segunda-feira, 19 de julho de 2010

Xadrez - Distrital Absoluto de Leiria

Terminou na Academia de Xadrez da Benedita o campeonato absoluto do Distrito de Leiria, André Pinto de São Martinho do Porto é o novo campeão, ficando Daniel Bray em vice-campeão. A sorte sorriu ao novo campeão, dois jogos perdidos e devido a erros grosseiros os adversários deixaram fugir as partidas. Mas não há vencedores sem sorte. Parabéns ao André e à família Pinto, por sinal pessoas bonitas.
Alguém perguntará. Mas no xadrez também há sorte? Claro que há! Mas vou explicar de outra perspectiva. No Xadrez perdemos sempre bem! E porquê? Porque se o adversário merece é por mérito dele, nós não tivemos jogo para ele, se cometemos erro grosseiro merecemos perder porque não estivemos à altura. Mas muitas vezes ganhamos mal, sem fazermos nada. o adversário faz erros infantis muitas vezes com o jogo ganho, ou ganhamos porque tocou o telemóvel do nosso oponente, ou ele não aparece para jogar, pode ter tido um furo ou perdido o transporte, ou um problema de saúde. Por isso muitas vezes ganha-se sem mérito, mas nós não temos a culpa.
André Pinto sucede a Daniel Bray que por sua vezes tinha sucedido a José Bray.

Torneio das Linhas de Torres


Decorreu no dia 18 de Julho em Torres Vedras o Torneio de Xadrez comemorativo dos duzentos anos das Linhas de Torres, fortificações de elevada importância para conter o invasor francês. A prova disputou-se no Forte de São Vicente, perante uma paisagem de grande beleza. A organizção esteve a cargo do Académico de Torres e patrocínio da Autarquia da cidade. Carlos Marques foi o director da competição e Carlos Dias foi o árbitro principal. Sou do concelho de Torres Vedras, por isso desloquei-me lá com o meu neto Daniel e a minha companheira, para mim era uma honra disputar este open, mas não joguei! E porquê? Vamos lá fazer os reparos...

Ponto I - Torneio disputado longe do centro da cidade, dificeis acessos, os acompanhantes não conduzindo não tinham hipóteses de sair do local.

Ponto II - O local da prova só tinha uma casa de banho e ordinária, para homens e mulheres, muitas crianças de ambos os sexos. Inadmissivel. Queriam que as pessoas andassem a urinar e a obrar no património?

Ponto III - Dia de calor, havia muitos garrafões de água mas copos só um. Bebiam todos pelo mesmo?

Ponto IV - Este é mesmo ridículo! A meio do torneio vieram dizer que os carros não podiam estar dentro do Forte, obrigando as pessoas a retirar as viaturas e a estacionar ao longo da estreita estrada. Pergunto, que mal fazia ao património as viaturas arrumadinhas em cima da terra batida? Não deviam pôr logo um aviso na entrada, "proibida a entrada a viaturas"? Não estiveram preocupados com os excrementos devido à falta dos WC nem com a falta de apoio aos visitantes, mas preocuparam-se com os carros que estavam tão sossegados. Reparei nalguns remendos feitos no complexo que são um atentado ao património histórico, e esta...

Voltemos ao Open. Estiveram presentes cerca de oitenta jogadores, a concorrência foi forte em força de jogo. Venceu o grande António Fernandes em pontuação igual ao não menos grande Rúben Pereira. Daniel Bray fez uma excelente prestação ficando no grupo dos sétimos classificados com cinco pontos e meio, só perdendo um jogo, empatando três e vencendo quatro.

Carlos Marques fez um trabalho meritório, mas penso que foi ultrapassado pelo sucesso inesperado. Não esperava tanta gente e de tão grande qualidade.

Espero e desejo que em Torres Vedras se organize todos anos um bom Torneio de Xadrez, com as melhorias que os erros ensinam.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Adeus Carlos Quaresma

Pois é, o Carlos Quaresma deixou-nos fisicamente! A sua alma apagou-se ontem dia sete de Julho. Hoje a matéria foi depositada num cemitério de Leiria, mas não é lá que está o nosso amigo "House", alcunha carinhosamente colada por nós. Ficará vivo na memória dos amigos do Xadrez até um de nós existir. Conheci bem esta cativante e complicada personagem. Homem irreverente, corrosivo, anarquista em tudo, mas grande humanista e brilhante inteligência. Jogador de Xadrez de primeira, era mesmo um cientista da modalidade. Bray, Cordeiro, Quaresma e mais um, percorrreram Portugal durante vinte anos representando o Xadrez da Marinha Grande. O nosso amigo tinha uma memória de dois elefantes, decorando sem dificuldade centenas de partidas. Mas o Carlos Quaresma era uma inadaptado, sem qualquer noção das coisas práticas da vida. A sua agressividade era derivada da sua timidez. Quantas vezes, nessas alturas o mandei à merda e ele começava a rir...
Comecei a lidar com ele em oitenta e três, já nessa altura senti nele uma necessidade de auto-destruição, tendência que se veio a agravar ano após ano. Com a doença os últimos anos foram de sofrimento e o fim pressentia-se breve. mesmo assim foi um choque para todos nós. O Xadrez ficou mais pobre e nós também. Até sempre refilão!
José Bray