Os
Bray, a caminhada
Alguns
primos pediram-me para de uma forma simples fornecer informações dos nossos
antecedentes. Já escrevi alguns textos, a sua actualidade depende de cada
informação recolhida por todos que se dedicam à investigação do nosso apelido.
Banda da Ermegeira fundada em 1882
O meu bisavô é o jovem sentado, o ultimo à direita na imagem
Silvério Pedro da Rosa Bray
Esclareço
desde já que esta recolha de dados foi feita por diversos investigadores, quase
todos de nossa família, a mim só cabe parte. Mas os primos querem dados, por
isso mãos ao trabalho.
Nas
investigações para simplificar separo a estória da família em várias fases, a
primeira até ao Agapito, depois até José Bray feitor na Quinta da Ermegeira, de
seguida até à minha geração, acabando na fase contemporânea. Esta ultima fase,
a cada um pertence, por isso não vou escrever sobre ela.
Para
mim o casal Agapito/Violante é um pêndulo entre as duas primeiras fases.
São conhecidas quatro gerações nos
antecedentes de António Agapito da Rosa Bray, todos nascidos na zona de S.
Domingos de Carmões, vejamos:
Pedro
Dias/Maria Francisca, nascidos por volta de 1650, trisavós do Agapito.
António
Francisco (n1678) /Luzia da Conceição (n?), bisavós do Agapito.
Manuel
Francisco (n1702) /Maria Josefa (n1710?), avós do Agapito.
António
Francisco (Agapito Bray *) (n1742) /Joaquina Sant’ana (n1745), pais do Agapito
(*
este ultimo foi o primeiro a assinar Bray ao ser padrinho de um casamento).
António
Agapito da Rosa Bray nasceu a 24 de Março de 1776, casou a 4 de Junho de 1798
com Violante Maria Peregrina de Barcelos Barreto nascida a 14 de Junho de 1770.
Violante era seis anos mais velha que o Agapito.
O
Agapito, que se saiba teve quatro irmãos: Maria Rita (n1772), José (n1774),
Anna (n1779) e Violante (n1782).
O
Agapito era capitão ou coisa parecida, não sabemos de quê, exército, marinha de
guerra ou navio mercante, são hipóteses.
São
conhecidas três gerações nos antecedentes de Violante Maria Peregrina de
Barcelos Barreto, todos dos Açores, excepto a mãe de Violante.
Matias
de Barcelos/ Catarina Pacheco, nascidos por volta de 1670, bisavós de Violante.
Manuel
de Barcelos (n1692) /Maria Luís (n1700), bisavós de Violante.
José
de Barcelos Barreto (n1732) /Madalena Caetana (n?), casaram na Ajuda/Lisboa em
1762, pais de Violante.
A
Violante que se saiba teve dois irmãos: Gertrudes (n1764) e Lourenço António de
Barcelos (n1767), ambos mais velhos que Violante.
Esta
família oriunda dos Açores, desde o tempo do povoamento da Terceira, veio para
o Continente devido às calamidades que se abateram sobre o arquipélago a meio
do século XVIII.
Para
fechar esta primeira fase quero dizer que uma irmã do Agapito a Maria Rita já
tinha casado com um irmão da Violante em 1796, tendo já o filho João Baptista
nascido três meses antes do casamento.
Assim encerro a primeira fase, avancemos para a segunda.
O
casal Agapito/Violante viveram na Corujeira freguesia de S. Domingos de Carmões,
foram pais de cinco filhos: Francisco Xavier da Rosa Bray (n1800), Perpétua
Carlota da Rosa Bray (n1803), António Pedro da Rosa Bray (n1807), Silvério
Pedro da Rosa Bray (n1809) e Maria da Conceição (n?)
O
nosso avoengo foi o António Pedro da Rosa Bray casado com Maria Sant’ana., pais
de José Pedro da Rosa Bray que nasceu a 19 de Março de 1843, no mesmo dia mas
em 1845 morre António Agapito nas vésperas de fazer 69 anos.
José
Pedro da Rosa Bray casou com Maria das Dores (n20/1/1848) no dia 3 de Setembro
de 1866. O filho Silvério já tinha
nascido.
Este
casal após o casamento foi viver para a Quinta da Ermegeira, o José Bray como
feitor da Quinta e a Maria das Dores como dama de companhia da Viscondessa.
Assim
começou a saga dos Bray na Ermegeira.
O casal José Pedro da Rosa Bray/Maria das
Dores, foram pais de seis filhos: Silvério Pedro da Rosa Bray (n1866), Maria Henriqueta
(n1868), Luisa Maria (n1870), Mariana (n1872), Amélia (n1874), José Pedro da
Rosa Bray, conhecido por José do Sobrigal (n1877) e António (n1879, f1/3/1880).
Conta-se
que Maria das Dores foi com o bebé António visitar a família às Carreiras a
terra de seus pais. No regresso ela e filho foram surpreendidos por forte
temporal apanhando ambos uma grande molha. Ficaram doentes, falecendo dias
depois, o menino a 1 de Março e a mãe a 6 do mesmo mês do ano de 1880. António
tinha um ano e a mãe trinta e dois.
José
Pedro da Rosa Bray mandou erigir um pequeno mas digno monumento, no cemitério
do Maxial em memória da mulher Maria das Dores.
Chamo
a atenção para, Pedro, Rosa e Bray serem apelidos, que se mantiveram nos nomes
dos homens da família, pelo século XX dentro até ao Estado Novo.
Terminaram
aqui as duas primeiras fases, entrando-se na fase moderna.
Com
os filhos do José Bray/Maria das Dores, abriram-se caminhos diferentes, cada um
seguiu a sua estrada. Silvério, Maria e Luisa viveram na Ermegeira, Mariana e José
no Sobrigal e Amélia em Lisboa.
Nesta
terceira fase que chamo de moderna, seguirei o meu trilho.
No
meu caso o meu bisavô foi o Silvério Pedro da Rosa Bray casou com Henriqueta
Maria, foram pais de cinco filhos: António Pedro da Rosa Bray (n1888), Mário
Pedro da Rosa Bray (n1894), José Pedro da Rosa Bray (n1896), Maria Henriqueta Bray
(n?) e Felicidade Bray (n?). Esta gente deu ao casal Silvério Bray/Henriqueta
Maria, trinta e dois netos não contando os que terão fenecido em crianças.
A
minha avó Maria Henriqueta Bray gerou a minha mãe Maria Alice Bray, meus tios
Alberto, Damião, João e as tias Maria Correia, Carminda e Natalina, sete ao
todo. O António teve um filho, Mário nove, José também nove e Felicidade seis.
Eu
tomei o comboio da vida em 1943, minha filha Ana Maria Freire Bray em 1971, Isa
Paula Freire Bray em 1976. Meus netos, o Daniel em 1994, António em 2009 e
Alexandre em 2012.
Nesta
caminhada, treze gerações aconteceram desde Pedro Dias/ Maria Francisca e doze
desde Matias de Barcelos/ Catarina Pacheco.
Continuamos
sem saber como entrou o apelido Bray na família, sabemos sim que um avoengo
nascido em 1742 António Francisco, assinou Agapito Bray ao ser padrinho de um casamento.
Na
primeira metade do século XVIII foi viver para Coimbra uma família com apelido
Bray oriunda da Inglaterra, contudo não conseguimos fazer a ligação com os Bray
de Carmões.
Quase
tudo escrito neste texto tem documentação comprovativa, contudo pode haver
alguma incorrecção. Se tal acontecer peço a vossa ajuda para se corrigir.
Marinha
Grande, 30 de Junho de 2013
José Bray