quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Filarmónica da Ermegeira - nova versão

No dia dezanove de Dezembro deste ano, desloquei-me à minha linda aldeia para ouvir o concerto de Natal interpretado pela Filarmónica Ermegeirense dirigida pelo Maestro Álvaro Reis, apaixonado da Banda e autor de muitas peças! Gostei, executaram com muita qualidade os temas a que se propunham, gostei por ver tantas raparigas a tocar, contei quinze mas é natural que fossem mais. foi uma tarde bem passada, no seu excelente auditório. No fim foi servido um lanche aos convidados que não aproveitei devido a outros compromissos.
Gosto muito da Filarmónica da minha terra, mas a razão desta mensagem é outra! Em vinte cinco de Junho deste ano inseri uma mensagem a falar do nascimento da Banda, agora fui confrontado com outra versão, por isso senti-me na obrigação de a dar a conhecer. Mas atenção, eu não inventei a primeira, foi-me contada por familiares inclusive o meu padrinho Silvério Pedro da Roza Bray. Vamos então transcrever o texto a que tive acesso.
A fundação da Sociedade Filarmónica Ermegeirense remonta aos finais do século XIX, mais propriamente ao ano de 1882.
Esta banda já existia e estava sediada na nossa freguesia, no lugar de Maxial, há vários anos (não se sabendo ao certo quantos).
Segundo a versão de dois dos seus fundadores, António Feliciano e Terêncio Pedro, os elementos que compunham a referida banda, eram todos da Ermegeira à excepção de um que era do Maxial. Pelo que, numa bela noite, depois do respectivo ensaio, os músicos combinaram em levar para a Ermegeira todo o espólio da banda e, ao raiar da aurora do dia 5 de Março de 1882, a população ermegeirense foi acordada ao som dos primeiros acordes da Sociedade Filarmónica Ermegeirense.
Como se pode comparar as duas versões são muito interessantes, confirma-se que houve uma mudança de local e a banda acabou por vir para a aldeia da Ermegeira, também o ano coicide.
Quando conseguirmos mais dados eles serão inseridos em nova mensagem. Em qualquer dos casos, muitos parabens à nossa Filarmónica!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Os meus cães!

Um filósofo meu amigo disse, os seres humanos dividem-se em duas classes, os que gostam de cães e os que não gostam de cães. Quis a natureza que eu pertencesse à primeira categoria. Gosto de cães, toda a minha família gosta também e os meus amigos quase sem excepção não fogem a esta regra! Quando era menino pobre e triste o meu maior amigo foi o Tejo, um animal grande e pachorrento, castanho para o amarelo com o convém a bom rafeiro, também conhecido nas cidades por vira latas, passei muitas manhãs e iguais tardes a brincar com ele, sempre paciente para as minhas pequenas malvadezas. Um dia foi ele que me encontrou numa noite de inverno em que estava desaparecido. Antes de fazer a tropa levei para casa da mãe Alice um aristocrata que se havia de tornar num pequeno tirano, quando regressei de África mal cheguei a quinhentos metros de casa o cão começou aos saltos porque o seu olfacto me detectou. Em Luanda tínhamos um simpático rafeiro chamado Shane, que nos foi roubado, a Flor procurou, procurou e descobriu o animal preso e sem condições num quintal de labregos, veio para casa doente e morreu jovem, ficou a saudade. Em mil novecentos e oitenta e três entrou na nossa vida o mais belo cão a que pusemos o nome de Yarb, este era nobre em todos os sentidos, nervoso, leal, punha os miúdos em respeito mas nunca fez qualquer mal aos mesmos. Gostava imenso de andar de carro, quando passeava com ele era fácil meter conversa com toda a gente! Catorze anos depois, o nosso amigo já velho e doente obrigou-nos a ajudá-lo a partir, foi muito difícil, está a descansar no Pinhal do Rei em local que só eu sei! Em mil novecentos e noventa e oito chegou a Morgana, uma boxer castanha, feitio calma, grande companheira, nem se dava por ela, devido a problemas de saúde gastou-se uma fortuna com a Morgana, mas nunca nos arrependemos de o fazer. Minha companheira de passeios no pinhal, passava os dias sentada aonde eu estivesse sempre olhando com uns lindos olhos castanhos. Hoje, vinte e sete de Dezembro de dois mil e dez, às 15h e 15m o coração da Morgana deixou de bater, partira para o céu dos cães, dorme no nosso quintal junto ao damasqueiro, sobre a campa plantei quatro pés de roseira branca em homenagem à pureza do seu carácter. Adeus minha amiga!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Xadrez - O artigo 36

Amigos xadrezistas como muitos sabem, houve uma fase da minha vida em que me preocupei com as coisas do Xadrez Nacional, algumas coisas mudaram através de propostas minhas, por exemplo o embrião dos Nacionais de equipas! O sistema ficou a funcionar, foram-se fazendo uns acertos, em certa altura a coisa parecia estar boa… Entretanto começaram os iluminados a propor alterações mal pensadas, algumas tremendos disparates, por exemplo o excesso de equipas no Campeonato Nacional sendo o país tão pequeno e com tão pobre Xadrez, com isso esvaziaram os campeonatos Distritais de Equipas. Depois aprovaram a hipótese de um dado Clube ter muitas equipas nos Nacionais, matando o fomento de novos Clubes. Depois o socialismo foi posto na gaveta e os Clubes deixaram de ser apoiados, matando com isso mais Clubes, por fim passaram a cobrar por tudo e por nada, como se o Xadrez fosse só para ricos! Mais uma forma de matar o Xadrez Nacional! A partir de certo momento desisti… nas Assembleias Gerais da Federação, estavam sempre a aparecer representantes com ideias sem pés nem cabeça, por isso perdi a paciência! O pior é que muitas dessas luminosidades foram aprovadas, caso do famoso artigo 36, uma aberração sem pés nem cabeça! Razão da actual polémica que agora se estabeleceu sem fim à vista! Senti-me na obrigação de vir ao terreiro dar a minha opinião!
Aberração ou não o artigo 36 foi aprovado! Antes de as provas começarem os responsáveis dos Clubes deviam ter encostado a Federação à parede através de uma Assembleia Geral de forma a meterem juízo naquelas cabeças e anularem o disparate! Mas não o fizeram! Então só há uma atitude a tomar acatar (cumprir) o regulamento, doa a quem doer! Parece-me óbvio que os seccionistas e directores dos Clubes de Xadrez não fizeram os trabalhos de casa, não foram cuidadosos na leitura dos regulamentos!
Será que há outra solução? Talvez, mas não compliquem mais!
Para terminar, quero informar que o meu SOM-Sport Operário Marinhense desce da 2ª divisão para a 3ª divisão por não ter cumprido o artigo 36. Fomos incompetentes por isso temos a paga!
José Bray