sábado, 5 de fevereiro de 2011

Maria das Dores - vida e morte!

A minha trisavó Maria das Dores, sempre me fascinou, sinto que há algo de muito sedutor na sua história. Como não há fotografias nem pinturas sobre a senhora sinto-me no direito de a idealizar a meu gosto. Será uma linda mulher de pele clara, olhos azuis, longos cabelos cor de ouro, altura acima da média, bem composta de seios e pernas robustas, mas não demasiado fortes. Com esta descrição não estou a dar nenhuma novidade, estou a descrever a neta da Maria das Dores, minha avó Maria Henriqueta.
Maria das Dores, era uma bela adolescente que deslizava pelas sedutoras paisagens das Carreiras e Carvoeira, entre importantes Quintas e casas senhoriais. Os pais burgueses abastados, adoravam a sua menina e viam com orgulho a relação de amizade entre a moça e a fidalga da Quinta, Henriqueta das Dores. Foi então que apareceu o galã de seu nome José Bray natural de São Domingos de Carmões, homem apetecível cinco anos mais velho. A rapariga tinha dezassete anos e ficou louca de amor, daí aos actos foi um relâmpago, assim foi feito o primeiro filho ainda antes do casamento, nasceu a 22 de Março de 1868 a quem foi dado o nome de Silvério e foi meu bisavô. Mas voltemos atrás.
Maria das Dores filha de José Pereira e de Marianna das Dores nasceu na freguesia da Carvoeira no dia 20 de Janeiro de 1848, casando no dia 3 de Setembro de 1866 alguns meses depois de o filho nascer. Nessa altura a fidalga amiga contraía matrimónio com o visconde de Balsemão indo viver para a Quinta da Ermegeira! A viscondessa queria a amiga com ela e assim o jovem casal acompanhou a fidalga até à dita Quinta, isto no fim de 1866. José Pedro da Roza Bray foi contratado como feitor da Quinta e lá ficou a viver com a nossa Maria das Dores. Como escrevi noutros textos este foi o primeiro Bray a viver junto à Ermegeira a minha aldeia.
A vida na Quinta era feliz para todos e pouco a pouco foram nascendo os filhos ao casal Bray, de dois em dois anos, em 1868 a Maria Henriqueta (os viscondes foram padrinhos), em 1870 Luísa Maria, em 1872 Marianna, em 1974 Amélia, em 1877 José. Em 6 de Março de 1880 nascia um menino a quem foi dado o nome de António mas que faleceu nesse dia assim como sua mãe Maria das Dores.
Maria das Dores faleceu aos trinta e dois anos ao dar á luz o seu sétimo filho, o António!
O marido mandou construir um pequeno monumento em sua memória no cemitério do Maxial.
José Bray, trineto de Maria das Dores
Marinha Grande, 31 de Janeiro de 2011

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