, bem torneado, nem gordo nem magro.
Sua vida foi bem vivida, sempre em luta por algo melhor, tanto no trabalho, na cultura, no amor e no lúdico.
Era sem dúvida uma lutadora merecedora do respeito da sociedade.
Mulher de escrita e poetisa de valor. Eternamente apaixonada, sendo ciumenta e possessiva.
Todos gostavam dela, amigos, amigas, familiares ou simples conhecidos. Tinha bom coração, ajudando todos em especial gente mais idosa que ela.
O tempo passou…
Como acontece com quem não morre em novo, Sara foi envelhecendo.
Ah! A nossa personagem era muito liberal nas coisas do amor. Talvez fugisse aos padrões normais, mas quem somos nós para julgar.
A senhora era há muito divorciada, tinha agora um namorado há doze anos, homem bem mais velho. Este dava-lhe estatuto e alguma ajuda financeira e pouco mais. O fogo da relação há muito passara.
Sara, tinha um amante, da sua idade, que amava muito, o David, saído de uma longínqua estória de amor…
David dava-lhe amor com sexo, carinho e apoio psicológico.
Peço aos leitores: por favor não se zanguem com ela!
Vamos ao que interessa:
Já depois dos sessenta numa apalpadela de rotina Sara apercebeu-se de um caroço na mama esquerda. Foi um grande choque e o pânico inundou o seu pequeno corpo.
No quarto do hotel ela chorou e foi confortada por David seu amante.
Seguiu-se a biopsia que confirmou o já se calculava, cancro!
David animava diariamente Sara e insistia para que a operação fosse o mais urgente possível.
O namorado a nada ligava, estava noutra; queria copos e futebol! Além disso estava muita vez ausente, por vezes por três meses.
Um mês após a biopsia aconteceu a operação e dois meses depois começou o tratamento do raio X.
David viveu intensamente toda a fase e o drama de Sara, dando a assistência possível. Dentro das dificuldades do seu estatuto de amante, esteve sempre em contacto por carta, telefone e mensagens, quando não  podia deslocar-se até ela.
Ligava para ela antes de dormir, ao sair da cama também. Sempre que podia estava com ela, dando ânimo e falando positivo.
Em breve voltaram a fazer sexo e em momento algum David demonstrou discriminação em relação ao corpo de Sara, antes pelo contrário.
Ela era feliz com este comportamento e voltou em ter prazer em estar viva.
Os cinco anos que garantem em parte a cura, passaram! Sara, sentiu um imenso alívio e fé em não voltar a ter cancro.
David continuou a ser o amante adorado e a relação com o namorado mais velho também se manteve.
Depois aconteceu o que já se esperava!
4/5/2018
José Bray
Nota: agora meus amigos; espero o vosso final! As opções são muitas é só escolher. Obviamente tenho o meu final!

JB















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