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- Xadrez – Memorial Vareda versus Nacional de Semi-rápidas
Com atraso, mas pleno
de oportunidade venho escrever mais uma vez sobre o Memorial José Vareda versus
Nacional de Semi-rápidas Equipas.
Como todos os
xadrezistas sabem o Memorial Vareda disputa-se há vinte e cinco anos na Marinha
Grande sendo até 2012 simultaneamente o Nacional de equipas. O que muita gente
não sabe é que fui eu quem criou a prova em homenagem ao doutor José Henriques
Vareda, ilustre cidadão da cidade vidreira. O nosso “Doutor” foi um competente
advogado defensor da liberdade, um não menos famoso político assim como um
homem do associativismo e voluntariado em causas do bem público. Também era um
admirador da nossa modalidade que praticava sempre que possível. Uma das obras
da sua vida foi o SOM, ou seja, o crescimento e dignificação do seu Sport Operário
Marinhense.
Após o seu precoce
desaparecimento, com ajuda de alguns amigos decidi avançar para a realização de
um Memorial em homenagem o nosso Doutor.
Poucas pessoas sabem
que, nessa época não havia no calendário nacional o Campeonato de Semi-rápidas
de equipas. Mas, ainda menos pessoas sabem que foi a Federação Portuguesa de
Xadrez a pedir ao SOM para a prova ser também Nacional, o que teve a nossa
aceitação, para bem da modalidade. Assim aconteceu durante de vinte e poucos
anos. No último fim-de-semana de Janeiro, o Operário transformava-se na capital
do xadrez.
A Federação tinha assim
mais uma prova de prestigio no seu calendário, a maior parte da vezes a custo
zero e sem nenhum trabalho. Desmintam-me se não for verdade.
Por este Portugal, há
centenas de jogadores que têm uma grande simpatia, empatia e ternura por este
evento. Façam um inquérito e analisem o resultado. Por cá passaram muitos
jovens que hoje são pais e muitos foram pais e já são avós.
Pela Marinha Grande
passaram milhares de xadrezistas e familiares. Não há clube de xadrez em
Portugal que se preze, que não tenha troféus do Memorial nas suas vitrinas.
Através do tempo houve
alguns problemas entre os dois organismos, FPX/SOM, mas com bom senso sempre
foram ultrapassados, terminando inclusive na feitura de um protocolo.
Em 2013 levantou-se um
contencioso a que sou alheio entre o SOM e a FPX, ou vice-versa. O resultado
desse imbróglio é que foi separado o Memorial do Nacional ou vice-versa.
Na minha opinião, um
tremendo disparate e falta de tacto de parte a parte! Ninguém ganhou com isso.
De quem foi a culpa? Não estou de momento a tentar saber e muitos a incriminar.
Este ano o Memorial
Vareda realizou-se com 12 doze equipas, por sua vez o Nacional foi jogado em
Coimbra por 18 equipas. Um tremendo flop nas duas provas. Como disse em local
certo, não merece a pena manipular as cabeças, foi mesmo um fracasso.
Quem ganhou com a falta
de bom senso. O Xadrez? Os xadrezistas? O SOM? A Federação Portuguesa de
Xadrez? Provavelmente ninguém!
Com tudo isto, o
Memorial José Vareda pode ter morrido em 2014 e a Federação terá uma prova da
treta, como se viu este ano.
Pergunto a todos os
responsáveis.
Não é de parar e
pensarem em retornar ao modelo antigo? Não será de dar o braço a torcer e o
Memorial José Vareda voltar a ser o que sempre foi? É óbvio que sim! Pensem no
assunto...para ajudar, se acharem útil, saibam que podem contar comigo.
José Bray, 29/6/2014
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